Capítulo 28

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― Então seu pai não era bem o cara perfeito que eu havia me casado. ― minha mãe disse, após eu ter lhe contado o que aconteceu. ― E sua irmã não estava ao lado de um príncipe. 

Coloquei minha mão em suas costas, Tess estava quieta, mas eu sabia que ela precisava de um tempo para engolir tudo aquilo que havia acontecido, precisava processar tudo.

― Sim... ― digo em um sussurro.

― Eu vou para meu quarto, preciso esquecer tudo que aconteceu.

Eu não digo nada, apenas a observo se levantar e ir em direção as escadas, Tess por sua vez foi para o lado de fora. Os criados continuaram seu trabalho, e eu fiquei sozinha na sala. Eu precisava de um banho, comer direto e descansar, mas eu não conseguia. Havia tanta coisa em minha cabeça que me impediam de mexer qualquer músculo.

Resolvi pedir a Margarida que preparasse um banho para mim, quarenta minutos depois eu já estava limpa, e então pedi um prato de comida, mas não consegui comer, meu estômago não deixou, ficou revirando e revirando sem parar.

Quando voltei para sala, meu mordomo acompanhava o doutor Breeven, um velho amigo da família, que sempre cuidava de algum problema nosso com a justiça, ou com contratos. O senhor de cabelos quase todos brancos, altura de mais ou menos 1,70 e idade média de 60 a 70 era gentil e confiável. Ele mesmo cuidou de meu casamento.

Ah, meu casamento! Havia me esquecido do mesmo.

― Bom dia, senhora Ap... ― o interrompo.

― Desculpe interromper o senhor, mas prefiro ser chamada de senhorita Lili. ― futuramente eu iria tirar o sobrenome "Apa" do meu nome, então não havia necessidade de me chamar assim.

Sem contar, que eu nem gostava.

― Desculpe-me. Senhorita Reinhart, podemos conversar em particular? Sei que hoje é um dia triste, depois de tudo que aconteceu, mas acho que a senhorita irá gostar de começar a organizar tudo! ― eu não fazia idéia do que o mesmo estava falando.

Mas eu tinha uma suspeita, sobre o divórcio e as propriedades de meu pai.

― Claro, vamos para o escr... antigo escritório do meu pai. ― digo indicando o local, deixando que o mesmo vá na frente.

Me viro para o meu mordomo e peço para que diga as pessoas que não me atrapalhem, a menos que seja uma emergência e sigo para o escritório.

Assim que entro, fecho a porta e vou direto para a mesa, quando olho para a mesma, havia uma fotografia de minha família, onde se encontrava eu, meu pai, minha mãe, Chloe e Tess. Eu deixo o retrato de cabeça para baixo e dou minha atenção para o advogado. (autora: pra quem não sabe, já existia fotografia naquela época)

― Acho que já tenha uma certa idéia do motivo para eu estar aqui. ― o mesmo diz,  colocando sua maleta na mesa.

― Não sei bem. O senhor não quer tirar o paletó? Está quente. ― digo por educação.

― Não será necessário.

― O senhor aceita uma água, café, chá ou bolinhos?

― Terei que recusar. ― me lança um sorriso, então tirou vários papéis de sua maleta e os colocou na mesa.

Para lhe ajudar, tirei vários objetos de cima da mesma.

― Seu pai tinha várias dívidas e várias acusações de fraude. ― disse sério, me entregando alguns papéis que comprovavam isso. ― Ele fez vários inimigos.

Começo a ler os papéis, ele já desviou e roubou tanto dinheiro! Nunca imaginei que meu pai seria capaz disso.

― São provas suficiente para o mesmo ficar preso por bastante tempo, porém ainda há vários outros. Você sabe, ele ajudou um sequestramento, encobriu a morte de uma jovem, forjou uma morte, colocou um homem inocente atrás das grades e ameaçou várias pessoas, como a senhorita. ― assinto.

Sr. SprouseOnde histórias criam vida. Descubra agora