Os Dois Pinheiros

Um Castigo Adequado...

         Enquanto isso, em Gravity Falls, as pessoas começaram a receber seus castigos. Uma delas foi lady Constance... Após ser expulsa do castelo pela rainha, a perversa mulher teve que ir embora numa carroça de lenha. E não foi o pior: após ela conversar com os lordes magistrados, teve suas jóias confiscadas, também!

           "Essas jóias são minhas..."- reclamava ela, quase aos prantos. "Não podem me tirar isto também!"

             "Soubemos que foram compradas com dinheiro da herança de lady Francesca... Portanto, pertencem à sua sobrinha, também!" - argumentaram eles, recolhendo todas as jóias. "Mas, assim que fizermos o levantamento, as jóias que vosso falecido marido lhe deu, serão-lhe devolvidas! Milady também não poderá voltar para o Solar Montefiori. A propriedade também pertence à sua sobrinha, e portanto faz parte do inventário, com tudo dentro!"

            "Para onde eu irei? Não tenho outra casa!" – disse lady Constance.

            "Vossa Senhoria possui a casa que seu falecido marido lhe deixou... Há um casal cuidando dela, desde a morte de lorde Hunt. Eles só aguardam para lhe entregar as chaves, antes de partirem." – revelou um dos lordes, lendo alguns papéis.

             "Vocês não estão falando daquele casebre horroroso, perto da Vila dos Enjeitados? Aquilo não é casa para uma dama como eu! Deve estar caindo aos pedaços... e nem tem serviçais!" – gemeu ela.

              "A casa precisa de uns reparos... durante esse tempo não foram feitos os consertos necessários. Os caseiros se limitaram a consertar o que foi possível e manter limpo! Felizmente, sempre receberam seus salários em dia, como todos os outros empregados do Solar."

              "Vou ter que ficar em um casebre miserável, sem dinheiro e sem as minhas jóias? Como vou viver? Não terei dinheiro nem para manter minha criada de quarto..." – ela começou a chorar.

              "A senhora receberá uma renda de trezentas moedas de ouro anuais, divididas em doze parcelas pagas mensalmente, até o dia de sua morte. Deve ser o suficiente para que não morra de fome... e a primeira parcela será paga no primeiro dia do mês!"

            "Somente vinte e cinco moedas mensais? Isso não paga nem o salário de minha criada..."

             "Há pessoas que vivem com bem menos que isso, senhora! E tem família para alimentar... a senhora terá que viver com isso! E agradeça à sua sobrinha... ela foi muito generosa! Qualquer outro não lhe daria um centavo!"

             "Isso é um insulto! Não esperem que eu aceite essa esmola..." – vociferou a dama.

             "Bem, se não aceita, pode assinar uma declaração, abrindo mão de sua mesada, por orgulho! Seria uma atitude corajosa... e tola!"

             "Não... eu aceito a mesada!" – Ela respondeu assustada com a possibilidade de ficar sem nada.

            "Perfeito... creio que já resolvemos esses detalhes. A sua bagagem está na carroça que a levará até sua casa, lady Hunt. Não se preocupe com a gorjeta... considere como uma gentileza da parte de lorde MacGucket."

            A orgulhosa dama não teve escolha senão ir embora... Ela ficou horrorizada ao ver que suas malas estavam em uma carroça usada para carregar lenha. E sua criada se recusou a acompanhá-la. Teve que partir sozinha na carroça. E a viagem até sua casa foi desconfortável, pois o carroceiro era desagradavelmente grosseiro e cheirava a alho. Mal chegou à frente da casa, ele jogou as malas no chão e foi embora sem se despedir.