Desbravadores da Honra

01: Ambição

Pandária.

As nuvens fofas e delicadas da Floresta de Jade começavam a se mudar, mesmo estando em pleno dia, ficando acinzentadas, cobrindo a luz do sol e do céu. Trovões ecoaram, dando o sinal de que uma chuva estava vindo.

Nas margens das praias da Floresta de Jade, uma jovem pandarena encarava seu barco. Seu cabelo, amarrado em um coque duplo, começa a balançar graças ao vento. Ela deslizou seus olhos rosas para baixo, suspirando.

Atrás dela, um homem da sua espécie, mais alto e velho, encarava ela no barco. Ele vestia um roupão frouxo, olhando para a garota com um olhar decepcionado. A jovem observava os suplementos e mochilas guardados na embarcação pequena, que levaria ela para nenhum lugar além de...

- Orgrimmar. - O homem de meia-idade olhou para a pandarena. - É esse o seu destino, não é, Ming? -

Ming levou a mão ao seu cinto, tirando um mapa enrolado com um elástico. Ela olha para o mapa ainda fechado, por um momento, antes de virar para ele. - Os irmãos Huojin da Ilha Errante se juntaram à Horda. Me desculpe, pai, mas eu já te expliquei. É isso que eu quero... eu quero explorar as outras culturas do mundo, diferente do nosso clã. -

O pandaren fechou os olhos, concordando silenciosamente. - Eu vou sentir sua falta, filha... depois de tudo que aconteceu, perder minha própria filha para o inimigo é triste. Eu ainda te amo, mas não apoio suas ações. -

- Eu... eu... - Ming fica de costas para seu pai. - Me perdoe, mas eu não quero ser mais uma ninguém. Mais uma da família que está na Aliança, vendo os mesmos reinos e as mesmas pessoas. Eu quero algo mais. Isso é quem eu sou, pai. Eu ainda sou sua filha, só estamos em lados diferentes. - Ela olha para baixo.

- Eu teria dificuldade de chamar você de filha após isso. Como eu explicaria para os aliados? Para Pou Wong? O estilo de vida que você está escolhendo vai, uma hora ou outra, acabar com você morta, Ming. A verdade é que você não sabe quem você é de verdade. -

A adolescente olhou para trás. - Uma vez, me disseram que se você quer saber a verdade de quem realmente é, a viagem é a melhor cura. A melhor professora. A viagem, a exploração, a aventura, vai me ensinar mais sobre mim mesma que cem anos de quietude. Eu vou explorar, pai, assim como nossa raça fez durante séculos. - Ela caminhou até o barco. Seu quílen, seu companheiro, a acompanhou, se sentando ao lado dela. - Até algum dia.-

Subindo no barco, Ming Pançaforte, de Pou Wong, finalmente sai da Floresta de Jade, indo visitar o seu destino... Kalimdor, os reinos da Horda.

Kalimdor, dois meses depois.

Era uma tarde ensolarada em Mulgore, território dos taurens da Horda. Ming já havia se hospedado com os pandaren Huojin, irmãos e irmãs da Horda que acolheram-a ali. A jovem pandarena estava encantada com a Horda, e nesses dois meses, ela havia explorado bastante território da sua facção nova. A garota soube de como a guerra entre as duas facções prejudicou bastante sua terra natal, e que Garrosh Grito Infernal foi um dos grandes responsáveis pela destruição de muitos locais, mas agora que o Chefe-Guerreiro Vol'jin liderava, ela acreditava firmemente que não precisaria se preocupar com isso.

O seu quílen, Funfun, voava pelos céus de Mulgore, a garota analisando os arredores. Ela já ouviu falar da terra-natal dos Taurens, mas pessoalmente, ela nunca sequer pisou na cidade. O lugar era lindo, cheio de flora e fauna, algo que ela falhou em ver em muitos territórios da Horda de Kalimdor que ela pisou, muitos sendo barrenas mortas e desertas. A jovem pandarena abre um sorriso conforme passeava pelas colinas verdes de Mulgore, se lembrando da linda Floresta de Jade.

Explorar era um deleite para Ming. Alguns da família Pançaforte saíram para explorar e nunca mais voltaram, e Ming sempre quis ver como era a viagem de seus ancestrais. E ela já conseguia ver partes dos motivos. Sentir a brisa do vento balançando seu pelo azulado conforme sua cauda felpuda saltava de um lado para o outro, com uma paisagem linda de sobra, era algo que a pandarena já pensou em sentir, mas subestimou o quão era bom.