Soulmates, More Than Imagination | Hwang + Yang

23- Vinte e três🍃

Hwang Hyunjin | POV

Saio do karaokê e vejo Jeongin sentado na calçada, então me sento do lado do mesmo, ficando em silêncio até que ele fale alguma coisa.

— Por que veio aqui?— perguntou levantando seu rosto, olhando para frente, e eu apenas o encarei.

— Pra saber se você está bem.— digo simplista, e ele assente.

— Eu não estou, eu sinto medo.— diz me encarando de volta— Não é fácil viver com medo de ser agredido, né?— pergunta com os olhos marejados, e eu o olho confuso.

— Por que você tem medo assim? Já baterem em você?— pergunto e ele ri sarcástico.

— Em todos os lugares que você menos imaginar.— diz frio, e essa mudança repentina dele me assusta.

Antes estava tão bom...

— Nossa.— digo sem saber o que expressar.

— Você não achou que eu era assim por vontade própria, né?— pergunta rindo de novo— Por Deus!— exclama e eu apenas continuo o encarando.

Fico observando ele por um tempo e me pergunto quantos segredos ele guarda atrás desse seu jeito frio e bipolar.

— Você canta bem.— digo lembrando meio aleatório, e ele sorri com a frase.

— Meu sonho era trabalhar com música.— diz me surpreendendo por me dizer algo íntimo, me deixando mais confuso ainda— Mas me bateram por isso, e decidi trabalhar na polícia.— disse me encarando de volta, agora seus olhos marejados já estão carregados de lágrimas— Sempre me bateram por qualquer coisa, por que eu tô falando isso pra você?— pergunta rindo de se mesmo.

— Por que você provavelmente teve um gatilho que te lembrou disso.— digo respirando fundo, e ele concorda— Queria poder ajudar, mas não sei ao certo o que realmente te incomoda.— digo empurrando ele de leve, pelo ombro.

— Não toque em mim, eu odeio.— diz sério— Lembrando disso já é um bom passo.— diz respirando fundo, e eu assinto gravando isso em mente— Eu queria te pedir uma coisa.— diz me olhando sereno, e eu confirmo assentindo.

— Pode pedir.— digo e ele pareceu pensar em algo específico, vidrando seus olhos no espaço entre nós dois.

— Não estou em posição para isso mas, perdoa o Minho pelo que ele fez.— diz voltando a me olhar normalmente— Acredite, não foi proposital o erro dele, e não, antes que você pergunte, eu não sabia de nada, mas ao mesmo tempo eu sei de algumas coisas, Minho passou noites em claro procurando o irmão do Felix, e quando o resultado chegou em você, tenho certeza que ele não soube reagir e preferiu não falar nada por não achar o tempo certo pra isso.— diz com um toque de sinceridade na voz, e isso me deixou imóvel— Acredite, ser abandonado por qualquer um dói, principalmente por um amigo.— diz e eu sinto um peso no peito horrível, me deixando um pouco sem ar.

Desde quando ele é conselheiro de amizades?

— Ok.— assinto por concordar com ele— Você tá certo, eu sei por que já passei por isso, mas realmente doeu o que ele fez.— digo olhando para o asfalto frio, me sentindo tão frio quanto.

— Nele também doeu, acredite.— diz e eu o olho, mas seu olhar está preso em algo que está atrás de mim— Droga.— ele pega seu celular e tira a capinha, tentando abrir a parte do lado onde se tem o chip telefônico— Droga Hyunjin, me diz que você tem um brinco aí.— pede e eu vejo que suas mãos estão tremendo, e eu fico confuso.

— Não tenho, faz tempo que não uso um.— digo passando a mão em minha orelha, sentindo a ausência do adereço.

— Merda Hyunjin, corre!— diz se levantando, me puxando para levantar também, e eu me viro para ver o que ele viu para estar assim.