Se Faz Sentir, Faz Sentido

Capítulo 17

Selena Fernandes

- Praticamente tu já sabias sobre o lance que eu tive com o Ricardo. Aquilo era apenas um compromisso sem envolver sentimentos e ainda seria se eu não ficasse apaixonada por ele. – ressaltou ela fungando eu estava vendo a minha prima mal, estava péssima – No príncipio eu não me importava quando ele ficava ou dava atenção para outras Mulheres mas no passar  do tempo eu fui apegando-me mais e mais a ele. Eu sei que errei bastante em envolver os meus sentimentos mas quando dei por mim, já estava bastante envolvida nele, apegada a ele e realmente apaixonei-me pela pessoa que ele é. – declarou sentando-se no meio da cama com o seu rosto banhado em lágrimas.

- O que aconteceu? Tu contaste nele que você esta apaixonada por ele? – interroguei ansiosa pela sua resposta, também tomando a mesma posição que ela.

- Eu não contei nada para ele pois no final ele acabou descubrindo tudo sozinho. – disse limpando as lágrimas com o dorso das suas mãos. – Há duas semanas atrás, eu ficava toda grudada nele, pois não queria que a gente só ficasse assim quando marcassemos o encontro. Ele não gostou da ideia o que realmente deixou-me furiosa. Ele já estava limitando muitas coisas entre nós por isso um dia desses segui-o para ver com quem ele estava sempre ficando e consegui. Num dia desses fui naquela casa, tocando a campainha uma mulher apareceu de roupão e ele logo atrás totalmente pelado. Foi naquele exato momento que descubri que estava apaixonada por ele, eu me senti humilhada, usada, estúpida e tive a certeza que conhecer ele foi um erro grave. – informou ela bastante abalada.

- Depois daquele dia, eu limitei-me pois vi que já não queria seguir com essa ideia idiota de compromisso pois os meus sentimentos já estão bastante visível e envolvidos. Só bastou o Ricardo ligar-me e eu fui correndo igual uma puta, como se depende-se dele. Aquela dia foi maravilhoso passamos a noite toda fazendo amor e na manhã seguinte acordei sozinha e com um simples bilhete dizendo "o nosso compromisso foi ótimo mas tudo termina por aqui, não quero ficar com alguém que já tem sentimentos por mim"– proferiu tapando o rosto com as mãos como se tivesse vergonha de si mesma, da situação que nem ela tinha noção que estava entrando, simplesmente proximei-me dela e ela acabou deitando a sua cabeça no meu colo.

- Vocês ainda costumam a falar? Ainda se veem? – perguntei meio receosa.

- A gente não se fala já a uns três dias. Ele não liga para mim e eu também faço o mesmo. Nunca mais quero ficar numa situação assim. – disse num tom muito sério e ficamos num silêncio total por cinco minutos.

- Selena! – chamou-me a Aurora fazendo-me olha-la.

- Humm! – murmurei.

- Você teria um sobrinho. – sussurou voltando a chorar.

- Não me diga que você estas grá.... – interrompeu-me...

- Eu perdi ele, no dia seguinte em que você viajou. Depois da sua ligação e da briga que tive com a Anastácia saí de casa muito estressada que ao atravessar a rua do quarteirão a seguir fui atropelada e acabei desmaiando. Acordei no hospital e com a nóticia de que perdi o bebê. – disse fungado ela estava totalmente triste – Ele já tinha duas semanas e a inútil aqui nem sabia da existência dele, ele já estava aqui batendo, eu seria mãe. Eu sou culpada por perde-lo. – disse escondendo o seu rosto julgando-se, me deixando espantada. – Ainda por cima a Anastácia esta tão fria comigo. – acrescentou ela deixando-me surpresa pois a Anastácia e a Aurora dificilmente ficam mais de um dia brigadas, elas tem uma conexão de dar inveja.

- Em pouco dias que estive fora aconteceram tantas coisas!- exclamei respirando fundo - Por que não ligaste para mim, eu iria dar um jeito e voltaria para ficar contigo? Como estas lidando com tudo isso? – questionei a olhando no meu colo e ela continuava chorando, ela esta quebrada.

- Eu não queria estragar as suas férias com as minhas coisas bobas, coisas que eu mesma fui procurar. – respondeu novamente jogando a culpa em si e ficou sentada na cama olhando para barra da camisola que estava pegando.

- Quem disse que as suas coisas são bobas. – peguei as minhas mãos e levei ao rosto dela levantando para olhar nos meus olhos. – Olha para mim, as suas coisas, os seus problemas não são e nunca serão apenas coisas bobas para mim, a gente é praticamente irmãs e temos que ajudar uma outra esta bem. – declarei a vendo assentir a cabeça e abraçou-me tão forte.

- Eu quero pedir algo pra você, por favor não diga nada a Avó nem a Anastácia. Elas não sabem o que aconteceu e prefiro que esteja assim. – pediu ainda aconchegada a mim.

- Tu já sabes da resposta amor. E realmente lamento por tudo que passaste. Eu estou aqui, para tudo que precisares. Mas prometa-me que tu vais parar de ficar culpando-se pelas coisas que vem ocorrendo pois nem mesmo a gente tem noção do espaço, hora e local que estamos por vezes. – afirmei a puxando para mais próximo de mim deixando um beijo demorado no centro da sua cabeça.

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