Em uma tarde fria Qiang Shi descobriu que sua vida mudaria drasticamente ao se ver em um mundo completamente diferente, um mundo ao qual Wen Tai pertence.
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Qiang Shi foi a casa de seu amigo Mun Bao e acabou acordando todos com a campainha sem querer. Mun Bao se levantou da cama e abriu a porta vendo que era Qiang Shi, ele só conseguia imaginar que Dalai Xia havia feito alguma coisa com ele.
“O que aconteceu?”, Mun Bao estava muito preocupado.
“Eu vou voltar para o outro mundo, vem comigo!”
“Quando eu disse que iria com você eu não estava falando sério. Qiang Shi, eu tenho uma vida aqui e não saberia como viver em outro lugar!”
“Eu te amo, obrigado por tudo que fez por mim”, Qiang Shi sorriu tentando segurar as lágrimas.
“Eu também te amo”, Mun Bao o puxou para um abraço.
“Se cuida”, Qiang Shi separou o abraço já deixando algumas lágrimas caírem.
“Se eu chorar eu vou te bater”, Mun Bao apontou o dedo para a cara dele e começou a chorar.
“Obrigado, irmão”, Qiang Shi sorriu abertamente.
“Adeus, irmãozinho”, Mun Bao passou a mão na cabeça dele.
Depois da despedida Qiang Shi caminhou calmamente até a ponte de madeira e olhou para a água com um sorriso nervoso no rosto. Ele entrou na água e logo a pulseira começou a brilhar fortemente. “Estou pronto”, ele fechou os olhos.
A água o puxou lentamente para o fundo o engolindo completamente e dessa vez Qiang Shi estava totalmente tranquilo. Qiang Shi apareceu flutuando no mesmo lugar em que Wen Tai havia o encontrado antes, ele sentia que finalmente estava em casa.
“ENCONTREI ELE”, um soldado gritou perto do riacho.
Qiang Shi foi levado rapidamente para o palácio e Wen Tai o segurou como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo. “Para onde você foi?”, ele o apertou ainda mais em seus braços.
“Meu amor...”, Qiang Shi abriu os olhos já com a certeza de quem estava o segurando em segurança.
“Você está bem?”, Wen Tai não conseguiu mais segurar e começou a chorar.
“O que aconteceu?”, Qiang Shi ficou um pouco confuso com a forte comoção dele. “Quando você desapareceu eu não consegui...acabei indo até Dishi Enlai e o confrontei. A guerra teve início há várias luas...eu fiquei tão preocupado com você...eu achei que estivesse morto em algum lugar”, Wen Tai respirou fundo para conter as lágrimas.
“Aquele velho me levou para minha casa na China...Dalai Xia estava lá e meu irmão Mun Bao também!”
“Ele fez alguma coisa com você?”, Wen Tai ficou com raiva instantaneamente só de ouvir o nome dele.
“Eu não deixei, graças a você eu pude ver que ele era apenas um homem fraco sem nenhum poder sobre mim”, Qiang Shi se esforçou para levantar.
“Não precisa se mexer”, Wen Tai o colocou deitado na cama com cuidado e o cobriu com o lençol em seguida.
A fraqueza veio mais forte juntamente com uma febre alta, ele nem conseguia se mexer e por isso não abriu os olhos em nenhum momento. Os médicos reais não conseguiam fazer nada por ele e Wen Tai precisou tomar uma decisão para ajudá-lo o mais rápido possível.
“Qiang Shi, eu vou levar você a um lugar onde podem te ajudar!”
“....”, Qiang Shi apenas abriu uma pequena abertura entre os lábios, mas não conseguia falar nada.
Wen Tai colocou apenas o necessário em uma carroça e em seguida acomodou Qiang Shi do melhor jeito possível. Ele deixou um general no comando da batalha e começou a jornada à procura de curandeiros que vivem entre as montanhas do sul. Esses curandeiros deixaram de viver na Capital há muito tempo quando surgiu a medicina moderna que para eles não era algo natural que pudesse de fato curar alguém.
O único caminho pela montanha era perigoso e difícil, Wen Tai tomou muito cuidado para não acontecer nada com a carroça e consequentemente com Qiang Shi. Porém ele havia chegado a uma parede de gelo que parecia subir até o topo da montanha. Nesse momento ele já estava desesperado o suficiente para se ajoelhar e implorar por misericórdia.
“Ele precisa de ajuda, por favor...eu faço qualquer coisa...por favor...”, Wen Tai suspirou cansado.
Uma passagem se abriu lentamente e um outro caminho diferente apareceu do outro lado. Wen Tai pegou Qiang Shi no colo e passou rapidamente pela passagem. “Obrigado”, ele agradeceu aliviado.
A passagem se fechou atrás deles e algumas plantas começaram a brilhar quando Wen Tai se aproximou com Qiang Shi no colo.
“Eu preciso de ajuda”, Wen Tai olhou em volta.
Uma anciã saiu de trás de um pilar de pedra segurando um cajado para dar apoio. Wen Tai se virou para ela imediatamente e se aproximou sem demora.
“Ele precisa de ajuda, por favor”, Wen Tai olhou para Qiang Shi em seus braços.
“Traga ele!”
A anciã os levou para uma gruta com águas extremamente rasas e deu a ele um hanfu vermelho. “Vista ele e o coloque na água”, ela apontou para a parte mais rasa.
Wen Tai vestiu Qiang Shi com cuidado e em seguida o colocou deitado sobre a fina camada de água bem no centro dela. A anciã se posicionou próximo a ele.
“Qiang Shi, o sangue do dragão da liberdade corre em suas veias. Como sua serva, irei guiá-lo de volta ao seu caminho”, a anciã bateu o cajado na água com força.
Wen Tai não entendeu o que ela queria dizer, mas isso não era importante agora, ele só queria que Qiang Shi ficasse bem, mas nada aconteceu. “Ele ficará bem?”, ele olhou para ela com preocupação.
“O dragão da liberdade irá despertar em breve!”
Já havia se passado muito tempo e Qiang Shi não apresentou nenhuma melhora, parecia até que ele não estava respirando. Wen Tai correu até ele e o pegou no colo. “Volte para mim”, ele começou a chorar.
As lágrimas caíram sobre o rosto de Qiang Shi e o mesmo sentiu cada gota. Ele abriu os olhos e esticou a mão em direção ao rosto do homem em prantos. Wen Tai sentiu o toque e o tomou em um abraço cheio de alívio.
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