Capítulo 05. [🌿]

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Que ou o que não se esperava; que ou o que causa surpresa; que ou o que ocorre de modo imprevisto

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Que ou o que não se esperava; que ou o que causa surpresa; que ou o que ocorre de modo imprevisto.



🍁Kim Taehyung On 🍁



— Quê? 

Tudo que menos queria, estava acontecendo: os questionamentos. Pude ouvir a pergunta do alfa ecoar na minha cabeça milhares de vezes em tons diferentes, e, sem poder controlar, minhas mãos começaram tremer. 

Se eu contasse a verdade, o que ele iria fazer? Nem sei ao certo onde ele trabalha e não quero problemas. Bogum ficaria muito bravo e contaria para os meus pais, eles iriam me odiar ou até pior, ele não iria me perdoar e me mataria.

E se falasse a verdade e o Jungkook acreditasse que eu realmente mereci isso, e depois fizesse o mesmo? Ou pior, me matasse.

— O que aconteceu com seu pescoço? — Dessa vez foi real, não era nenhuma voz dentro da minha cabeça. 

— Eu caí da escada. — Menti. É melhor não piorar as coisas. 

— Caiu da escada? — Seu olhar estava confuso e mais questionamentos saíram dos seus lábios. — Alguém te empurrou? 

— Não. Eu preciso ir embora. Agora. — Peguei minhas coisas e corri para longe daquele interrogatório sem sequer olhar para trás.



🌻



Demorei para chegar em casa, era tarde e não fiz questão de correr pelas ruas. Entrei em casa e tranquei a porta. A primeira coisa que vi foi Bogum dormindo no sofá, havia várias garrafas de bebidas ao seu redor, ele ainda segurava uma enquanto roncava sem parar. 

Suspirei, começando a organizar a bagunça. Quando terminei desliguei a televisão e cobri o corpo largado com uma coberta. 

Depois, comi um macarrão instantâneo e tomei banho em seguida. Em alguns minutos para frente, eu estava deitado na minha cama; fechei os olhos e suspirei, esperando seu sono vir. 

Me virei para o outro lado e agarrei meu travesseiro, não adiantou também. Então me encolhi em posição fetal, abraçando meus joelhos. Choraminguei em decepção e abri meus olhos, juntei um monte de coberta e fiz um mini travesseiro contra a minha bochecha. 

— Me deixa dormir, por favor. — Implorei para o meu cérebro. 

Ele queria me sabotar, queria que pensasse na minha vida e refletisse sobre onde foi que errei. Faria-me questionar sobre a minha existência e me fazer chorar por ser tão inútil, ele jogaria momentos na minha cara e me lembraria constantemente de que mereço apodrecer nas piores mãos que existem; todavia, eu não preciso disso, não agora. 

Me levantei e fui até o meu armário, peguei a caixa vermelha de remédios e joguei na cama. Arrastei minhas mãos sobre as várias cartelas, pegando o que queria. 

Engoli um comprimido; sem água, mas com pressa. Minhas pernas não se aquietavam de forma nenhuma e o efeito parecia demorar horas. Sem paciência, tomei mais um. Senti minha garganta arder pela falta de líquido, mas não me importei muito, só queria não ter que pensar.

Senti meu coração apertar, meus olhos se encheram d’água e eu sabia que não iria resolver, acordaria novamente, tudo voltaria. A amargura, a dor, a culpa. Minhas costas pesariam toneladas e eu não suportaria andar. Teria que carregar isso comigo para sempre. 

Guardei todos os remédios e voltei a me deitar, rezando para o efeito se adiantar e meus olhos pesarem. 

Me assustei ao ouvir meu telefone tocar em cima da mesinha do abajur. Me estiquei e peguei o aparelho, era uma ligação do Jeon Jungkook, não demorei para atender. 

— Alô? Senhor Jeon? — Perguntei com o cenho franzido. 

— Taehyung... eu... preciso de... ajuda.— A voz do alfa estava ofegante e oito tons mais baixo do que o comum, a rouquidão percorreu por toda a minha espinha e me segurei para não suspirar. 

— Aconteceu algo? No que posso te ajudar? —  Perguntei rápido, me levantando. 

— Taehyung... meu hut... ele adiantou. — Não necessitava de mais nada para entender o raciocínio básico, precisava pegar o Sun-Oh. 

Me auto amaldiçoei por tomar dois comprimidos para dormir. O efeito acontecia em uma hora, tinha tomado dois comprimidos. Apenas trinta minutos para buscar o pequeno e levá-lo embora. 

Saí de casa com pijama e correndo. A única coisa que coloquei foi um casaco e um chinelo. As escadas pareceram pequenas com a minha pressa. Os Jeons moravam a uns três quarteirões daqui e isso me deixou mais aliviado. Terminei as escadas do prédio e corri o mais rápido possível pelas ruas vazias, precisava tomar muito cuidado para o meu cérebro não desligar a qualquer momento. 

Cheguei na porta do apartamento e o cheiro de canela e chuva adentraram meu nariz antes mesmo de abrir a porta. Estremeci. O efeito que o cheiro fazia sobre o meu corpo era completamente comum, pensei. Senti minha lubrificação natural escorrer entre as minhas pernas, respirei fundo e abri a porta. 

A sala estava vazia. Então recolhi alguns brinquedos e dobrei o cercadinho para poder levar junto. Sem demora, corri para o quarto do bebê e tranquei a porta. O alfinha estava dormindo sobre a cama. E com muita rapidez peguei a primeira mala que encontrei no seu quarto e coloquei diversas roupas, fraldas e produtos de higiene para a sua pele no objeto. 

Tentava fazer tudo em silêncio, ainda mais bucal. Tudo que meu corpo queria agora era gemer e implorar por atenção, isso era muito estranho, pois nem nos huts do Bogum meu corpo reagia assim. 

Peguei o pequeno alfa no colo, sem acordá-lo. Havia uma mochila nas minhas costas e uma mala sendo puxada. Respirei fundo e destranquei a porta em minha frente, soltei o ar quando notei que a porta do quarto de Jungkook ainda estava fechada. 

Não tardei em começar a andar pelo corredor; esse cômodo nunca pareceu tão estreito como parecia agora. Senti meu membro apertar e acabei gemendo de dor, precisava sair daqui rápido ou meu lobo não resistiria ao hut do alfa. 

E pensar que a minutos atrás eu me dopava para ter uma noite tranquila de sono... 

Faltavam alguns passos para finalmente chegar até a porta. Desde que soltei o primeiro gemido, o segundo não foi tão fácil de segurar, nem o terceiro ou o quarto. Agradeceria a Deus se Jungkook não tivesse escutado nenhum deles. Peguei a chave do carro e do apartamento em cima do cômodo na entrada. 

— Taehyungie... — A voz rouca fez com que todo meu corpo se arrepiasse. Olhei para trás, me deliciando na visão do alfa apenas com uma cueca, sua ereção marcava e todo o seu torço suava. Minhas pernas falharam e eu me joguei para fora daquele apartamento trancando a porta e me sentando no chão, respirei rápido pela boca para tentar me acalmar. 

— Conseguimos Sun-oh. — Passei minhas mãos pelos fios lisos do dorminhoco que nem ao menos se mexeu desde que subiu no meu colo. — Conseguimos. 

Encostei minha cabeça na porta, minha respiração estava rápida e falhada. Acabei escutando gemidos altos do alfa, ele chamava por alguém, mas não consegui entender direito; e nem deveria. Ri baixo ao notar estar sendo um tarado por ouvir meu chefe se masturbando enquanto chama por alguém. 

— Taehyung... — Arregalei meus olhos e me afastei da porta. Devo ter escutado errado. 

Meu corpo já estava fraco, porém eu precisava a todo custo cuidar do pequeno alfinha nem que a minha vida dependesse disso. E com poucas forças restantes me levantei. O bebê resmungou levemente, mas voltou a dormir em seguida. Arrastei meu corpo pela parede enquanto puxava a mala e segurava a criança, com um braço para cada. Entrei no elevador e me apoiei nas barras de ferro suspirando pesadamente. 

Nunca mais olho para aquele maldito comprimido. 

Olhei no relógio e me dei conta que quarenta e dois minutos se passaram, e que toda a tontura que eu sentia tinha uma explicação. Quando o elevador abriu, dei passos vagarosos até o recepcionista do apartamento, lhe entreguei a chave principal da casa do Jeon explicando que o alfa progenitor entrou no cio e que provavelmente não teria nenhuma companhia dessa vez. Para garantir, pedi que só lhe deixasse sair quando os sete dias se passassem. 

Consegui dizer tudo mesmo com a voz embriagada e um olho meio fechado. Como uma lesma com sono, andei até o estacionamento, joguei a mala junto com a mochila no carro e fechei a porta com o máximo de força que consegui. 
A cada movimento meu, parecia que meus ossos se quebrariam em pedacinhos. Uma lágrima solitária desceu do meu olho devido a tamanha exaustão que sentia e da falta de nutrientes e energia que desapareceram devido ao remédio. 

Entrei no banco do motorista e me sentei com o bebê confortavelmente no meu colo. Me certifiquei de travar o carro antes da minha visão escurecer. 



🍁 Kim Taehyung Off 🍁



Avelã E Baunilha | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora