Capítulo 3

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Dayane POV

Estou sentada na cama, abraçada ao cão peluche que o Tomaso me deu quando faleceu o meu irmão. Amanhã é a final, estou nervosa, contente, ansiosa e até com medo... Sim, medo, já não sei o que é o mundo fora destas paredes, vivi numa bolha por 6 meses e agora de repente tenho de reaprender a viver...

Também estou nervosa porque vou ver a Rosalinda... Sem câmaras... E tenho medo do que possa ter acontecido enquanto ela está la fora... com o Zenga. Não terminámos mal mas temos muito que conversar. Continuo sem entender o que aconteceu, o porquê de ela ter mudado tanto e tão depressa.

Decidi ir dar um mergulho para relaxar a cabeça! Já não aguento mais os meus pensamentos. Vesti o fato de banho e dirigi-me à piscina, não pensei duas vezes antes de me atirar para dentro de água. Nadei um bom bocado e boiei, segundos depois já tinha o meu cérebro inundado de pensamentos e memórias. 6 meses de memórias tristes e felizes... Lembrei-me da festa de Halloween em que nos atirámos todos vestidos para dentro de água, a noite em que entrei vestida mais uma vez, mas desta vez com o Tomaso. Rio ao pensar na nossa figura... ele de saltos altos, calças rasgadas, os dois já meio bêbados, e ainda tivemos de ir pedalar... Lembro-me de quando eu nadava com a Rosa, abraçadas como se mais nada existisse, lembro-me de que quando estava triste a água era das poucas coisas que me acalmavam. Recordo-me dos dias seguintes à morte do meu irmão e de quando ela me trouxe para relaxar porque sabia que eu precisava.

Saí da piscina, vesti o robe e decidi enfiar-me na banheira. Como eu gostava e com a água a ferver, deitei-me, fechei os olhos e deixei-me relaxar. Lembrei-me da Lavatrice... dos nossos momentos lá dentro e automaticamente o meu pensamento voou para aquela noite. Foi a primeira noite em que me apercebi que a câmara não estava em nós. Eu estava apaixonada, já o estava à muito tempo e eu já lho tinha dito, apesar de ela assumir que foi um problema da minha língua, eu, de facto, disse-lhe que estava apaixonada. Lembro-me que estávamos deitadas, em conchinha, era eu quem a abraçava... Gostava tanto do seu cheiro. 

Eu abraçava-a pela cintura por dentro da coberta. Não sei o que me passou pela cabeça mas beijei o seu pescoço. Não um selinho como ja o havia feito tantas vezes mas um beijo mesmo com tudo a que tinha direito. Estava a arriscar porque não sabia como é que ela ía reagir mas então ela atirou a sua cabeça para traz para me dar mais acesso, deixei-me levar. Andei por toda a extensão do pescoço, entre beijinhos, pequenas dentadas e língua eu explorei o que queria, senti-a suspirar. Ela agarrou na minha mão que estava apoiada na sua barriga e levou-a aos seus seios. Não pensei duas vezes em apertar de leve. Fui mais atrevida e passei a mão por baixo da camisa dela para poder tocá-la pele com pele. Ouvi-a gemer de leve e não posso esconder o arrepio que me passou pelo corpo nesse momento... eu não sei como me aguentaria assim... Vi que ela se mexia e apercebi-me do que estava a fazer, nunca pensei que ela teria essa coragem... pensava que a mais atrevida fosse eu mas se calhar enganei-me. Apertei com mais força os seus seios e brinquei com o seu mamilo enquanto beijava o seu pescoço e maxilar. Senti-a tremer e soltar um suspiro com os seus olhos fechados com força. Ela acabou... Parei de a beijar, aproximei a minha boca do seu ouvido e sussurrei "és louca". Senti-a sorrir. Esta noite foi a primeira noite em que fomos mais atrevidas... sempre dissemos que o fazíamos porque estávamos carentes, mas eu sabia que era algo mais. Foi a primeira noite de muitas...

Recordar estes momentos me traz paz, tristeza, felicidade, tantos sentimentos que nem consigo explicar... Não acho possível que ela pensasse que éramos só amigas, simplesmente não é possível, não é possível que ela se tenha apaixonado por um móvel com quem ela nem conversava. Só esse pensamento me faz querer chorar. Relembro-me da carta e agarro-me a essas palavras, agarro-me ao que ela me disse há uns dias "Há uma razão para o que estou a fazer". Preciso de esperar e ter Fé de que ela me vai explicar o que aconteceu de verdade porque se continuo a pensar no seu "relacionamento" com o zé ninguém zenga vou enlouquecer.

Saí do banho, vesti uma camisola branca e as calças verdes e fui jogar à bola com o Pier. Precisava de me distrair. Decidi então aproveitar o resto do dia já que o dia de amanha ía ser longo...


Este capítulo é um bocadinho mais longo para compensar os dias que não pude atualizar... Espero que gostem! 

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Rosmello - O futuroOnde histórias criam vida. Descubra agora