Para entrar nas Terras Agrestes, o grupo de Ming teve que passar pelo Forte do Desterro. Esse lugar, como o nome sugere, era um grande forte, pertencente à Aliança.
Antes de entrar, eles haviam visto o forte de longe -- ao menos o que restava dele. Torres estavam rachadas, seus escombros descansando em ruínas ao redor do forte. O grande portão de entrada feito de madeira era nada além do lar destruído de vários cupins.
Grou'khrin liderou a marcha do grupo até o Forte do Desterro. Eles passavam pelo local desolado, em cima de suas montarias, dúvidas subindo em suas mentes.
- Este lugar... - Ming analisou aquele forte. Tantas construções abaladas, assim como as torres. Barracas e fazendas, escolas de magia e lojas. - Alguém sabe o que houve aqui? -
Grou'khrin foi o primeiro a responder, como muitas vezes antes, sendo o primeiro a se pronunciar, tanto por sabedoria quanto por impulsividade. - Humanos. Malditos humanos. Este é o Forte do Desterro. Foi um lugar designado unicamente para manter o meu povo em escravidão e submissão. -
Michael levou seu olhar coberto ao orc. - Este nome não me é estranho. -
- Qual sua idade, Michael? - Ele perguntou.
- Dezessete na morte. Por quê? -
- E quando você morreu? -
- Vinte e dois anos depois da Primeira Guerra. -
- Então significa que você era uma criança na época dos campos de concentração. Foi na época do ano sete pós-guerra que a Horda foi colocada aqui.. neste inferno. Tratados como animais, dia e noite, sendo forçados a fazer tarefas de força bruta. -
O garoto morto-vivo se sentiu... culpado. - Sim, eu me lembro. - Ele disse, em um tom triste. - Eu lamento, sr. Grou'khrin. Antes das muralhas de Guilnéas se fecharem, eu visitei os reinos de Lordaeron. O Forte do Desterro foi um dos lugares que eu vi com meus quatro anos de idade. Minha mãe dizia que os orcs eram desgraças, criminosos que mereciam esse tratamento... entretanto, eu nunca entendi o porquê. -
- Porque humanos são maliciosos, Michael. - Grou'khrin respondeu. - O humano é mau por natureza. Vários deles crescem em puro poder e riqueza, sendo tratados como os absolutos reis deste mundo que vivemos, mesmo com tantos outros povos nele. A tão-aclamada "Aliança" deles, nada mais é que uma comunidade humana glorificada. Eles são a maioria em Azeroth, e vão ser para sempre. Eles jamais vão entender o que o povo órquico, e por extensão o que a Horda, passou. Sua criação privilegiada os dá um ego que os faz acharem-se superiores. E, se eles não são privilegiados, o que eles fazem para se tornarem? Se transformam na escória que conhecemos, os bandidos e ladrões. -
Beatrizze o encarou do lado do olhar, desviando o mesmo após alguns segundos, suspirando.
- S-Sim, eu... eu n-não acho que os humanos sejam todos maus, mas... é notável que o privilégio deles faz eles não gostarem de nós. - O adolescente respondeu, em um tom que carregava incerteza.
Eles passaram do Forte do Desterro, e no caminho, refletiram. Os humanos eram realmente maus por natureza? A humanidade era naturalmente maliciosa?
E, lá estavam eles. Nas Terras Agrestes, o seu próximo destino. Ao chegarem, Ming sugeriu imediatamente que eles se separassem e desbravassem a área toda, mas Nukkia e Grou'khrin, ambos experientes, a avisaram de que as Terras Agrestes eram diferentes das outras no norte dos Reinos do Leste. A Aliança havia uma presença muito, muito maior aqui. Os Anões do Clã Martelo Feroz dominavam uma boa parte do local, e o recente pacto que os mesmo fizeram com a Aliança abriram a oportunidade para que a facção inimiga da Horda colocasse mais e mais postos aqui. A pandarena, dada este aviso, sugeriu apenas que eles andassem em grupo até o posto da Horda mais próximo para evitar um possível encontro hostil com a Aliança.
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Desbravadores da Honra
FantasyEm Azeroth, um mundo onde a guerra entre a Aliança e a Horda é um constante, uma jovem pandarena tenta ver os motivos da facção constantemente diminuída e odiada, se juntando à ela. O que ela não esperava, entretanto, é a aventura, e consequentement...