capítulo dezoito

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Noah Urrea

- Merda - resmunguei para mim quando atravessei o corredor, entrando na sala. Raquel estava com uma roupa de ginástica que deixava todas suas curvas marcadas. 

Ela fingia que observava o programa que passava na tevê onde muitas mulheres usavam roupas apertadas e faziam exercícios. 

- Bom dia pra você também - ela disse me observando pelo canto do olho. 

- O que você veio fazer aqui? - perguntei, mal humorado. Eu não estava caindo na merda dela. 

- Nossa, eu já te disse. Estava com saudades. - Ela sorriu abertamente mostrando os dentes brancos e alinhados. 

- Não acredito em você, aliás, não me importo. 

Ela arregalou os olhos e fez uma careta. 

- Quando foi que você ficou tão amargo? 

- Quando vadias como você começaram a me perseguir. 

Retirei um cigarro do meu bolso e o acendi nos meus lábios. 

Ergui meus olhos e encontrei sua boca coberta por batom vermelho em um perfeito "o". 

- Sabe... acho que eu sei como melhorar esse seu humor. - Ela revirou os olhos enquanto andava em minha direção. 

Franzi a testa e recuei passos para trás conforme ela vinha para frente, até que eu bati minhas costas contra uma parede maldita. 

Ela espalmou as mãos sobre meu peitoral e eu as retirei rapidamente. 

- Eu tenho namorada, porra - falei irritado, indo até a cozinha. Escutei seus passos atrás de mim e bufei. 

- Tudo bem, gatinho. Ela não vai saber. Somente eu e você. - Ela me deu uma piscadela e eu ergui as sobrancelhas. 

- Fale algo assim novamente e eu estou te chutando para fora deste apartamento. - Retirei uma garrafa de suco de laranja da geladeira. 

- Está bem - ela disse, erguendo as mãos para o alto em sinal de rendição e se voltando para a sala.  Suspirei aliviado e retirei meu celular do bolso. Disquei o número de Josh. 

No terceiro toque ele atendeu. 

- Cara, vem buscar sua prima - falei como saudações e joguei meu cigarro sobre o cinzeiro. 

- Não, tô ocupado. Depois a gente fala. 

Ele encerrou a chamada. 

Desgraçado. 

Resisti contra a vontade de jogar meu celular contra a parede e enviei uma mensagem para a única garota que era capaz de me despertar sensações. 

Eu: Bom dia, tá acordada? 

Esperei cinco segundos. 

Sina: Bom dia, estou. 

Meus dedos deslizaram automaticamente pelo teclado e eu enviei a mensagem. 

Eu: Posso ir te ver? 

Esperei alguns momentos por sua mensagem. Levei a garrafa plástica até minha boca e dei outro gole no suco. Joguei o celular sobre a mesa quando percebi que ela não iria responder. 

Mas então, ele vibrou. 

O peguei novamente e observei sua resposta com um sorrisinho estúpido nos meus lábios. 

Apenas mais uma - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora