Desalento - O Livro

9°Saber: Vovó e Espinho

"Crianças de todo o mundo virão de olhos famintos por diversão; nós viemos por olhos famintos de paixão. Não alimente algo movido pelo estético."

O Rei de muitos membros não passa de um verme gordo em uma cama cheia de donzelas e cavaleiros. De seus buracos escorre o licor que usam para de empanturrar.

-Foi muito fácil entrar nesse lugar, quebrar suas paredes e rachar o chão debaixo de vocês.

Falaram que você era um sábio e mensageiro de bom agouro, mas era apenas fachada. As Donzelas usam seu leite para suas crias beberem e se tornarem cavaleiros, para não terem o desgosto de perdê-los para o tempo.

-Vamos te soterrar com todas as pedras existentes e vamos fazer um novo palácio sobre você. Seu monstro!

Elites... Usam do nosso esforço para viverem. São parasitas e inescrupulosos. Não admitirei a figura sua de Rei ou de líder... Você não lidera, vocês aqui se protegem conosco e de nós. Usariam meu corpo minúsculo como argamassa de um novo palácio para sua banha real.

-Coma direito Espinho! Pare de deixar pedaços maiores.

"Sua pressa é um insulto ao meu paladar, e essa podridão gorda é muito melecada e sem cerne." -Lindo de se ouvir...

Morreram todos. O que é esse ciliar que ouço?

-Al-Gar?

O pernas-curtas que cresceu comigo se tornou uma Donzela? Surpreendente. O que é aquilo que ela segura? "Mate-a, devore-a"

-O que está segurando Al-Gar?

-Uma Runa, e meu nome como Donzela é Alar-Gakka.

Curioso estas coisas chamadas de runas, uma Donzela me deu uma certa vez... Mas fazem anos isso.

-Está Runa... Deixe-me vê-la.

"Ela não parece que vai lhe mostrar algo. Atire nela!" –Paciência Espinho...

-Está diferente.

-Você também. Perdeu sua carapaça por completo praticamente. Seus ossos se partiram e seu poder ...Cresceu... Mesmo sem um cristal. –Disse tocando-me com o seu Cristal em seu peito.

-Eu sou o Desalento.

-E o que isso significa? Você surgiu da pedra, como eu. Você cresceu debaixo, como nós. Você é seu povo.

-Eu sou o primeiro desbravador. Não sou mais aquele pernas-curtas magricelo que você conheceu.

-Você continua o mesmo Rezziz-Alir que eu conheci... De dedos roxos e ossos cinzas...

Não sinto o que sentia antes. Esse deve ser o preço da treva na minha mão direita, esse deve ser o peso que carrego entre meus dedos.

Pelo que me disse, aquela runa servia para ir embora daquele lugar... Então ela também deseja ir para longe daqui. Sempre tivemos vontades, mas acredito que eu e ela fomos os únicos que tentaram de todas as formas correr atrás deles. Esse Rei era patético, vão definhar se continuarem assim.

Eu tomei os divergentes em um único culto. Uma única corte. Minha corte, minhas ordens; para o mérito dos merecidos. Alar-Gakka me ensinou sobre as runas, a lê-las e cria-las. Me ensinou que a Luz que parte dos cristais é algo muito morto comparado a sua real potência.

Meditei e entrei em um jardim onde uma figura enrugada mexia nos galhos de certas estruturas verdes. Aquela era a Espinho como forma.

O que é o Aether? E esse tal Eter que vi em poucas frases e conjurações?

"Aether é a matéria moldável. Matéria em fluxo. Eles são rodeados de Aether, e eu os devoro por isso."

Então eles são cercados por uma energia bruta de vida, que desaparece quando expurgada. Em um tom Verde.

"Correto... E errado. Aether é vida para alguns, é comida, fonte de inspiração, exercício para evolução. Mas ela não é permanente, ela se dissolve facilmente e constantemente. Por isso os outros morrem. A carga de Aether que eles tem é limitada."

E o que eu sou? Sou algo diferente disso? Sou Menos que isso ou diferente?

"Você é o Desalento. Aquele que surge do vazio para instigar o desespero. O medo é um preludio da sua existência. Não existe algo superior entre nós, até o momento. Não sente, teme ou fere-se".

"O Eter é a mateira Solida e fria, aquele que lhe consume e o aperfeiçoa. Aquilo que expurga o Aether, é venenoso à ele; tal como o mesmo é para nós. Você devora a vida deles, sua esperança... Sua Luz."

Ensine-me

"Ha ha ha... A vida deles é fadada ao término, por isso vocês morrem, por isso são fracos. Por causa dessa luz mentirosa que quer destruir o Eter. O cristal é um amplificador de Luz. Você não precisa de um, você tem a nós. Quer aprender a moldar a Luz em Treva? A Possuir tudo que tocar?"

Ensine-me 

"Atire nela..."

O Barulho metálico ecoou pelos corredores. Alar-Gakka caiu com uma mancha no rosto. Espinho devorou as placas restantes de seu rosto.

"Agora morde-la, possua-a, ou mate-a se quiser"

Erga-se.

-O que você fez comigo?

-Eu lhe...

"Você à Ascendeu! Como um novo ser. Uma nova criatura impregnada de Eter." Entendi...

-Eu lhe dei escolha.

"O impuro se impura novamente ao se exilar. A mudança é boa... Para algo..."