Conhecendo Outras Pessoas...

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           No dia seguinte, a situação se repetiu... Dipper acordou em sua cama e estava sozinho! Logo as garotas entraram e o ajudaram a se vestir, antes do desjejum. Dessa vez, elas o levaram para conhecer a biblioteca e o homem sábio que cuidava de tudo. Dipper ficou surpreso ao descobrir que tinham o mesmo sobrenome: Pines.

         "Então, seu nome é Mason Pines, milady?" – Indagou ele, curvando-se com respeito. "É uma satisfação lhe conhecer... eu sou Stanford Pines! Vejo que carrega a marca da Ursa Maior. Finalmente, você voltou para o nosso rei... ele o esperou por séculos!"

           "Na verdade, eu não uso meu nome verdadeiro... sempre me chamaram pelo nome que minha mãezinha de criação me deu: Dipper! Sempre me chamaram de Dipper. Ela me disse que escolheu esse nome por causa de minha marca de nascença."

            "E seus pais permitiram isso?" – indagou Stanford.

             "Minha mãe me rejeitou, assim que nasci, por causa da minha marca e meu pai quis se livrar de mim, me atirando num poço. Foi uma criada, de nome Mirthes que me salvou ao implorar por minha vida... ela foi a única mãe que eu tive! E sempre acreditei que não tinha pai. Quando eu tinha dez anos, ela me contou a verdade: que eu era filho legítimo do nobre senhor que era o nosso patrão e irmão gêmeo da filha dele." – Dipper respondeu com tristeza. "Mas, a senhora sempre se referia a mim como o bastardo, o enjeitado, a aberração... ela jamais me aceitou, nem como servo, nem como seu filho!"

             "Só por causa dessa marca de nascença? Isso é repugnante... como puderam ser tão cruéis com uma criança inocente?" – exclamou Stanford, horrorizado.

             "Eu não sei, senhor! Só sei que, para mim, a senhora Mirthes é minha mãe! Ele foi a única pessoa que me amou, sem olhar para minha marca. Na verdade, prefiro acreditar que sou um bastardo... filho de um pai desconhecido e de uma pobre criada!" – Dipper respondeu, tentando não chorar.

             "Não fique triste, milady..." – Stanford o consolou. "Eu também senti na pele a dor do preconceito! Quando eu servia o rei Stanley Cipher, ele não se importava com a minha particularidade..." – ele exibiu as mãos com seis dedos cada. "Para ele, isso não afetava em nada a minha inteligência e nem a minha honestidade. Já a rainha Gwennyvie achava isso horrível. Ela chegou a sugerir que eu mandasse cortar os dedos excedentes... e é claro, eu me recusei. Eles não me atrapalhavam e eu não faria isso apenas para satisfazer um capricho dela!"

            "Deve ter sido difícil para o senhor manter suas convicções sem insultar a rainha!"- disse Dipper.

           "Enquanto o rei vivia, ela estava de mãos atadas... mas, mesmo assim ela continuava a destilar seu veneno como uma cobra peçonhenta! E aos poucos, seu péssimo comportamento foi contaminando os outros... Principalmente, um de seus filhos. O garoto, influenciado pela mãe, começou a agir como ela. E à medida que crescia, ficava cada vez pior! Eu tentei ensinar -lhe o caminho certo, mas ele preferiu ouvir sua mãe!" – Stanford contou.

             "O senhor está falando do príncipe Billygham, não? Eu vi um retrato dele no castelo."

             "Oh, céus, não! O príncipe Billygham, não! Ele era gentil e educado. Ele não julgava as pessoas por sua aparência..." - Stanford rebateu. "Eu falo de seu irmão gêmeo: o príncipe Phillygham! Ele era igualzinho à rainha: cruel, insensível, hipócrita e principalmente invejoso! Ele invejava seu irmão mais velho em tudo! E queria tudo que pertencia a ele! Mesmo que tivesse a mesma coisa... ele não ligava para o que fosse seu, ele queria o que era de seu irmão. Somente para que seu irmão não tivesse nada... Era assim com as roupas, brinquedos, espadas, cavalos, amigos... e por fim, até a noiva do seu irmão, ele tentou tomar!"

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