A herdeira da lua

Eu & Você

Enquanto ele dirige, eu olho pela janela me certificando que o Samuel não está mais ali e que eu posso ficar aliviada.

- Mary, o que você está fazendo? - O Daniel pergunta quando percebe que estou distraída.

 - Olhando se o Samuel não está por aqui! - respondo sem tirar os olhos da janela.

- Quem é Samuel? É o cara que você estava brigando quando eu cheguei? - ele pergunta curioso e eu o olho.

- Sim, a gente meio que "namorou", mas acabou quando eu descobri que era armação do meu pai e dele! - suspiro e fecho a janela.

- Mary, não vou te pressionar, mas se quiser desabafar estarei aqui! Se quiser chorar, eu também estarei aqui... - ele pega minha mão e dá um sorriso.

- Okay, obrigada... Mas, ainda não estou preparada para falar disso, sem chorar! - sorrio meio sem graça, ele para o carro com uma freada brusca que faz com que eu coloque as mãos no painel e eu o encaro. - Ficou louco?

- Desculpa, mas tive uma ideia de uma coisa que vai animar você! - ele sorri e me olha.

- Daniel, acho bom que seja uma coisa espetacular, porque minha vontade agora é socar você! Eu quase bati a cara no para-brisas... - eu continuo o encarando indignada.

- Calma, vou te levar em lugar incrível, eu prometo! - ele tira o cinto, se inclina sobre mim e me beija.

- Tá bom, mas não faça isso de novo! - falo antes que ele me beije, seguro no ombro dele e retribuo beijo.

- Podemos ir? - ele pergunta depois que para o beijo e me olha.

- Podemos! - me ajeito no banco do carro e ele ri.

- Do que você está rindo? - pergunto enquanto vasculho a bolsa em busca de algo para prender meu cabelo.

- É de nervoso! - ele sorri e liga o carro de novo.

- Sem necessidade! - sorrio, coloco uma musica e canto baixinho.

Depois de uns minutos ele para em um pequeno estacionamento em frente a uma pequena lanchonete vintage e eu o olho em busca de uma explicação.

- Esse é o meu lugar favorito! Sempre que eu estou me sentindo mal, venho aqui! - ele sorri, tira o cinto e me olha.

- Isso é bem legal... Mas, como você encontrou esse lugar? - pergunto enquanto tiro o cinto, pego minha bolsa e saio do carro com ele.

Caminho até ele, ele tranca o carro, me olha e estende a mão pra mim.

- Minha mãe trazia meu irmão e eu aqui quando eu era pequeno e eu amava esse lugar, sempre brigava para não ir embora! - ele sorri e eu pego a mão dele.

- Parece ser uma boa lembrança! - sorrio e andamos até a entrada.

- Eu nunca trouxe ninguém aqui! - ele fala, abre a porta e eu entro.

- Então, isso significa que eu sou especial??? - pergunto, ele entra e eu olho em volta.

A lanchonete tem todo o estilo anos 80, bancos de couro vermelho, piso xadrez preto e branco e mesas brancas. Eu olho chocada para o Daniel que esta parado atrás de mim, me observando atentamente, mas uma mulher mais velha chama atenção dele.

- Você é muito especial! - ele sussurra em meu ouvido. - Escolhe uma mesa, que eu já volto!

- Okay! - o olho indo até a mulher que tem cerca de 60 anos, ele se abaixa e a abraça.