— Eu falei para você não cair no papinho dele.
Gus bebericou um gole do cappuccino que acabara de pedir. Amanda misturava o chocolate quente com uma colherzinha de plástico descartável.
Ela revirou os olhos.
— Eu não caí no papinho dele, apenas queria entender o que estava acontecendo.
— E entendeu?
— Nem um pouco. — Suspirou, finalmente sorvendo um gole de sua bebida.
Depois da revelação bombástica de Kelvin, ela decidiu que era hora de arranjar algumas roupas. Para sua sorte, quando desmaiou mais cedo, o Ajudante lhe comprara algumas mudas de roupas de frio, para Gus também.
Quando deixaram o quarto, devidamente vestidos para encarar as temperaturas baixas, encontraram um café ao lado do hotel. A cidade em si não era tão grande, mas definitivamente era bem cuidada. Logo, Amanda constatou que era um lugar turístico, decorado com luzes e uma arquitetura parecida com a vitoriana, mas com um toque americano de madeira. O hotel tinha a parte externa mais moderna de toda a cidade.
— Agora me responda uma coisa, seu arrombado. Por que não me contou que estava namorando? Já faz dois anos, inclusive! — Comeu uma garfada de Baked Alaska, um doce que pediu junto ao chocolate quente.
Gus respirou fundo, arrumando a postura. Tirou o braço que estava escorando na cadeira ao lado e colocou a caneca de cappuccino novamente na mesa.
— Eu sabia que a maior parte do relacionamento seria a distância, pelo menos até eu conseguir terminar a faculdade e a gente se ajeitar. Achei que você iria ficar me zoando por isso. Afinal, você sempre dizia para aproveitar as festas para arranjar uma namorada.
Amanda quase se sentiu ofendida, mas sua indignação foi maior que qualquer outro sentimento.
— É assim que você me vê? Como alguém em quem não pode confiar nem sobre um namoro? — Sentiu uma súbita vontade de xingá-lo, mas havia um limite de quantas vezes no dia era permitido chamar o irmão gêmeo de nomes que fariam sua mãe desfalecer ao ouvi-los. E aquele dia já havia cessado.
— Não é que eu não confio em você... — Ele começou a explicar.
— Imagina se confiasse, então. — Comeu outro pedaço da sua sobremesa, mas parecia amarga. — Será que eles embalam? — Resmungou para si, procurando com os olhos a garçonete.
— O que você está fazendo?
— Procurando alguém para embalar minha comida. Você já estragou o clima.
— Foi você quem perguntou!
Amanda voltou o olhar para ele e foi o bastante para encolher os ombros, pedindo desculpas.
— Você é um babaca mesmo, hein?
— Por causa dessas reações exageradas eu deixei de te contar! Lembra do Marcos? O que aconteceu quando eu te falei?
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Alasca, te amo! | ✔️
RomansaApós dois anos longe de sua família em um intercâmbio em Londres junto de seu irmão gêmeo, Augusto, tudo que Amanda deseja é descansar em sua casa no Brasil, situada em uma cidadezinha no interior de São Paulo. No entanto, seus planos são virados de...