parte um - quatro.

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GEORGIA.

— Vai comigo? –Charlie pergunta sentando do meu lado no banco. Minhas pernas tão cruzadas tipo índio e eu tava rindo de Aiden que tá sentado do meu outro lado com o braço no encosto do banco nas minhas costas. Ollie e Annie devem estar transando no carro dele, como todas as vezes que somem juntos.

— Vou. –Aiden responde.

— Então vamos. –levanta e estende a mão pra mim. Ele tá com a mesma carranca desde o começo da aula e eu não sei porquê, mas não vou falar nada, não agora. Me levanto com sua ajuda e ele pega minha mochila jogando no ombro que não tá com a dele.

— Tô com sono. –bocejo enquanto nós três andamos até o carro de Charlie.

— Também tô, passei a noite toda resolvendo as questões de álgebra, aquela professora é o diabo. –rio de Aiden. A professora manda umas 20 questões por semana pra gente responder e é bem complicado, mas eles não podem não fazer já que vale ponto e a escola só os deixam jogar se estiverem acima da média em todas as matérias.

Chegamos no carro enquanto Aiden continua falando de como não aguenta mais matemática e eu concordando.

— Gatinho! –escuto o grito de Sophie enquanto abro a porta do passageiro e reviro os olhos. Aiden segura a risada.

— Oi. –Charlie suspira e se vira pra ela.

— Me dá uma carona? –passa a mão no peito dele e eu tremo de vontade de tirá-la dali no soco.

— Você não ia com a Lia hoje?

— Preferi vir com você, sabe, passar mais tempo juntos. –sorri. Charlie suspira passando a mão nos cabelos e olha pra nós, eu e Aiden fingimos que não estamos olhando pra eles.

— Tá, tudo bem. –ela solta um gritinho e dá um abraço nele, paro de olhar pra eles quando ela se estica e beija a boca de Charlie.

— Licença. –diz me empurrando com uma cara de nojo e abre a porta do passageiro.

— Mas... –começo mas ela me olha como se fosse me matar e eu suspiro.

— Vem, loirinha. –Aiden abre a porta de trás pra mim e eu entro sendo seguida por ele. Coloco o cinto e puxo minha mochila dos braços de Charlie com um pouco mais de força do que eu gostaria, fazendo-o olhar pra trás com o cenho franzido.

Coloco uma música no celular e boto meu fone no ouvido pra não ter que escutar a voz nojenta de Sophie.

— Quer escutar comigo? –ofereço pra Aiden.

— Só se eu puder escolher. –reviro os olhos mas sorrio.

— Se for ruim eu vou mudar. –ele acena e pega o celular da minha mão colocando Talking to the Moon do Bruno Mars. Ele tem bom gosto, pelo menos.

Minha casa é a mais perto do colégio então sou a primeira a ser deixada. Pego minha mochila e dou um beijo na bochecha de Aiden, só aceno pra Charlie já que não quero atrapalhá-lo mas ele me chama quando percebe que não vou dar um beijo na sua bochecha como sempre faço quando chegamos em casa.

— Linda. –chama pela janela quando eu tô entrando e eu suspiro me virando pra ele que parece magoado. Me arrependo por não ter feito nosso ritual mas poxa, sei que eu e ele não temos nada mas a Sophie me trata igual lixo e ele nem se importa.

— Oi.

— Vem cá. –estende a mão e eu vou até ele.– Você nem me deu meu beijo. –entrelaça nossos dedos e faz um carinho na minha mão. Eu tento segurar o sorriso quando vejo a cara de Sophie vermelha de raiva e me abaixo beijando sua bochecha. Charlie sorri mostrando as covinhas pelas quais sou tão apaixonada.– Te amo.

— Também te amo, Lili. –me afasto do carro e ele fica esperando eu entrar em casa pra dar partida no carro como sempre faz.

Assim que entro, vejo Ethan e May brincando no chão da sala com duas bonecas. Ela ama brincar disso e meu irmão faz tudo por ela, então é normal ver os dois sempre com uma ou duas barbies debaixo do braço.

— Oi, May. –sorrio quando ela se vira e dá um pulo vindo até mim. Ela diz que sou a irmã mais velha dela e eu amo isso, amo ter alguém que saiba que possa me procurar quando precisar. Eu sei que eu tenho o Ethan e ele é meu nenemzinho pra sempre, nunca o trocaria, mas May é menina então confia em mim pra tudo.

— Gigi! –me abaixo um pouco a abraçando. Eu não acho que eu seja baixa, mas May é tão pequenininha pra sua idade que bate quase na metade do meu braço. E eu tenho 1,60.

— Cadê meus pais? –pergunto quando ela me solta e tiro meus sapatos indo até Ethan e dando um beijo na sua cabeça.

— Mamãe tá dormindo e papai saiu. –vou até a cozinha vendo May voltar a se sentar na frente de Ethan.

— Almoçaram? –abro a geladeira pra pegar um copo de água.

— Sim, a tia Tessa fez pizza hoje! Tava uma delícia né, bebê? –ela chama Ethan assim desde que consigo me lembrar, talvez seja porque ele é um pouco mais novo que ela.

— É, tava uma delícia. E também tem sorvete no freezer. –tomo a água e coloco a garrafa de volta na geladeira, lavo meu copo e volto pra sala pegando minha mochila que joguei no chão ao lado da porta.

— Eu vou estudar, mas vou deixar a porta destrancada pra qualquer coisa vocês entrarem lá, tá? –eles acenam e eu subo as escadas até o meu quarto.

Bob tá deitado na sua caminha dormindo, meu neném já tá ficando velhinho e meu coração dói toda vez que eu penso em perdê-lo.

— Oi, amorzinho. –me ajoelho ao seu lado e beijo sua cabecinha peluda. Ele abre os olhos devagar e lambe meu rosto enquanto seu rabinho balança me fazendo rir.– Sentiu saudades da mamãe? Eu morri de saudade de você. –o pego no colo e ele late.

Não demoro muito pra trocar de roupa pra um moletom enorme e uma calcinha de vovó e me sentar na cadeira de frente pra escrivaninha com Bob no meu colo agora mais calminho. Estudo assim até de noite quando meu pai vem me chamar pra jantar.

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