Talvez ainda estivesse muito fixado naquela noite no seu dormitório, vivendo uma ressaca das sensações dela na minha pele; do seu cheiro doce impregnado no tecido de minha camiseta, das suas unhas deslizando por minha nuca em uma rota invisível, sua...
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PARTE DOIS
Esta é a versão do capítuloIndecifrável, incorrigível, irredutívelsendo narrada pelo Jungkook, o capítulo foi escolhido por meio de enquete no Twitter e Instagram.
TW: Linguagem imprópria e cenas explícitas
Estou concentrado demais nela.
Quase perdido, enquanto ela rabisca o próprio nome com a ponta do dedo sob o gelo derretido que escorre da cerveja meio morna que estamos tomando. Parece procurar a dúvida que tanto quer trazer a nota, mas fica com um ar de riso enquanto me observa, quieta, com seus mistérios sempre difíceis demais de resolver.
— Ok, tenho uma! — Tomo um gole da cerveja enquanto ela se empolga para elaborar a questão — Me diz algo ou alguém que você acha secretamente atraente? Não vale mentir!
Sinto sua empolgação transcorrendo o corpo, se movendo para as pernas, enquanto chacoalha os joelhos.
A resposta é fácil e quase imediata, me sinto um um cuzão pela sinceridade absoluta que não me deixa, mas Leanor parecia tirar de mim essa camada por onde tudo que é dito deve ser filtrado e cautelosamente analisado.
De alguma forma tudo se ia se esvaindo de mim sem muita relutância, como se ela tivesse essa espécie de poder de absinto da verdade.
— Hum, eu acho que... você sabe... — Tento controlar a resposta patética e quase adolescente que vira fala, quando aproximo a boca de sua orelha para sussurrar um segredo sujo — Te ver gozar.
Ela se contrai inteira, o rosto fica rosado, envergonhado, os olhos se movem para outra direção. Ainda era pura, tímida demais e só deixava seu outro lado aflorar quando já estava envolvida, excitada, longe do medo que sentia de ser ela mesma. E eu era moralmente indecente, impudico, impuro demais, um contraste errado com sua delicadeza sutil; mãos, pernas, rosto, cabelos, olhos, boca, pensamento e palavras. Às vezes só queria olhá-la, apenas olhá-la até ter uma resposta do seu enigma, descriptografar o que se passava na sua cabecinha bonita. Será que no meio de todas suas partes tão cheias de beleza existia algum espaço para mim também?
— Falo sério. É bonito pra caralho!
— Por quê? — Porque sou imoral e sujo, porque tudo em você mexe comigo de algum jeito, e não é de agora, mas desde que coloquei meus olhos em você e perdi a porra do meu senso de direção. Fui nocauteado e estava fodido.
Já não existia mais cu para tomar.
— Porque cada detalhe seu é especial de alguma forma e isso me deixa...muito, muito excitado — ri, suspirando, os olhos fixos na sua boca que ainda me tentava. — Tudo que você faz me deixa maluco.
