Capítulo 8

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Amanda foi embora primeiro, não sem antes avisar Augusto que aquela conversa estava longe de ter terminado

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Amanda foi embora primeiro, não sem antes avisar Augusto que aquela conversa estava longe de ter terminado. Já era de noite e as temperaturas caíram ainda mais, lá fora o ar condensado fumegava conforme ela andava. A cidade iluminava o seu caminho, com luzes espalhadas pelas árvores e postes, preparavam-se para o Natal que se aproximava.

Sentia-se dentro de um filme especial de natal da Netflix, achava que daqui a pouco alguém sairia cantando igual em um musical.

O hotel era literalmente em frente ao café, estavam ambos bem no centro da pequena cidade. Na pracinha, circular, um coreto iluminado por luzes amarelas e neve, feito um cenário romântico. Amanda achava a cidade inteiramente um cenário de filmes românticos, com casais brincando de fazer anjinhos na neve e crianças jogando bolas de neve umas nas outras e bonecos sendo criados pelos mais inusitados lugares.

Dorriu, tomando o caminho até a porta do hotel. Lá dentro, apertou o botão do elevador e, quando entrou na caixa de metal, suspirou, desenrolando do pescoço o cachecol.

Ainda estava chocada pelas coisas que aconteceram naquele dia, a quantidade de informação e descobertas que encheram sua cabeça em tão poucas horas. Era chocante que tanta coisa existia no mundo e noventa por cento da humanidade não tinha noção.

Se olhou no espelho. Seu cabelo estava em um coque despojado no topo da cabeça, embolado de qualquer jeito em um nó com ele mesmo. Olheiras começaram a se formar embaixo dos seus olhos e lembrou que horas antes dirigiu quilômetros até chegar à casa de sua mãe.

Estava cansada. Queria tomar um banho quentinho, lavar o cabelo e dormir como se nada estivesse acontecendo.

Quando as portas do elevador se abriram, saiu e bateu na única porta do andar. Lá dentro uma pequena movimentação pôde ser ouvida antes que Kelvin destrancasse a porta e seu incrível cheiro tomasse conta dos pulmões dela.

Abriu a boca para falar, mas ouviu um tique-taque vindo da mão dele. Ali estava o relógio-comunicador, com os ponteiros girando apressados. O Tempo estava entrando em contato.

— Pode atender. — Disse, passando por ele.

Kelvin vestia um sobretudo preto, com uma camiseta de gola alta e uma correntinha de prata, com um pingente de borboleta, que descansava em seu pescoço. Uma calça cargo terminava dentro das suas botas pesadas. Parecia pronto para sair.

Ele começou a mover os ponteiros do relógio até ajustar o horário correto — ou a frequência como explicou —. Então, de modo nada simpático, a voz do Tempo ecoou pelo quarto.

O que você está fazendo?

— Sempre bom conversar com você, Tempo. — Kelvin devolveu, fechando a porta.

Não é hora para gracinhas, Kelvin. Deus falou comigo e disse que você andou mentindo para mim, então quando fui dormir tive uma visão do futuro: você e uma mulher. Quem você está escondendo, Kelvin?

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