A Bailarina

CAPITULO 05

Samantha

Alguns momentos na nossa vida exigem uma reflexão, mas estamos ocupados demais tocando o foda-se.

Ha uma estrada, mais especificamente chegando em Capitolio Minas Gerais,  que é muito original quando se trata da vida.

Melhor explicando, na vida você tem momentos ótimos o que é uma grande subida, aí tem alguns deslizes que te deixa triste, mas tudo bem porque você já avista há uma pequena distância mais uma subida da felicidade e nao pára para sentir a dor , a angústia e nem a raiva, porque está ocupado demais almejando as subidas, ate que em dado momento so enxerga decidas íngremes e umas curvas desesperadoras que só sabe dizer:
----Puta que pariu

----Jesus amado

-----Misericordia

E por fim:

-----Gracas a Deus, essa foi por pouco.

Devido o nível de exigência da minha mãe para que eu seja melhor, mesmo sem abrir a boca eu nao aprendi andar de bicicleta, a nao ser que as aulas aeróbicas da academia conte.

E quando Felipe com ar misterioso se impôs na minha vida oferecendo um almoço, eu confesso que nao sabia dizer nao, porque ele transmitia liberdade  e perigo ao qual nunca experimentei, como se ele fosse uma doce aventura e ainda me permitisse ver e brincar com Gabi.

E quando menos percebi estavamos namorando.

            *******
Daniela tira o sorvete da minha mao e diz que todos estamos intimados a jogar bola com ela na quadra da comunidade que tem uma matéria para fazer e ainda afirmou que eu tinha que estar lá porque a entrada da equipe dela só foi autorizada porque Felipe é o meu namorado.

Como eu comecei a dizer, Felipe é dono de uma comunidade, ou morro ou favela, nao sei o termo certo, mas ele disse que era muito pacífico e como se fosse uma cidade ele era o prefeito.

Vestindo um short larguinho e camiseta fomos todos apertados no seu carro para economizar tempo e dinheiro.

Na quadra estava bem cheio de gente de todos os tipos, na rua varias motos fazendo aquele tal corte de giro, crianças correndo e brincando enquanto suas maes em alto e bom tom fofocavam.

Confesso que fiquei encantada, pois mesmo em Jundiai tudo era medo e insegurança.

------Ae Sam vem dar uma volta.

Na minha cabeça tem minha mãe dizendo pra nao ir porque pode me impedir de dançar, mesmo que eu nem vá pilotar o que nao sei, mas como eu ja disse tem momentos que estamos ocupados demais tocando o foda-se, entao sem nada responder, deixo a bola com Deivid e subo na garupa de Felipe que quase me enfarta empinando a moto.

Eu senti um misto de medo e adrenalina que na segunda vez que ele empinou eu realmente me senti liberta.

Felipe parou em frente um bar e pediu cerveja para nós o que pra mim também era novidade já que alcoólico so havia bebido champanhe dia de ano novo e vinho com as meninas.

Deivid senta ao meu lado e me recrimina.

-----Isso e perigoso pra você Sam, bebida moto, qual o próximo passo.

-----Voce está parecendo minha mãe Deivid, tem tanto boy por ai pra você trepar igual trepadeira vai ficar no meu pé? Tenho bastante responsabilidade.

Responsabilidade até demais já que Felipe só fica nos beijos. Nem parece o putão que todos pintam.

Dani ja tinha terminado a materia e estava jogando futebol enquanto as meninas que nao jogavam nada como eu estava so observando.

----Ei se algum dia algo me acontecesse você ficaria com a Gaby?

----Claro, mas que tipo de pergunta é essa? Estamos bem né? E seguros?

-----Sim estamos, mas é que a vida e feita de altos e baixos ne?

----Sei sim e so me ligar.

Dou risada, mas Felipe nao?

----Voce assinaria um papel?

----Esta me pedindo em casamento?

-----Ainda nao.

                   ---##---

Felipe anda um pouco sumido, mas ser "prefeito de morro" deve ser um pouco complicado ja que ele é a lei.

Às vezes durmo no sofá esperando uma ligação que nao vem.

Amanhã é meu aniversário, 21 de julho.

Eu discuti com a minha mãe então nem preparei nada para comemorar, mas o destino tinha das suas jogadas.

------Surpresa.

Felipe entra na frente segurando o bolo enquanto Deivid passa para o quarto provavelmente ainda chateado do dia do bar.