In Too Deep {5sos & 1d}

XXIII

Luke pov

Finalmente era sexta feira, eu estava super cansado daquela semana de escola e não aguentava nem mais um dia ter que acordar cedo e ir para as aulas

Ouvi a porta da rua bater e respirei fundo, eu tentava ao máximo não me cruzar com o meu pai e sempre que ele saia eu ficava aliviado

Arranjei-me para mais um dia vestindo um vestido verde floral, um casaco de ganga branco e por último os meus sapatos pretos preferidos. Coloquei também um pouco de perfume e algumas molinhas no cabelo. Peguei na minha mochila cor de rosa saindo do meu quarto

Andei até à cozinha para comer qualquer coisa, tinha-me esquecido de jantar na noite anterior, e apesar de ter várias vozes na minha cabeça a dizer para eu não comer eu não iria obedecer. Eu tentava ao máximo alimentar-me pelo Michael e pelo Ashton, mas principalmente por mim

-Luke, filho vais comer já a esta hora da manhã? — ouvi a minha mãe perguntar quando peguei numa maçã

-Não, claro que não — larguei a maçã sentindo-me culpado por ter pensado em comê-la

-É para o teu bem, não queres ficar gordo e desapontar a mãe pois não? — observei-a pegar um cigarro e acende-lo

-Não, desculpar — disse ficando triste por não conseguir ser perfeito como a minha mãe desejava

Vi-a vir até mim dando-me um beijo nos cabelos enquanto abria uma garrafa de vinho e despejava o líquido para uma taça começando a bebe-lo

Voltei a ouvir a porta vendo o meu pai entrar em casa visivelmente bebedo. Encolhi-me já sabendo o que iria acontecer

Tentei sair rapidamente de casa sendo parado quando ele fechou a porta trancando-a e não me deixando sair

-Eu já não te disse para não usares essa merda de roupa? Um filho meu não por andar por aí vestido como uma vadia

-Mas eu gosto — sussurrei encolhendo-me ainda mais ao ouvi-lo gritar

-Eu perguntei se gostavas ou não? Eu disse que não podes usar isso, o que é que as pessoas vão pensar de mim? Que não soube cuidar da minha família, que não tive mãos nos meus filhos, ou melhor em ti, os teus irmãos nunca foram assim

-Por isso é que eles não estão aqui, foste um pai tão bom que eles adoram vir cá — gritei não aguentando mais

Em troca recebi um tapa forte na cara que sem dúvida alguma iria ficar marcado. Deixei uma lágrima cair limpando-a logo em seguida, eu não iria chorar nem mais uma lágrima por aquele monstro, ou pelo menos queria acreditar nisso

-Deixa-o em paz — ouvi a minha mãe falar enquanto ainda bebia

-Este merda além de ridículo ainda pensa que tem o direito de falar da maneira como eu educo os meus filhos

-Mas eu também sou teu filho

-Assim com essa roupa e com essa atividade não és meu filho, és apenas uma aberração

-Então quando fizer 18 anos vou fazer como os meus irmãos e vou sair daqui, já que nem na minha própria casa sou bem vindo

-Não seja por isso, podes ir já, não te quero aqui, desaparece da minha casa — ele pegou no meu braço com muita força marcando a minha pele e abriu a porta jogando-me na rua como um saco de lixo

Cai no chão começando a chorar, tudo aquilo que ele tinha dito magoava-me, não conseguia fazer nada certo e que orgulhasse os meus pais

Para além de estar triste todo o meu corpo doía, o meu rosto continuava a arder e o meu braço começava a ficar inchado