CAPITULO 01

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Deivid Santana

Deivid Santana

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Dk

Anos antes do encontro no ônibus.

----DK eu preciso de você.

Meu pai me liga e pelas notícias na televisão ja sei do que se trata.

Vou até a Cassandra esperando que ela aceitasse.

Cassandra é o amor da minha vida, mesmo que ela seja filha de papai rico, mas nao tenho preconceito, nosso amor pode superar tudo.

-----Meu pai me chamou para conversar e provavelmente vou ter que ser gerente no morro.

-----Gerente no morro Douglas? O que seu pai faz la?

-----É o dono e ele me chamou.

-----Pois diga nao meu anjo, todos sabemos como essas coisas de favela acabam, cadeia ou caixão.

-----Isso nao vai acontecer comigo, vamos morar la comigo, posso te dar de tudo eu te amo.

-----Nao posso correr o risco de ser presa com você. Em breve entrarei para uma das melhores faculdades Douglas. E voce vai ser gerente de morro por uns dois anos ate morrer ou ser preso. Eu te amo, mas está pedindo demais.

-----Isso é preconceito Cassi, muita gente vive bem lá.

-----Mas nao tem ligação direta com o dono. Nem sei se legalmente isso existe.

-----Fica bem ta? Eu te amo.

Chorando e triste pra caralho vou conversar com meu pai tentando convence-lo do contrário.

O tempo passa e continuo acompanhando a vida de Cassi ao longe.

Eu me junto com uma garota do morro pra passar boa impressão e ela engravida.

Sou preso duas vezes por tráfico de drogas e armas e então abandono o morro apenas com Deivid  ja que a mãe dele comecou a ser usuaria  de crack e heroina e acabou morrendo pela madrugada enquanto eu ainda estava preso.

Quando recebo a ligação do meu pai ja sabia que ele estava querendo que eu assumisse de uma vez e ver Cassi me acusando de ter  me tornado o que ela falou devido as tatuagens me enche de raiva e acabamos discutindo, porque bem sei por onde seu marido anda e quem deve .

Eu sei do vicio em jogos dele, caso contrario ela nao estaria levando a filha que deveria ser nossa de ônibus ao balé.

Assumo o morro do meu pai que estava doente e minha única exigência era deixar Deivid estudar e fazer faculdade coisa que nao pude fazer.

Por enquanto eu Dk, era o dono do morro, mas nesse mundo sem lei, só tinha uma certeza, Deivid nao seria parte desse legado.

                    *********
Deivid Santana

18 anos atrás

----Dk, eu preciso que venha até mim com urgência.

Meu pai ficou tenso, talvez ja sabendo o que o esperava, mesmo aos sete anos eu ja sabia o que urgência significava no caso do caso do meu avô.

-----Nao pai, eu tenho certeza que há outras opções.

-----Até tem, mas nenhum que tenha o meu sangue. Venha sem medo, é apenas uma conversa.

Depois que meu pai foi preso duas vezes, ele havia saído da gerência do meu avô e foi morar em um bairro comum comigo, ja que a minha mãe havia morrido de overdose quando eu era menor.

Meu aniversario seria em sete dias, so que meu pai nao tinha paciência para esperar sabendo que eu queria tanto um carro de polícia de presente, por isso o antecipou.

Parecendo o Ze Ramalho, meu pai colocou seu chapéu, pôs a mochila nas costas e mal tenho tempo de pegar meu boné e o carrinho novo.

Entramos no ônibus e o olhar de uma menina me chamou atenção.

Enquanto meu pai pagava, eu sai correndo e sentei na frente da garota, eu sei que nao teria coragem de falar nada, mas era uma garota linda dos cabelos tão grandes e loiros, tenho certeza que se eu passar a mão serão macios como aquelas cobertas felpudas que vende nas lojas Americanas.

Meu pai trava olhando para o banco de trás e então, com uma voz baixa a garota pergunta a ele.

----Qual seu nome?

----Douglas.

Meu pai se senta e ela volta a conversar com ele.

----Eu nao escuto direito, o que voce disse?

----Ele é seu filho?

-----É sim, Deivid.

-----Ele parece badboy, se sentou e nem disse oi.

Fico com mais vergonha ainda do que já estava.

-----Ele tem vergonha e qual é o seu nome?

----- É Bailarina e estou indo para casa.

Sua mãe encara meu pai e então bailarina volta a perguntar ao meu pai.

-----Por que usa esse chapéu tao engraçado?

-----Voce quer?

A garota  afirma com a cabeça e depois tem a brilhante ideia de trocar de lugar com meu pai pra ver o meu carrinho.

----E aí badboy você também acha que os dois se conhecem?

----Pode ser.

-----Voce vai me dar o seu carrinho para lembrar de você?

Meu carrinho nao, tenho vontade de xingar porque ela tem a mania de pedir as coisas.

-----Olha bailarina, até te dou, mas vai ter que devolver o chapéu do meu pai, é a camuflagem dele.

-----Combinado.

Bailarina me disse que esse apelido dela, só eu posso chamar assim como badboy só ela tem direito. Que ela guardará o carrinho para me devolver na próxima vez que nos vermos.

Concordo, mas me arrependo ao ver meu pai discutir com a desconhecida mãe da bailarina.

A bailarina fica triste, porque teve a ideia e meu pai puxa a cordinha nos fazendo descer no próximo sinal para pegar outro ônibus.

Timidamente a bailarina me mostra o carrinho e me pareceu uma promessa sem sentido.

                    ******
Meu  pai cumpriu a sua promessa de me deixar estudar e viver longe das maldades do morro.

Eu iria começar a faculdade em breve e ja fazia dois anos que meu pai morreu por isso para cursar a faculdade de gastronomia eu precisaria trabalhar durante o dia.

Tento varios bairros para alugar uma casa, mas todos fogem ao meu orçamento já que tive que vender a casa para pagar as contas do hospital e o funeral do meu pai.

Eu poderia tentar asilo na favela, mas alem da possibilidade de sair caro, meu pai iria se revirar no túmulo e então vejo no Facebook um anuncio de República feminina e então tive a ideia que poderia mudar minha vida para sempre caso desse certo.

E eu garanto que apesar de ter conseguido a vaga na casa, nao poderia ter dado mais errado.

Como é que se finge gay em uma casa cheia de gatas?
  

A BailarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora