Chapter six

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❖ Olho por olho

Amanda Carter Ward era, sem sombra de dúvidas, uma das maiores agentes que já passaram pela Hydra. Herdara de sua mãe a capacidade de se infiltrar em qualquer lugar, praticamente invisível, e herdara de seu pai a frieza, a liderança de suas emoções e a raiva que não conseguia manter escondida. Aprendera a se defender com os melhores professores, entrara de cabeça naquele mundo. O que, sem sombra de dúvidas ela aprendeu sozinha, foi como defender os seus próprios interesses.

Quando Amanda era adolescente, ela e sua irmã gostavam de brincar com as pessoas, pregar peças, esconder roupas, colar traseiros nas cadeiras e até coisas piores. Algumas vezes, eram apenas brincadeiras guiadas por um desgosto sem motivo, mas na maioria dos casos, havia uma boa razão por trás disso e ninguém sabia disso melhor do que Amanda.

Colocar zumbis em sua casa, seu território antes imaculado de paz e sossego – exceto pela voz constante de Jane –, havia sido o cúmulo. Haviam estragado os móveis, haviam colocado a garota em perigo, haviam desafiado a sua rainha.

Amanda observou a casa do homem que havia sido responsável pelo incidente e viu quando ele passou pela janela do andar de cima. Não precisava ser muito inteligente para saber que havia sido ele. Seu nome era Jeremiah Peterson e ele já estava ali há mais tempo do que Amanda, o que ela imaginava ser o motivo pelo qual ele parecia ser tão contra a sua liderança. Bem, na cabeça de Amanda, esse era justamente o primeiro motivo pelo qual ele deveria aceitá-la, porque sem ter o mínimo conhecimento sobre aquele lugar, Amanda colocou ordem e estabeleceu sua posição, enquanto os demais viviam numa guerra interna.

O carrinho de mão estava lotado de criaturas mortas, mas que não tardariam a ressuscitar. Sem mais demora, ela o empurrou pela rua até chegar na frente da casa e bateu a porta como se estivesse prestes a entregar uma torta para o seu novo vizinho – mas a  Ward nunca fizera isso nem mesmo no mundo real e com certeza nunca  fará.

Jeremiah Peterson abriu a porta vermelha e tentou fechá-la com força assim que viu Amanda com a expressão carrancuda que fazia quando queria assustar alguém, mas ela colocou o pé entre a abertura, para que ele não conseguisse fechar.

— Vou quebrar o seu pé — avisou ele.

— Não antes que eu quebre a sua cara — rebateu ela, tirando o pé de repente e chutando a porta com o outro, fazendo o homem cambalear para trás.

Jeremiah se preparou para lutar, mas Amanda já estava pronta. Ele ergueu os punhos fechados e tentou desferir um soco no estômago da mulher, mas ela agarrou sua mão, passou sob o braço dele e torceu o pulso com força, fazendo-o berrar.

— Nós já tivemos essa conversa antes  — disse Ward com os dentes cerrados, enquanto ele gemia de dor.

— Sua vagabunda — grunhiu ele.

Amanda torceu ainda mais o pulso do homem.

— O que você disse? Acho que não entendi.

— Filha da puta — xingou ele novamente.

— Que droga, Peterson — a mulher soltou um suspiro, fingindo estar chateada. — Estragou todas as suas chances de ficar vivo.

Amanda soltou o pulso do homem, segurou-o pelos cabelos da nuca e o empurrou contra a parede. Passou um braço pelo seu pescoço e usou o outro para ajudar a apertar, pressionando a sua traquéia enquanto ele se debatia desesperadamente.

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⏰ Última atualização: Apr 16, 2021 ⏰

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