O Bardo

A Criação

Como o mundo surgiu você me pergunta?

Vou lhe contar sobre a ira dos dragões e da Guerra da Criação, que trouxe a vida pela morte.

Quando a Luz e a Escuridão viajaram pelo universo eles encontraram uma terra desolada.

Desolada, mas com potencial para suportar suas criações.

Rinkma, a Terra dos Dragões ela era chamada.

Ah os dragões.

Você me dirá que os conhece, mas esses lagartos que se espremem em cavernas são apenas uma sombra do que a raça já foi.

Pois os Dragões Primordiais, os seres que dominavam aquele mundo eram seres de malícia e poder, com idade comparável aos próprios deuses.

Mas por que houve uma guerra?

Bem, porque os Dragões Primordiais amavam sua terra com suas riquezas, todas as erupções que expeliam ouro pelo mundo e as grandes gemas do fundo das montanhas.

Os Dragões não aceitariam perder nada de seus terrenos, e nunca aceitariam um acordo com os deuses, pois eles eram movidos por sua ganância.

Mas não pense que todos os Dragões Primordiais eram iguais.

Haviam dois tipos deles.

Os grandes seres que controlavam o mundo eram os Dragões Cromáticos que usavam seus poderes elementais para manter os Dragões Metálicos sob controle.

Mas como eu disse, os Dragões são seres de pura malícia.

Os Dragões Metálicos viram nos deuses e sua vontade de criar novos seres a oportunidade de tomar o controle do mundo e ganharem escravos.

E foi assim, meus caros senhores, que se iniciou a Guerra da Criação.

E começa também minha canção,

Pois o melhor amigo do bardo é seu violão

Ouçam todos minhas rimas sobre a Guerra da Criação

Pois foi assim que aconteceu, acredite ou não

Os cinco grandes Dragões no mundo reinavam

Sob o grande Dragão Negro as rochas esfacelavam

E em torno do Dragão Branco os ares congelavam

Com o puro veneno o Dragão Verde se regozijava,

O Dragão Vermelho o sol ofuscava

E em um ninho de joias o Dragão Azul se aninhava

Mas por um estranho infortúnio a ordem foi perturbada

Pois Rinkmar pelos Deuses foi encontrada

Sua proposta foi apresentada

E pelos senhores do mundo recusada

Um grande combate foi então iniciado

Um combate tão feroz que nunca foi igualado

Pois em meio à morte o mundo foi remoldado

Por mais de um milênio a guerra se arrastou

Quando o Dragão Verde pelas mãos da Escuridão tombou

Nos grandes oceanos seu corpo se transformou

O Dragão Negro por sua própria raça foi traído

E pelo dragão de platina destruído

Pelos céus seu corpo foi diluído

E  aos estilhaços de platina unido

Assim, em Rinkmar o céu noturno foi alterado

Em um negro veludo transformado

E com o brilho da platina adornado

De igual para igual o Dragão Azul combatia a Escuridão

E infindável seria seu confronto na imensidão

Até que agiu novamente  a traição de um dragão

O Dragão Azul foi cercado e por um metálico atacado

O pequeno dragão foi obliterado

Mas com um rápido movimento o Dragão azul foi rasgado

E o céu diurno nasceu dos restos do ser estraçalhado

O Dragão Branco a Luz desafiava

E seu poder a ela se comparava

E sem um vencedor a batalha se arrastava

Até que o Dragão se sobressaiu,

Com sua baforada a Luz atingiu

E com gelo seu movimento restringiu

Mas em uma explosão que se consumia a Luz se libertou

E em um súbito ímpeto de poder e ira avançou

Novamente seu poder o dragão usou

Mas a Luz não mais congelou

Pois em força e calor a explosão a transformou

Repetidamente o Dragão atacou

Mas sem se ferir a Luz se aproximou

As mandíbulas do Dragão segurou

E  a abriu até que em dois o rasgou

E em montanhas nevadas seu corpo se moldou

A batalha quase se encerrava

Mas os dois Deuses o Dragão Vermelho enfrentava

E com fúria incontrolável os assolava

Mas o poder dos Deuses juntos o superava

A asa do Dragão foi arrancada

E chegando ao chão uma lança lhe foi cravada

E por fim a grande guerra foi encerrada