XXIV

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🌙 Nunca botei muita fé no amor ou em milagres
Nunca quis pôr meu coração em jogo
Mas nadar em seu mundo é algo espiritual
Eu nasço de novo cada vez que você passa a noite " Locked out of heaven" Bruno Mars


POV's Iwasaki

Depois da reunião na casa de Izuku, eu me sentia leve, mesmo com aquela situação, eu me senti tranquila. Eu queria mesmo ir até o lugar e acabar com todos, Kirishima se negava a isso, e no fundo eu agradecia, porque ele poderia ficar longe de toda confusão, e ele era bom demais para fazer coisas desse tipo, eu não podia pedir para ele ser tão ruim quanto eu já fui, e sou, mas eu não podia dizer isso assim, eu tinha que estragar tudo nesse processo.

(...)

— Você ainda não dormiu. — Ouvi a voz do ruivo e me virei sorrindo fraco. No meio daquela conversa toda, eu disse coisas que não agradaram ao ruivo, e ele estava preocupado por mim e por todos que tinham sangue frio.

— Nem você bonitão. — Falei tentando soar divertida, mas acabei falando num tom debochado. Eu queria ele longe, tinha que manter ele longe, era a única coisa necessária agora.

— Bom. Minha namorada planeja um assassinato em massa, eu tenho que me preocupar. — Ele respondeu e eu revirei os olhos. Eu estava pronta para soltar a bomba e fazer ele fugir de mim. Eu sempre dava motivos para fazerem isso comigo, e depois o culparia, como sempre culpei a todos.

— Kirishima, são eles ou nós. Prefiro viver e criar meu filho, do que morrer na mão de pessoas como eles. — Me sentei e acendi a luz do abajur. Ele também se sentou e me encarou sério.

— Pessoas como eles?! Vocês também falam de matar, como se não fosse nada. Heróis e vilões são só títulos para dois lados que querem matar. Eu nunca matei uma pessoa, por mais ruim que ela seja, ainda é uma pessoa, ainda é um ser humano. — Ele falou aumentando o tom de voz e eu senti que minha cabeça iria explodir. A bomba estava com tudo.

— Kirishima, eles iam matar o Yuki. Se precisar eles vão tentar de novo. Eu não vou deixar que isso aconteça! — Falei sentindo a pele formigar e as pedras começaram a surgir. Me levantei tentando respirar e ele se levantou também.

— Essa é sua desculpa, os fins justificam os meios. Azumi, existem prisões para isso. — Ele falou abaixando o tom de voz. Neguei com a cabeça e mordi os lábios.

— Se tratando do meu filho, eu mato qualquer um, se precisar mato todos sozinha. Não estou pedindo que você faça isso, mas não quero que você defenda eles. — Falei tentando conter meu poder.

— Não é defender. É uma questão de ser justo. Ninguém merece morrer por uma atitude, essa punição não parte das nossas mãos. Isso não é heróico, você está cega por vingança. — Ele segurou meu rosto.

— Então eu não vou como uma heroína. Se isso me faz um vilã, ótimo, então que eu seja uma. — Falei seria, logo duas pedras cresceram onde estava as mãos dele e ele se cortou antes de usar a individualidade.

— Você vai mesmo agir como uma vilã agora? Você não é assim. Você não quer me machucar, não quer machucar pessoas, não quer matar pessoas. — Ele falou e colocou as mãos no meu campo de visão. Ambas sangravam e o sangue escorria. Eu havia machucado ele, eu sempre quis evitar isso e agora eu fiz de propósito.

— Desculpe decepcionar você então, mas eu já machuquei você. E eu já matei pessoas, então se quiser ir, você sabe onde fica a porta. — Falei sentindo meu rosto molhar e ele aquiesceu colocando a roupa e saindo batendo a porta.

Cai no chão desolada e o quarto foi coberto por pedras apontadas para mim, condenando a minha atitude. Pelo menos com Kirishima longe, ele não correria risco de se machucar ou pior.

— Mamãe? — Ouvi o Yuki e vi ele na porta assustado com tantas pedras. Desfiz a maioria e ele foi até mim nervoso.

— Desculpa filho, a mamãe não é uma boa heroína. — Falei tentando sorrir, mas as lágrimas eram mais insistentes que eu.

— Não, mamãe, a senhora é a número um! — Ele secou meu rosto e eu acabei chorando mais ainda.

— Filho. — Abracei ele e pude ver que ele também chorava por me ver assim. Tentei me acalmar enquanto acariciava os cabelos compridos do garotinho e respirei fundo para terminar aquela situação toda. Eu precisava ser forte por ele.

— o Kiri foi embora, por isso 'tá 'tiste? — Ele pegou meu cabelo que estava grudado no meu rosto e colocou no lugar. Ele era tão esperto.

— É também filho, ser adulto é muito complicado, e sua mãe tem a tendência a machucar as pessoas. — Falei pegando ele no colo e o colocando na cama comigo.

— Meu poderzinho machucou pessoas. — Ele falou. Ele queria me ajudar se usando de exemplo, céus, esse garoto não existe.

— Mas não foi por querer. A mamãe.. fiz você ficar sem seu pai e agora sem o Kirishima. — Neguei com a cabeça e segurei as lágrimas novamente.

— O papai foi embora, porque não queria ficar. O Kiri, ele queria ficar. Ele pode voltar! — Ele deu de ombros confuso e eu cheguei a conclusão que ele entendia até demais as situações que passamos até aqui.

— Filho, você é pequeno demais 'pra entender tudo. E não é justo que eu desabafe logo com você. Sei que é muito esperto, quer ajudar, mas a mamãe tem que assumir a culpa. E a culpa de tudo isso é minha. — Respirei fundo e encarei o garotinho que me olhou manhoso. Estava tão difícil para ele lidar com os poderes, era algo muito difícil para ele, e eu estava sendo egoísta pensando só na minha dificuldade, não era atoa que minha mãe dizia que eu não era mãe dele como ela era.

— Eu amo você. — Ele me abraçou e eu o apertei forte dizendo o mesmo.

— Eu também amo você meu amor. Dorme com a mamãe hoje. — Falei ajeitando ele para dormir. As pedras pelo quarto havia sumido, mas havia sangue no chão, então fui limpar antes de me deitar com ele.

Eu havia machucado Kirishima. Foi realmente para proteger ele, ou eu só estava afastando ele. Eu fazia isso com todos,culpava as pessoas por se distanciar, sem perceber que o problema era realmente eu, eu que mantinha elas longe.

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