Os Contos das Ilhas - O Parlamento

Parlamento IV

As duas amigas estavam começando a achar o azuli um louco. Junto com o icarídeo ele as levou até uma sala de treinamento onde máquinas pareciam ter sido construídas para mata-las.

Segundo Venceslau, elas deveriam canalizar o poder recebido para vencer as adversidades, e foi isso que acabou deixando a sala em destroços, mas nada que impedisse de a porta se abrir e elas encararem o rosto sério do Maltrapilho e o assustado do menino Anjo.

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Antes das portas se abrirem, elas se fecharam para que o treinamento se iniciasse. Um Mamute gigante correu em direção as duas, ele estava escondido por trás das árvores e da mata (Emily imaginava de onde Venceslau havia tirado tanto espaço e material). A menina permaneceu calma e manifestou seus poderes antes mesmo que Bianca. A aparente fraqueza de Emily emergiu um mar de fogo que saia das mãos da jovem sacerdotisa em direção ao monstro. A teoria de Venceslau estava correta, Bianca recebeu a calma da natureza, e Emily a fúria. Algo contraditório as personalidades das meninas, pelo menos na aparência.

O Mamute em chamas que corria pra cima delas só parou quando Bianca se manifestou, suave, o poder parecia fluir calmo como a cor dos cabelos dela (outrora símbolos de sua rebeldia). Raios azuis de gelo derrubaram o ser no chão, mas aquilo era só o inicio, por mais uma hora elas enfrentariam muita coisa até Emily destruir a sala com um terremoto causado para destruir sete robôs centauros e as portas voltarem a se abrir.

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- Antes que achem que eu vim reclamar que destruiram a sala, isso seria motivo de comemoração em um outro dia. Vocês duas zeraram o teste com êxito. - Venceslau disse sério, realmente ignorando a zona que se aplicava na sala.

- Vamos logo, eles estão em perigo. - O icarídeo murmurou a reclamação. Seu jeito era o mesmo que o de um pássaro ancioso para voar, ser liberto.

- O que ta acontecendo lá fora ? - Bianca perguntou depois de perceber o nervosismo de Affenis.

- Os outros dois forão pegos em uma emboscada. Minha magia de proteção foi quebrada e agora eles tem que aguentar uma batalha contra um inimigo mais forte até nós, os reforços, chegarmos. - A calma com que o azuli resumiu a situação irritou a Emily visivelmente. A menina saiu andando em direção a saída, ela iria tentar salvar aqueles que nem eram ainda seus amigos, mas esqueceu que não tinha o endereço, mas ainda assim saiu correndo.

O vento se agitou e um ser pousou na frente dela. Com leveza, Affenis a atrasou.

- A senhorita precisa de um rumo. Não pode ir sem a gente. Gostaria de um guia ? - Ele sorriu, mas ela não respondeu, apenas olhou para trás, aonde vinham o Mago e a sua amiga correndo.

- Não faça mais isso Emily. - Bianca a reprimiu, ignorando o menino Anjo.

- Vamos voar meninas, junto com Affenis. - Disse Venceslau apressado indo já em direção a saida da caverna com seu pupilo.

- Mas não temos asas. - Bianca questionou e Emily concordou com o olhar.

- Magia compartilhadora. Ele vai voar pelos quatro e nós voaremos sem asas ao redor, e então quando Affenis pousar a exaustão será sentida por todos, como se cada um tivesse carregado o peso dos quatro. Na primeira viagem é pior, mas logo vocês se acostumam.

- É simples, e agoniante. - Affenis completou com um sorriso constante.

Os quatro sobrevoaram a cidade guiados por Venceslau, que sabia onde seus outros pupílos estavam correndo riscos. Logo era visível uma pequena confusão na frente da sede dos Patrulheiros, alguns elfos e humanos se aproximavam apesar de já ser tarde, mas ninguém ousava entrar no pátio, onde a luta era intensa.

Usando duas machadas que pegou na sede, Gauss partia para cima do canídeo que escapava muito velozmente e revidava usando as suas unhas. Louis jogava pedaços da pedra que o Lobo destroçou ao tentar atingí-los, podia não ser muito útil, mas o azuli pelo menos não era um simples espectador.

Descendo dos céus como salvadores, o Anjo e os outros três logo sentiram os efeitos da magia de Venceslau, eles precisavam de algum tempo para se recuperarem, mas Rusky não se importava. Em meio a gritos de alegria de Louis, o Lobo se virou para o Maltrapilho e riu, enquanto Gauss trotava provavelmente se preparando para mais uma investida.

- Vejamos quem chegou para a festa ! O mágico dos mares. - Rusky encarou Venceslau, como se falasse com um velho conhecido.

- Não me surpreende que esteja do lado do Elfo, os de sua raça nunca foram muito limpos, apesar de eu defender a diversidade. - O azuli respondeu.

- Para de demagogia e vamos para o que importa. Você trouxe carne nova, e esse bando de moleques não vai me derrubar nem com a sua ajuda.

Foi ai que o canídeo se distraiu, um ataque treinado o pegou de surpresa enquanto ele discursava. Do alto Affenis, pelo lado Gauss com as machadas, e Louis impressionantemente quieto e com apenas pedras os atacaram. Mas a surpresa maior foi o chão, como uma foça ele se abriu, engolindo a todos, e os levando pra longe dali, podia se sentir no ar, aquilo era magia.