5. Waranga (Vício)

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Waranga (sig.): Adicto

Acordo de ressaca, como esperado

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Acordo de ressaca, como esperado.

São quase 14h20 da tarde. E tenho 38 ligações perdidas de Eleanor e mais de 50 notificações no aplicativo de mensagens. Puta que pariu.

Levantei da cama tropeçando em um travesseiro que eu mesmo derrubei no meio da noite, provavelmente quando chutei tudo para fora da cama junto com as peças de roupa que ainda vestia. Peguei uma cueca limpa em uma das gavetas do armário e tentei vesti-la enquanto escovava os dentes. Ao menos tinha deixado uma roupa separada para hoje, o que pouparia alguns minutos do meu atraso. Vesti as calças e calcei os sapatos, repassando mentalmente tudo que precisava levar, não podia esquecer o notebook, muito menos os carregadores e a ficha do filme que havia começado ontem. Enfiei tudo na mochila e passei a camisa pelo pescoço, deixando-a suspensa ali enquanto verificava se tinha desligado o aquecedor e os aparelhos eletrônicos das tomadas.

A mochila ainda estava pendurada em meu cotovelo esquerdo quando caminhei para fora do quarto até o corredor, terminando de vestir a roupa nas portas de metal escovado. Passando um braço por uma manga da camiseta e, em seguida, o outro. Mandei um "olá" para um calouro assustado que aguardava o elevador, que respondeu baixinho e desviou para a rota das escadas. Nada novo na rotina.

Meu cabelo estava zuado pra caralho e só reparei nisso quando entrei no elevador e percebi a minha situação: o zíper da calça aberto, a aparência de quem acabou de cair da cama e correu porta afora com as roupas que encontrou. Como um item de última necessidade.

Por sorte, lembrei que ontem havia colocado um bucket hat em um dos bolsos da mochila e foi a primeira coisa que enfiei na cabeça antes da parada rápida no quarto andar para dois garotos entrarem.

O elevador pareceu levar o triplo do tempo para chegar até o térreo e quando as portas se abriram, corri em direção às catracas centrais como se minha vida dependesse disso; talvez realmente tivesse um débito significativo com o tempo naquele momento.

Acabei esbarrando em alguém e pedi desculpas, desviando da quantidade de papéis que se espalharam pelo chão. Meu cérebro não parava: Trinta minutos atrasado. Trinta minutos. Trinta minutos.

De longe, avistei Hoseok vestido em uma jaqueta de cor chamativa. Eleanor estava sentada ao seu lado e desacelerei o passo automaticamente, mas ela foi a primeira a me ver. Queria poder explicar com palavras a sensação daquele olhar que ela me lançou. Às vezes Eleanor parecia me odiar, me olhava como se eu fosse uma incógnita difícil demais de resolver, já em outras, parecia ter solucionado o X da questão. Como naquela situação.

Usar a palavra amor poderia ser um jogo perigoso. Um título pesado. Mas seus olhares mudavam conforme as situações. Às vezes me censuravam. Em outras, me admiravam. E naquela noite, ela me queria por perto. Cada vez que tinha forças de olhar para ela de volta, com seu corpo tão enroscado ao meu, seu olhar só me instigava a continuar.

Quase Namorado •  (Spin-off de CCEG)Onde histórias criam vida. Descubra agora