Parlamento III

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O Centro acordou agitado após uma tempestade forte, que costumava acontecer sempre após as quinzenas do V. Trabalhadores de várias raças desciam de suas árvores e se encaminhavam para as suas funções espalhadas pela ilha. Anões na maioria iam para as indústrias, faunídeos para as lojas, e humanos usavam sua simplicidade para estarem espalhados em todas as áreas da sociedade. No Bairro da Shilandia a burocracia dos Elfos parece tirar a beleza da magia descoberta pelos Stanis a muito tempo, porém poucos aprenderam a manusear tal poder. A gangue de Venceslau já começava a ficar conhecida no bairro por pequenos assaltos a mercados, onde só levavam comida. A "polícia" que guarda o bairro dos Elfos se auto-intitula de Patrulheiros.
Louis e Gauss foram os escolhidos para começar o plano de Venceslau na derrubada do poder do Velho Elfo, a missão para dois adolescentes foi dada sem pena, destruir a base dos Patrulheiros, ou deixá-los sem condições de atuação mas sem causar vitimas. Gauss havia concordado que a missão era fácil até demais com um sorriso debochado no rosto.
Na tarde da chegada das meninas na caverna, os dois amigos seguiram pelos túneis que os deixariam em um beco da praça central da Shilandia, onde se localiza a sede dos Patrulheiros.
Louis podia não ter um braço, mas em comparação ao amigo sempre seria a opção mais discreta, já que sua raça não era constantemente julgada por canibalismo e crimes mágicos. Armado de seu martelo da sorte e com um antebraço de madeira que o próprio Gauss havia esculpido para ele, o azuli foi em direção aos portões da polícia e aparentou conversar com o guarda, logo sacou um pouco de gás sonífero da mão de madeira e pos o guarda pra dormir, assim Gauss tinha caminha e galopadas livres. Ao entrar na base os dois se viam perdidos.
- Temos um prédio enorme na frente e nenhum plano, o que você acha que devemos fazer ? - Perguntou Gauss.
- Simples, nós vamos zoar com os Patrulheiros. - O azuli riu.
- Não entendi o seu plano.
- Você é um quatro patas civilizado e eu um cara que respira na água e não tem o braço. O meu plano é zoar o prédio deles mais do que a vida zoou com a nossa cara. Afinal eu sou um alejado e você é O diferente.
- Não é engraçado Louis.
- E você não tem humor. Vamos usar as suas flechas pra algo útil, você vai ter que conter os Patrulheiros enquanto eu faço meus truques.
- Estamos no meio da tarde, eu não tenho como não causar uma confusão se aparecer lá dentro. - Gauss parecia confuso e com medo.
- Ah meu amigo quadrúpede, eu quero é que você inicie uma boa confusão. - Rindo debochadamente Louis lançou uma grande pedra que aparentemente era um monumento nas portas do prédio e partiu para dentro correndo.
Aos galopes Gauss o acompanhou e empurrou a pedra para a saída, o prédio seria um caos fechado por enquanto.
Em 20 minutos, 3 aljavas gastas, Um escudo roubado e Um braço de madeira estraçalhado os dois amigos ferraram os três andares da patrulha. Usando armas encontradas nos próprios corredores eles quebravam salas e colocavam os Elfos e humanos para dormir.
Além de causar prejuízos eles saquearam armas e objetos interessantes fazendo de Gauss o que ele mais odiava, um centauro de carga. Trocas de flecha, pancadas com martelo a parte os dois não se feriram e conseguiram demolir parte do terceiro e último andar. Eles não sabiam como, mas Venceslau os garantiu que o prédio estaria pronto para a destruição e ninguém chegaria para impedi-los, mas ao por do Sol, quando os dois saiam as pressas um humano de casaco de pele estava nas portas da sede da patrulha, com a pedra do monumento que Louis destruiu ao lado.
- Olá crianças. Meu mestre já me falou quem vocês são. É muito feio arrasar um prédio público sabia ? Nem mesmo a magia de Venceslau poderia esconder isso do meu Mestre.
Os olhos dos dois se arregalaram, o homem com um sorriso animal conhecia Venceslau, e ainda os havia explicado o porque da tranquilidade do ataque. o Azuli mais velho havia usado magia para conter qualquer tipo de estardalhaço.
- Diga quem você é e então morra lutando conosco. - Gauss apontou sua flecha, enquanto seu amigo azuli cansado e sem prôtese analisava a situação, provavelmente pensando em como fugir galopando como um louco junto com Gauss em meio a chuvas de flechas dos Patrulheiros que estivessem vindo das ruas.
- Não creio que não reconheça os de minha raça pequeno centauro. Porque manda eu me apresentar como se meus cabelos brancos, meu casaco e meus dentes não me denunciassem por si só.
Gauss viajou no tempo até a infância nas florestas do norte de Stanis e lembrou das batalhas contra os canídeos por território. Aqueles homens com aparências caninas e com olhos vermelhos enquanto batalhavam. Seres que sendo carnivoros devoravam os centauros mortos e lutavam como Lobos gigantes e selvagens. O homem a frente deles só podia ser um deles, um assassino por natureza, um Lobo.
- Você é um maldito canídeo. - O centauro respondeu com ódio em cada palavra, fazendo até Louis tremer.
- Obrigado por ser lógico. Eu sou um Lobo, meu nome é Rusky. E hoje você está autorizado a me apelidar de Morte.

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