A nave estava abarrotada de presentes que eles haviam ganhado na Terra, desde roupas e livros até um carro elétrico. Áslan disse que queria levar tudo aquilo para estudar a cultura humana.
Levy teve a ideia de colocar o carro na frente da enorme janela de vidro espacial, que dava uma vista panorâmica da Via Láctea. Ele entrou no carro e assumiu o volante, como se fosse dirigir pelo espaço. Falco sentou-se ao seu lado. Ámelly, Nóslen e Yumi ficaram no banco de trás, admirando as estrelas.
- Gente, cadê o Áslan? - Ámelly perguntou, olhando em volta.
Um som de batida ecoou no teto do carro vindo de cima, e uma voz animada respondeu:
- Tô aqui em cima!
Eles olharam para cima, esticando seus torsos para fora da janela, e lá estava Áslan, de pé sobre o carro, com os braços abertos e um sorriso radiante no rosto.
- Tá bom, eu deixei você ficar sentado, não em pé em cima do carro. - Levy repreendeu gargalhando.
De repente, um surto de ânimo tomou conta de Falco, que disse:
- Isso é incrível! Nós conhecemos três alienígenas e fomos convidados para viajar com eles pelo espaço! Que loucura!
Yumi puxou a orelha de Falco e o repreendeu:
- Não fale "alienígena", como se a gente tivesse sido abduzido. Você acha que eles vão nos enfiar sondas ou nos dissecar?
- Vai saber... - Nóslen soltou uma piada.
A mão de Ámelly, sempre rápida para dar um corretivo em Nóslen, acertou-lhe um tapa nas costas e ela o reprimiu:
- Cala essa boca, seu tarado!
- O que você pensou, hein? Eu quis dizer pesquisas científicas! - Nóslen se defendeu, corando.
- Você é divertido, Nóslen. Gostei de você. - Yumi riu da situação.
- É... divertido... hahaha, eu? Ah... - Nóslen riu sem graça, coçando a cabeça e fechando os olhos. - Obrigado, você também é muito legal.
Ámelly, sempre pronta para zoar Nóslen, riu junto com Yumi, deixando-o ainda mais vermelho.
- Do que vocês tanto riem aí embaixo? - perguntou Áslan, com a cabeça para fora da janela e os cabelos caindo sob a influência da gravidade.
- Esse bobalhão do Nóslen não sabe se comportar na frente de uma dama. - respondeu Ámelly.
- Oh, não fale assim dele, ele só estava tentando ser engraçado, não é, Nóslen? - Yumi interveio, passando a mão gentilmente pela cabeça de Nóslen, que estava visivelmente envergonhado.
- Ei, Áslan, por que você não liga logo essa nave? Estamos aqui parados, observando a Lua e a Via Láctea há horas. Acho que já contei todas as estrelas. - disse Levy, quebrando o gelo.
- Ah, vamos nessa!
Eles partiram e, após mais de um dia de viagem, atravessaram o buraco de minhoca!
Agora estavam do outro lado.
Não tiveram tempo de visitar os planetas do sistema solar ou os de Akaihi, pois o combustível, agora mais utilizado devido ao peso adicional, só daria para chegar em casa. Nem mesmo se atreveram a olhar para Akaihi, estavam traumatizados com a estrela.
Passados alguns minutos, já conseguiam contemplar Árret à distância.
- Pessoal, aquele ponto azul ali é Árret, estamos chegando. - disse Áslan, batendo no capô do carro e apontando para o planeta.
O planeta foi gradualmente se revelando, e Árret ficou mais visível. O coração de Falco começou a bater mais forte; ele sentiu algo, uma sensação estranha e indescritível, algo diferente. Seus dois irmãos também experimentaram essa sensação, mas nenhum deles conseguiu expressá-la.
Pouco depois, eles começaram a descer, realizando um pouso controlado. Áslan não enviou sinais anunciando seu retorno, na verdade, ele se esqueceu disso.
O motor de tato fóton estava sendo forçado ao máximo, e eles tinham empregado muita força no pouso suave na Terra. A quantidade de combustível gasta para deixar a Terra e pousar em Árret era absurda, e o motor TF da nave estava consideravelmente danificado. Certamente, Kym ficaria furioso com os danos; afinal, Áslan não era exatamente um piloto habilidoso. De qualquer forma, eles estabeleceram as coordenadas e desceram em direção ao Laboratório dos Sábios!
Todos saíram do carro, ficando de pé e em silêncio enquanto a nave continuava a descer lentamente em direção ao solo. À medida que desciam, a paisagem ganhava mais clareza. Primeiro, eles entraram em uma nuvem, emergindo dela com vista para a grande cidade principal, a capital de Árret.
A nave se aproximou do bairro industrial, seguindo em direção ao laboratório dos sábios. Conforme desciam, os detalhes iam se revelando. Em um pátio muito amplo, eles avistaram não centenas, mas milhares de naves semelhantes a deles.
- Estão vendo aquilo? Como conseguiram construir tantas naves em tão pouco tempo? - questionou Áslan, observando a aglomeração de naves espaciais.
- O tempo é relativo, Áslan. Quem sabe o tempo tenha passado de maneira diferente para nós que estávamos do outro lado? - respondeu Falco, tentando explicar a questão de Áslan.
A nave estava pousando, e do alto eles viram alguns pesquisadores apontando para o céu e outros correndo, provavelmente para chamar mais cientistas. A chegada da nave representava o possível sucesso da missão de Áslan e dos outros.
- Finalmente eles chegaram.
- Demorou muito mais do que o previsto, estava começando a ficar preocupado.
- Seu retorno foi mais rápido, não foi?
- Digamos que aprendi a controlar o tempo. - ele riu e continuou a observar a nave pousando suavemente no laboratório dos sábios.
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O Visitante Espacial
Fiksi IlmiahÁslan é um jovem que vive em Árret, um planeta distante rodeado de mistérios. Sua vida muda quando um estranho objeto vindo do espaço cai dos céus em seu distrito. Áslan, Élon, Nóslen e Ámelly junto de todos os pesquisadores, têm a missão de desvend...