4. A escadaria da Torre

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1.833 palavras

Rose passou a noite ansiosa. Acordou várias vezes durante a madrugada e no pouco tempo em que dormira, sonhara com o dia seguinte. Ela realmente estava precisando fazer a conversa entre Scorpius e Alvo acontecer. No amanhecer do dia ela estava exausta, mas isso não a impediu de levantar no horário planejado.

Assim, ela chegou ao Salão Principal antes mesmo dos amigos e foi direto à mesa da Lufa-Lufa, sentando ao lado de um garoto ruivo e com traços que se assemelhavam muito aos seus.

— Bom dia, irmãozinho preferido! — ela disse com um sorriso largo, se sentando ao lado de Hugo e roubando um pedaço de bacon que estava no prato à frente dele.

— Bom dia, Rose. Sabia que eu sou seu único irmão, né? Não tem como eu ser “o favorito”. Vai, diz aí. Precisa de mim pra quê? — Ele riu e beijou a bochecha da irmã.

— Credo, se você tá achando que tô tentando comprar um favor seu com elogios, tá achando certo. — Rose riu, fazendo Hugo revirar os olhos, porém com uma expressão divertida no rosto. — Não é nada muito difícil. Pede pro Al e pro Scorp me encontrarem na escada pra Torre daqui uma meia hora?

— Bem simples dessa vez, mas você tá me devendo essa. Somando com os dois últimos favores, acho que já é suficiente pra me ajudar a convencer o pai a me dar um Playstation 5.

— Vou pensar no seu caso… Agora preciso ir. Te amo, Huguito. E valeu pela ajuda!

Rose saiu do salão, não sem antes roubar mais um pedaço de bacon, deixando Hugo com um olhar de falsa indignação. A maneira que ela encontrou de conspirar a favor da conversa dos amigos tinha sido bem simples: deixá-los na escadaria esperando por ela, mas ela nunca chegaria. Caso não desse certo, ela estaria bem ocupada pensando num plano B.

Cerca de cinco minutos após a saída de Rose do salão, Hugo avistou Alvo e Scorpius chegando juntos à mesa da Sonserina. Acenou para ambos, então, o que fez os dois garotos irem até ele.

— Bom dia, cobrinhas! A mandona da minha irmã falou para vocês encontrarem ela na escadaria da Torre.

— A Rose é tão aleatória. Mas ok, texugo. Valeu… — Alvo respondeu enquanto pegava alguma coisa para comer na mesa do próprio Hugo. Scorpius não disse nada, apenas levou a mão à boca com o olhar perdido, cedendo ao seu péssimo hábito de roer as unhas.

— Toma. Come alguma coisa que não seja seu dedo — Alvo sussurrou com um sorrisinho, fazendo o loiro revirar os olhos e lhe entregando algumas torradas quando ambos já caminhavam em direção ao local onde encontrariam Rose.

Scorpius aceitou as torradas e começou a caminhar com o coração num ritmo descompassado. Ele não sabia por que, mas tinha a impressão de que Rose estava tramando alguma coisa. Não custava nada ela ter esperado por eles para os três irem até a Torre de Astronomia juntos.

As tentativas de puxar assunto por parte de Alvo foram aos poucos minguando pelo caminho, já que Scorpius não fazia nenhum deles efetivamente render. Ele não estava fazendo aquilo de propósito, mas a mente vagava longe, na promessa que tinha feito à Rose. Ele não era de quebrar promessas, então estava sendo realmente difícil lidar com o fato de que, se Alvo chegasse àquele assunto, ele teria que conversar. O melhor mesmo era não engajar em nada. Todo e qualquer assunto era um caminho em potencial para chegar naquele assunto.

Quando o caminho até a escadaria finalmente terminou, os dois sonserinos se sentaram em silêncio e assim permaneceram enquanto esperavam Rose e partilhavam o café da manhã improvisado por Alvo através do inofensivo furto à mesa da Lufa-Lufa.

Sentimentos - Scorbus - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora