Coberto de sangue

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Cemitério de New Orleans

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Cemitério de New Orleans.

Sangue. Ele precisava de sangue. Após acordar, no chão de concreto da lápide, Killian se levanta aos poucos. Seus sentidos estavam estranhos. O vento havia se tornado mais acolhedor, e as chamas mais altas. Absurdamente mais altas.

Killian encara todas as bruxas ao redor, com a mesma raiva de sempre, porém mais...mais intensa. De repente, todo sentimento de ódio que ele sentia em relação a elas, estava muito mais forte, incontrolável....

O garoto se vira para Eleanor, que permanecia sorridente. Maldita bruxa. Maldita bruxa. Ele pensava. Sua expressão se fecha completamente. Raiva. Ele sentia profunda raiva.

— Killian, se acalme. Logo todos os seus sentidos ficarão familiares. Vai se acostumar com a sensação. Agora precisa se alimentar, para completar a transição.— a bruxa fala, tranquila. Estava tão tranquila.

Killian observa, na multidão de bruxas, uma delas se aproximar da lápide em que ele estava. Ela sobe sobre a lápide e se aproxima de Killian.

— Killian, está é Beatrice. Vai se alimentar dela.
Eleanor fala, e sem questionar nada, Beatrice estende o pescoço claro e convidativo para Killian. Uma sensação de fome gutural lhe preenche. Killian se aproxima da garota e presas se formam em seus dentes. Sem pensar em mais nada ao redor, ele crava as presas na garota. Que geme com a dor ardente, porém continua a oferecer seu sangue.

Killian se delícia com o sabor, nunca havia provado nada tão saboroso. Tão real. O garoto chupa com mais intensidade. Força. Beatrice parece sentir mais dor.

— Killian, já é o suficiente.— Eleanor fala, séria. Porém Killian não quer parar. O garoto se sente completamente poderoso. Não pode parar agora.

— Killian! Pare já! Agora.— É a vez de Olivia, sua assassina agora, esbravejar outra ordem. Tantas ordens. Ele só sabia ouvir ordens.

Killian não para, apenas aprofunda ainda mais as presas no pescoço indefeso de Beatrice. A garota solta um grito alto. E de repente, Killian simplesmente agarra seu pescoço com as duas mãos, e o quebra. A garota cai sem vida no chão.

Sua boca estava completamente suja de sangue. Killian estava inexpressivo. O garoto levanta as mãos e as observa. Tudo estava tão diferente. Ele estava tão forte. Nada poderia para-lo. Ninguém o salvaria. Então ele mesmo faria isso.

Eleanor estava horrorizada com a crueldade do garoto, assim como as outras bruxas restantes. A anciã toma uma atitude e com sua magia, levanta uma das mãos em direção ao garoto que agora observava as próprias mãos de modo curioso, e então lança um feitiço de dor profunda em sua cabeça.

Killian sente uma pontada forte na cabeça e cai de joelhos no concreto duro. Ele rapidamente coloca as mãos na cabeça na tentativa de parar a dor. Ela sempre fazia isso. Sempre causava essa mesma dor, quando ele  não acertava um feitiço. Porém o garoto estava farto, cansado demais pra tudo aquilo.

Ele então, com uma força tremenda, retira as mãos da cabeça e as coloca no chão. O garoto, ainda completamente coberto de sangue. Olha para a multidão de bruxas ao redor, todas olhando com raiva de sua espécie, raiva de sua existência, nojo de seu tipo. Killian range os dentes por conta da dor, e então solta um grito rouco de pura agonia. Sua pele branca, estava vermelha por conta do esforço. E então, seus olhos ficam amarelos e ele explode.

Magia bruta e pura, irradia pelo local. Bruxas alguns metros ao seu lado, caem com força para trás. O garoto rapidamente se levanta e observa a multidão de bruxas, correndo, desesperadas.

Ele iria acabar com isso de um vez por todas, todo sofrimento, toda dor que sentiu, ele as faria sentir em dobro. Porque se elas o consideravam um monstro, então ele seria um maldito monstro.

Killian salta da lápide e agarra a primeira bruxa que encontra, ele puxa seu pescoço e crava suas presas nele. Rapidamente chupa pouca quantidade de sangue antes de quebrar seu pescoço. Ele para no meio da multidão e solta sua magia em um grupo de bruxas por perto. Todas caem com os pescoços quebrados. Ele mata uma, duas, três...

Ele não vai parar. Não precisa parar. Algumas bruxas tentam imobiliza-lo mas é inútil, o garoto as joga no chão e para seus corações com magia. Rápido e forte. Outro grupo de bruxas de mãos dadas tentam realizar feitiços, porém Killian é mais rápido e arranca duas barras de ferro que cercavam uma das lápides e as joga com uma força anormal, perfurando seus corpos indefesos.

Várias bruxas caem, outras tentam correr, Killian sobe em uma das grandes lápides e grita.

— Venham minhas irmãs!! Eu sou seu grande salvador, aquele que lhes tratei a verdadeira liberdade! Venham e lhes darei uma morte rápida e indolor. Se correrem, vou caça-las até meu último suspiro.

Killian esbraveja com autoridade e ironia. Seu corpo encharcado de sangue e seus braços abertos ao lado do corpo.

Minutos depois, tudo havia acabado. Killian não sabia se havia matado todas, só sabia que não se sentia melhor. A angústia ainda invadia seu coração. Os anos de solidão e desprezo, ainda pesavam seu peito. O garoto havia arranjado álcool em uma das capelas e jogou em todos os corpos. Ele dá as costas as dezenas de bruxas mortas e com sua magia, levanta um dos braços em um movimento descontraído, e em seguida fogo jorra em seus corpos.

Killian vai embora, em direção ao que acha que pode acabar com seu sofrimento. Ele vai planejar, a morte de sua família.

O Filho do HíbridoOnde histórias criam vida. Descubra agora