Ain't No Sunshine - Jadon Sancho ✅

Capítulo 8

Após deixarmos o estádio sugeri de irmos para a "minha casa", no caminho Jadon contava eufórico sobre seus colegas de times. As vezes observava da janela do carro a festa nas ruas, aumentando ainda mais minha saudade de Moscow.

Com pouca demora chegamos no prédio onde eu morava há dois meses. Mal entrei em casa e fui para a cozinha preparar estrogonofe, meu prato russo favorito. Prato esse que metade da humanidade não sabe que é russo. Malik me acompanha e senta-se na mesa americana e pergunta:

- Você gostou do jogo hoje? Chega ao pés do Spartak Moscow? - Droga, ele havia descoberto meu time do coração! - Que feio, Heaven, traindo a nobreza russa, incluindo seu pai. - Jadon estava se referindo a rivalidade moscovita, já que nosso maior rival CSKA era o time da elite, enquanto o Spartak era o time do povo e assim era chamado.

- A atmosfera do Iduna é muito linda, porém não chega aos pés da Otkrytie Arena. Não estamos nas melhores das fases, mas vê-los jogar em casa é sempre mágico. E sim, se torcer para o maior time da Rússia é trair minha família, eu sou traidora com MUITO ORGULHO. - Falei enquanto cozinhava.

- Diga-me, de todos os clubes que você estudou, qual você mais gostou? Mais se identificou?

- O Liverpool. - Falei simples.

- Como assim o Liverpool? O que é o Liverpool tem que o Borussia não tem? O You'll Never Walk Alone tenho certeza que não é, já que ambos cantam a mesma música.- Disse ele insatisfeito com minha resposta, pois é torcedor do Chelsea.

- O Liverpool é vermelho. - Piadinha de comunismo, caímos no riso. - Além desse fator, a cidade de Liverpool é muito unida, independente dos times, eles não se sentem representados pela elite da coroa inglesa, me sentia em casa.

Após essa conversa continuei a cozinhar e Jadon ficou mexendo no celular. Pedi que ele fosse ao mercado comprar cerveja, pois era o único item que faltava. Ele demorou alguns minutos, o que era normal pois o mercado era bastante movimentado, além dele ser celebridade em Dortmund. Quando retornou o jantar já estava servido, pouco tempo perguntei:

- Malik, como é lá em Trindade e Tobago? - Jadon assustou-se pela pergunta.

- Bom, não tenho lembranças de lá quando criança, pois nasci e fui criado na Inglaterra. Mas já fui lá umas duas vezes com meu pais, é o um lugar fascinante! É muito quente, mas as lindas praias caribenhas compensam. Mas por que essa pergunta?

- Nada... Bateu a curiosidade, não sei como é o "Novo Mundo", principalmente a América Espanhola e Portuguesa.

- Quem sabe um dia eu te levo lá. Mas tem que ser no fim do ano, enquanto aqui é inverno lá é verão.

- É, quem sabe... - Falei ao dar um gole no copo de cerveja.