Dayane POV
"Espera por mim" - Rosalinda
Eu estava tremendamente confusa, mas, ao mesmo tempo, estava tudo tão claro! Eu não inventei nada, não foi alucinação e, pelos vistos, não fui só eu a viver um "amor" naquela casa. Era possível observar o desespero no seu olhar e nas suas palavras, as suas mãos tremiam e os seus olhos brilhantes cheios de lágrimas olhavam-me com intensidade que me fazia sentir-me nua...
"Eu amo-te! Por ti espero o tempo que for preciso" - Disse ao mesmo tempo que encurtava a distância entre nós e envolvendo-a nos meus braços
As suas palavras ecoavam na minha cabeça, ela estava a proteger-me, tudo isto, todo este sofrimento é para me proteger... apertei-a mais contra mim, senti-a relaxar e a sua respiração acalmar. No meio destas suas palavras ela disse que o que sentiu... sente por mim não é só amizade... Não é só amizade...
"Fica comigo esta noite? Fica comigo, deixa-me ajudar-te, deixa-me ter-te nos meus braços e proteger-te, nem que seja só por esta noite..." - Pedi em forma de sussurro. Senti-a soltar-se do abraço. Afastou-se apenas o suficiente para me olhar nos olhos.
"Não há nada que eu mais queira neste mundo do que voltar a dormir contigo..., mas eu não posso..." - Ela colocou as suas mãos na minha cara para que eu a olhasse nos olhos - "Eu não posso... sou controlada... tudo o que eu faço é controlado e se eu dormir aqui contigo... vão descobrir, ou pelo menos ele vai..."
O meu coração pela milésima vez naquela noite estava apertado, eu sei que tenho de entender. Engoli em seco e fingi uma cara menos triste.
"Promete-me que vamos falar todos os dias, que me contas se alguma coisa estiver a correr mal, que me ligas se quem quer que seja tentar alguma coisa... Eu não me sinto confortável saber que vais dormir com ele..."
"Amor, nada vai acontecer! Nunca! Confia em mim e acredita que és tu quem importa na minha vida! És família lembras-te?" - Ela diz e sorri ao dizer a última frase, lembrei-me da quantidade absurda de vezes que a chamei de minha irmã. Ela encostou as nossas testas e ficamos uns momentos em silencio, uns minutos em que nada mais importava porque a tinha agarrada a mim.
"Eu tenho de ir..." - Ela diz quebrando o silêncio - "Não... fica mais um pouco" supliquei - "Só mais um bocadinho"
Ela riu e abraçou-me mais forte, os seus braços à volta do meu pescoço, levantei-a do chão e andei para trás em direção a cama e deitei-nos, o seu riso lindo encheu o quarto e aqueceu-me o coração. Estávamos abraçadas, deitadas, o seu cheiro que me inundava, estava com a sensação de voltar a casa e, com esta sensação, adormeci...
Rosalinda POV
Acordei exaltada ao som do bater na porta. Merda. Estava deitada ainda agarrada a Dayane.
"Day! Acorda! Adormecemos! Merda merda, merda!"- disse soltando-me dos seus braços e procurando o telemóvel - "4h32" pude finalmente respirar fundo de alívio, não dormimos muito. Lembrei-me que alguém tinha batido à porta e quando a Dayane abriu era o Atílio com a pequena Sofia dormida nos seus braços, que menina mais linda. Atílio olhou para mim ao entrar e não me parece que ele gostou de me ver ali, olhei para o chão. Ela abriu a cama para aconchegar a pequena, deu um abraço ao Atílio e agradeceu.
Ficamos outra vez em silêncio, que foi quebrado pelas suas risadas suaves, que som mais bonito meu Deus.
"Bem, eu tenho mesmo de ir..." - Ela aproximou-se de mim e abraçou-ma uma vez mais, como se fosse a última vez. O seu cheiro deixava-me embriagada, por um lado eu queria sair para não fazer nada que me pudesse arrepender, mas, por outro lado, eu não sabia quando ia poder estar assim com ela outra vez. Tentei soltar-me, precisava de me afastar um pouco, mas ela agarrou-me na cintura, agora olhávamo-nos nos olhos. A sua mão veio parar ao meu pescoço, o magnetismo que sentíamos naquele momento estava a fazer-me perder todo o controlo. Os meus olhos foram parar aos seus lábios rosados, eu só precisava de os sentir, de sentir o seu sabor, só por um segundo. As nossas respirações estavam em sintonia e aceleradas. Ela também olhava para os meus lábios - "Que se dane!" - disse eu e num impulso beijei-a, já não aguentava mais, o medo do que poderia acontecer uma vez que eu saísse deste quarto sempre presente na minha cabeça. Ela surpreendeu-se com o beijo, mas rapidamente correspondeu. Aprofundei o beijo e tive um arrepio assim eu senti a sua língua aveludada na minha. As minhas mãos andavam pelo seu corpo, primeiro as costas e logo a sua bunda. Eu tinha de sair dali agora ou não ia aguentar muito mais e para além do mais estava a Sofia a uns metros de nós. Empurrei-a até perto da porta enquanto aproveitava até ao último segundo o seu sabor, separei os nossos lábios e sussurrei-lhe ao ouvido - "Nunca te esqueças que te amo!" e num movimento só saí do quarto, não a deixei responder. Eu precisava de apanhar ar e acalmar o meu fogo. Tinha de voltar ao teatro.
Cheguei ao quarto e eram 4h56, o Zenga já dormia. Eu ainda sentia os lábios dormentes e as pernas fracas. Decidi tomar um duche para me acalmar e por fim deitei-me e adormeci a pensar no amor da minha vida. Aproveitar os últimos momentos de Rosalinda que ainda tinha.
Desculpem a demora, se tiverem sugestões não se esqueçam de me dizer, nao se esqueçam de comentários, adoro lê-los e prometo que estou a tentar conciliar tudo para escrever mais capítulos.
Podem seguir o meu instagram rosmelloportugal se quiserem ver videos rosmello que é basicamente tudo o que esta lá.
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