03. Believe

5.1K 408 461
                                    

Zayn Pov's:

Eu olhava desconfiado, porém, não sentia a real necessidade de sentir medo. Tenho a leve impressão de que o seu olhar me transmitia confiança. E foi aí então que minha ficha caiu.

Ele é um dos tais humanos.

A pessoa que estava em minha frente mantinha um sorriso amistoso em seu rosto, o que de certa forma me acalmava. Talvez eu não precisasse sentir medo dele. Talvez ele seja um dos humanos bons que Deus dizia valerem a pena serem salvos.

O humano que eu descobrira se chamar Liam, pareceu perceber a onda de pensamentos que me tomavam, e seu sorriso fora murchando aos poucos.

- E-eu acho que eu deveria estar com medo. - Lhe olhei interrogativo. - Sabe, uh, você é o estranho em minha casa. - Coçou sua nuca amuado, enquanto se afastava.

Eu estava fazendo-o se sentir mal em sua própria casa. Eu precisava dizer algo. Mas o quê? E como? Eu não me lembro muito de inglês, se levarmos em conta que no céu não usamos muito o idioma. Quer dizer, não usamos nada.

Fecho meus olhos procurando me lembrar de uma ou outra palavra que pudesse utilizar para formar uma frase coerente. Palavras desconexas tomavam minha mente em uma mistura de latim e o 'novo' idioma. Abri os olhos e o fitei, ele parecia ansioso.

- D-desculpa, eu-eu não queria te deixar desconfortável. - Ele assentiu com a cabeça.

- Posso confiar que você não vai esperar eu me virar para me matar? - Perguntou sem pensar e sorri divertido ao que seus olhos se arregalaram. - Desculpa.

- Olhe para mim. - Não era preciso que eu pedisse, ele já fazia isso e eu não o julgo. Não é todo dia que você acha um estranho e o leva para casa.

- Eu estou fazendo isso desde que você acordou. Mas não confio muito em aparências. - Senti uma certa amargura em sua voz. Liam parecia ser muito alegre, mas não confiava muito. Essa era uma de suas fraquezas.

Os anos que passei analisando os humanos me fizeram perceber pequenos detalhes que geralmente passavam despercebidos pela maioria das pessoas. E possivelmente por isso, percebi o leve enrugar de suas sobrancelhas e testa. Muitas das relações humanas ainda me eram um mistério, e mesmo observando-os de longe havia muita coisa que me intrigava. Por isso havia pedido para vir, eu queria entender coisas que de longe não poderiam ser entendidas.

- Eu prometo. - Não sei se foi a sinceridade das palavras que saíram de minha boca, ou o tom em que foram proferidas, mas Liam pareceu enfim acreditar em mim.

Olhei para meu torso vendo roupas que nunca havia em mim. E que nunca passara em minha cabeça usar. Um moletom claramente maior que eu me cobria, o mesmo tapava minhas mãos que o agarrava pelas pontas, e forçava os nós de meus dedos contra o tecido felpudo. Liam não era o único a estar assustado. Sorri com a constatação.

- Estava frio. - Desviei o olhar para Liam. - Eu limpei seus ferimentos, e passei remédios que ajudam na cicatrização. E como estava muito frio, eu coloquei roupas minhas em você. - Estava claramente sem jeito. - Espero que você não se importe.

- Obrigado. - Respondi simplesmente.

- Ah, e eu definitivamente não toquei de sua cintura para baixo. Fique tranquilo. - A pele de suas bochechas pareciam que iriam se incendiar a qualquer segundo. Estava corado.

- Eu sei. - Lhe sorri.

- Acho que posso descartar a possibilidade de você estar desmemoriado não é? - Brincou.

Fallen Boy (AU! Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora