A indiferença e o desespero

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Quando acordamos naquela manhã, ainda preguiçosos pelas loucuras de prazer da noite, havia entre nós um sentimento de cumplicidade. Nos olhamos, não com malícia, e sim com ternura e bem querer.

Foi uma sensação gostosa!

A vontade de ambos era continuar ali, saboreando o prazer de estarmos juntos, mas o dever nos chamava. Me troquei e fui para o jornal.

Stella foi para o seu quarto, se arrumar para descer.

Ao passar pelo salão cumprimentei a todos, Lúcia me sorriu, eu discretamente sorri de volta.

Nem café tomei neste dia, precisava ir cedo para o jornal.

Ao chegar no jornal me surpreendi!

Alguns de meus colegas notaram uma mudança em mim, e curiosos me perguntavam se eu estava me relacionando com alguém. Eu, apenas sorria e mudava de assunto.

Há alguns meses, minha vida era só o jornal!

As vezes saia com os amigos, bebíamos um pouco e sempre acabávamos falando de trabalho.

Do jornal para casa, da casa para o jornal, assim resumia-se minha vida.

Assim que consegui me desvencilhar daqueles amigos curiosos, sem mais delongas, comecei a escrever meu artigo do dia. E com meu estado de espírito, falei sobre felicidade!

"Felicidade! Será você felicidade um ET?! Será você um segredo escondido em alguma pirâmide no Egito, ou nos recôncavos de uma densa floresta?! Felicidade estará você escondida em algum comprimido, pílula, pó mágico, ou quiçá em uma cápsula do tempo?! Felicidade, porque esconde-se de nós pobres mortais? Não seríamos nós, dignos de saboreá-la? Muitos dizem que sabem onde estás, mas não tem o mapa. Os que dizem saberem onde estás, quando lhe perguntado o caminho, sofrem de amnésia repentina. Já outros, que dizem saberem onde encontrá-la, querem nos vender o caminho através de toalhinhas e outras bugigangas encantadas negociadas por vendilhões dos templos. Felicidade, sabe porque é tão difícil encontrá-la?! Por que você não está nas pirâmides no Egito, nas densa floresta, não está no comprimido, pílula, pó mágico, na cápsula do tempo, muito menos nas bugigangas dos vendilhões dos templos, e sim, está no Templo, no Templo que habita em nós. Felicidade, quando descobrimos você aqui, tudo se descortina, a nuvem que eclipsava nossa visão se dissipa e a clarividência se faz presente trazendo luz. Felicidade, você está na boa ação, em cada ato, ou gesto que fazemos ao nosso irmão, em cada toque, ou um simples soprar de bons pensamentos, intenções que efluímos ao universo e ele quão generoso, irá lhe retribuir, conspirando sempre a seu favor. Felicidade que habita em mim, permita-me usufruir de teus préstimos!"

By Juan Leblanc

Ao terminar meu artigo, acendi um cigarro e evitava pensar na visita de Lúcia, não queria criar um dilema em meus pensamentos, ademais, os três estavam felizes.

Foi um dia agradável!

Ao voltar para o velho casarão, levei flores e chocolates para Stella e também para Lúcia.

As duas ficaram extremamente felizes com os mimos!

Jantamos os três juntos, conversamos sobre diversos assuntos, rimos, brincamos, foram momentos inesquecíveis.

Como de costume, arrumamos o salão e depois, cada um foi para o seu quarto.

Passado algum tempo, Stella foi para o meu quarto.

Conversamos bastante e acabamos adormecendo abraçados.

Os dias foram se passando, e nosso relacionamento ficando melhor a cada dia. As visitas de Lúcia na porta do meu quarto, cada vez mais desejadas.

Eu, Você e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora