16. Superhero

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Liam Pov's:

Ligação on

- Já se passaram tantos anos, Liam. Você não acha que deveria perdoar e esquecer o que ficou no passado? - Perguntou em um tom acusatório.

- É fácil para você dizer isso quando o único expulso e humilhado fui eu. - Rebati.

- Eles se arrependeram, eu já disse. - Nicola se exasperou.

- É muito cômodo e fácil eles se arrependerem depois de tanto tempo, não é? - Levei minhas mãos até o pequeno vinco que se formara em minha testa e massageei o local.

- Eu não sei mais o que fazer, Liam. Eu só quero minha família unida novamente, você não entende? - Desabafou.

- Escuta, eu não quero brigar com você. Por favor, pare de tentar mediar uma reconciliação, não vai acontecer. - Nicola suspirou audivelmente.

- Não seja assim, por favor, reconsidere. - Insistiu.

- Eu já disse que não, e não vou mudar de ideia.

- Tudo bem meu irmão. Se esta é sua decisão, eu aceito. - Respondeu resignada. - Você é muito cabeça dura. - Bufou antes que eu pudesse escutar uma risadinha.

- Como está tudo por aí? - Perguntei.

Mesmo que evitasse uma reaproximação com meus pais, no fundo eu sabia que mesmo que tivessem me pisado da forma com a qual fizeram, eu ainda me importava com eles (secretamente, mas me importava).

- Está tudo bem. Nossos pais ainda estão

- Nicola... - A cortei em um tom decidido.

Vi então a porta se abrir e um Zayn tímido e inquieto, adentrar ao quarto e permanecer ali, parado e segurando a maçaneta sem em momento algum olhar para onde eu estava, como se não quisesse em momento algum interromper a conversa que se desenvolvia ali.

- Ok, não está mais aqui quem falou. - Uma pausa silenciosa foi mantida por um momento. - Você sabe que eu te amo, não é? - Me pegou de surpresa.

- Eu também te amo. - Respondi alguns poucos segundos depois.

- Eu te amo mais maninho. - Diz ela. E então ouço o bip indicando o fim da ligação enquanto eu travo exatamente onde estava, deixando meu telefone cair contra a colcha e olhando para onde ele caiu, nem um pouco disposto a levantar os olhos e direcioná-los para onde Zayn está de pé. Permaneço dessa forma, sentado e com as mãos dobradas sobre minha perna, brincando com meus dedos enquanto observo o retângulo preto do meu telefone até que com o canto do olho, vejo os joelhos de Zayn esbarrar contra a borda da cama. Perto o suficiente para que eu possa sentir o cheiro de meu perfume nele, comprovando as acusações de Louis.

- Eu estou bem. - Respiro calmamente, enquanto observo-o se inclinar, e pegar um caderno que estava posicionado estrategicamente sobre a mesinha de cabeceira, e em seguida, apoiar suas mãos contra o colchão.

- Eu sei que você está. - Diz Zayn. Ajoelhando-se sobre a cama novamente, e rastejando para perto de mim. - Eu sei que você está, mas vamos fingir por um segundo que você não está, está bem? - Sua voz tão suave e calma; não grossa como se estivesse preocupada, não pesada com pingos de piedade, ela apenas soa como quando Zayn está falando sobre o que ele quer fazer no dia seguinte, ou qual o próximo livro ele quer ler, o quanto ele gosta de usar camisas do Capitão América (tudo começou com uma velha minha). Ele parece tão normal e eu agradeço por isso. - Se você não estivesse bem, o que você iria querer que eu fizesse? - Diz e começa a tracejar algo no caderno com um lápis que estava ali dentro.

Finalmente olho para cima, provavelmente com olhos vermelhos e inchados, meu lábio inferior preso contra meus dentes até que estivesse dolorido. Eu não o disse nada, mas podia ver Zayn me ler como seu eu fosse seu hq favorito do Capitão América.

- Ok. - Zayn murmura. E então ele sorri, e o mundo encolhe até que ele parece ser constituído só por nós dois. - Entendi.

Zayn não hesitou em chegar mais perto até que ele estava ao meu lado e de frente para a mesma direção em que eu estava, à porta, imitando o movimento de minhas pernas cruzadas. Lentamente, ele desliza um braço em volta de mim, e sem muito rodeio deixo minha cabeça cair contra seu ombro, inclinando-me contra ele, seu ouvido gelado contrastando com o meu ainda quente de onde ele tinha pressionado contra o telefone, agora sendo esmagado contra o de Zayn. Assim nós permanecemos por um tempo, um curto momento em que aproveito para gozar da sensação do braço de Zayn me envolvendo para perto de si, e descansando a cabeça contra seu ombro e olhando fixamente para a parede branca em frente à cama. Um momento silencioso até que Zayn sussurra.

- Você sabe, hum, pelo que li até hoje, mesmo o Batman tem alguns dias extremamente escuros. Mesmo o Batman sendo um ótimo herói, ás vezes ele se sente como se ele fosse uma merda de sendo alguém com um poder tão grande. Acho que você poderia ser ele. - Diz seriamente. Franzo as sobrancelhas tentando entender o que ele quer dizer.

Fallen Boy (AU! Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora