Noah Urrea
Esperei impaciente enquanto o enorme portão preto não se abria da também enorme e exagerada casa de minha mãe.
Meu pai havia falecido a cerca de quatro meses atrás, foi algo completamente assustador e inesperado. Ele teve um câncer que se estapalhou muito rápido durante o verão, ele preferiu manter tudo somente para si, e eu nunca percebi uma mudança tão radical nele, apenas o fato de ele ter ficado mais exausto fazendo simples atividades. Isso me faz questionar a merda de filho que eu sou, completamente individualista, por que diabos eu não percebi que algo estava errado?
Talvez porque você passasse tempo demais em festas e comendo garotas.
Eu cerrei meus dentes para minha voz interior.
No fundo, sei que ela tem razão.
Minha mãe era fria e indiferente, ela era completamente o oposto se meu pai.
Finalmente nós saberíamos o que ele tinha deixado para mim e minha mãe hoje.
Depois quase quatro meses.
Um dos empregados veio correndo em minha direção e abriu os portões, ele murmurou um pedido de desculpas quando passei com o carro ao seu lado, estacionei de uma forma desleixada, em frente a enorme fonte artificial que decorava o centro do pátio.
Abri o porta-luvas do meu carro e encontrei minha garrafa de wisky, se eu iria enfrentar essa merda, eu precisaria disso. Dou alguns goles e depois limpo meus lábios com as costas de minha mão.
Guardei a mini garrafa de aço no meu bolso e acendi um cigarro em meus lábios.
Empurrei a porta e não me dei o trabalho de fechá-la. Eu iria ser rápido.
A sala de visitas estava vazia e algumas vozes ecoavam de um outro lugar. Segui os murmúrios pelo corredor até que deram ao antigo escritório de meu pai.
Engoli em seco e girei a maçaneta.
Minha mãe estava sentada sobre uma poltrona com o rosto pálido enquanto lia alguns documentos em suas mãos.
Um homem com roupas formais e sofisticadas estava sentado na outra poltrona em frente à mulher de cabelos escuros e olhos azuis gelos.
Limpei a garganta e os dois rostos se viraram em minha direção. Charlotte se endireitou na poltrona e colocou uma mecha de cabelo caída sobre o rosto atrás da orelha com a mão trêmula.
Franzi a testa.
Ela limpou a garganta e se pronunciou.
- Noah - disse se levantando com um olhar frio, o falso tom de voz neutro enquanto analisava o mini bastão entre meus dedos.
Apaguei meu cigarro em um cinzeiro que havia no centro de uma mesinha e me joguei no sofá verde e macio que havia ao lado das duas poltronas.
- E aí - falei indiferente ao seu olhar e acenei a cabeça em direção ao homem desconhecido ao meu lado, ele arrumou seus óculos com o dedo indicador e me murmurou um "olá".
- É bom te ver, filho - minha mãe disse com um sorriso claramente forçado em minha direção e se sentou novamente.
Lancei um sorriso cínico em sua direção e me inclinei sobre a mesa, pegando os papéis.
- Esta é a escritura do que pertencia a Marco Peterson Urrea, ele pediu que entregasse a vocês exatamente cem dias após seu falecimento. Os documentos mostram tudo que ele deixou em nome de ambos - o homem se pronunciou ao meu lado e eu abri a pasta, assentindo lentamente.
Minha mãe mexia em seu colar de pérolas freneticamente.
Arregalei os olhos quando vi que todas as casas e os carros de meu pai foram deixados para mim, incluindo esta casa que eu estava agora.
- Caralho - murmurei para mim mesmo e minha mãe me repreendeu.
Ele só havia deixado à ela uma "pequena" quantidade de dinheiro, já que quase três terços de sua grana também foram para minha conta bancária.
Me levantei ainda surpreso e retirei o maço de cigarros do bolso.
- Não ouse fumar na minha casa - minha mãe rosnou e eu ergui uma sobrancelha em sua direção.
- Sua casa? Não é o que esses papéis dizem. Agora eu estou em minha casa e vou fumar quando eu bem entender. - Eu acendi um cigarro em meus lábios.
Seu rosto ficou vermelho. Não o vermelho inocente que eu via no rosto de Sina toda vez que eu lhe dizia palavras sacanas, mas seu rosto estava vermelho de raiva. E a qualquer momento parecia que ela iria explodir.
Meu celular vibrou no bolso do meu moletom, o peguei e o nome de Sina brilhava na tela. Saí da sala e fui em direção ao jardim e atendi.- Está tudo bem? - perguntei preocupado desde que ela estava fazendo uma visita ao seu pai, que por acaso, apontou uma arma para a própria filha.
- Sim e você? - ela perguntou e pude notar uma certa tristeza em sua voz.
- Estou, eu acho. Eu preciso te ver. Agora - falei enquanto dava outra tragada e ela suspirou suavemente através do telefone.
- Gostaria de estar com você agora. Aonde podemos nos encontrar? - ela perguntou e sua voz soou um pouco animada neste momento.
- No bar ao lado do campus. Chego aí em uma hora - eu disse e ela concordou, encerrando a chamada.
Fui até meu carro ainda com a mente girando e confuso sobre o que fazer sobre tudo o que eu tinha agora.
Saí sem me despedir de minha mãe porque não tínhamos a melhor relação do mundo.
E acho que a partir de agora, ela só desmoronaria ainda mais.
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antes tarde do q nunca, mais um capítulo para vcs!
espero q estejam gostando da fic, e o próximo cap eu adoro, é mto fofo e vcs vão gostar 🥰bjsss, bre 🤍
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Apenas mais uma - Noart
FanfictionNoah Urrea: egoísta, frio e egocêntrico Nunca teve um relacionamento sério, todo o seu lance é casual Todas são apenas mais uma para ele. Mas isso muda quando ele bate seus encantadores olhos verdes na garota da cafeteria e ele só consegue pensar...