Aviso:
Esse capítulo tomou proporções assustadoramente sombrias para o rumo da história (até eu me surpreendi e olha que eu criei essa bagaça). Contém assuntos que podem causar desconforto ou até gatilho para algumas pessoas.☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
**Covil dos Druidas**
- Vocês fizeram o quê? Perderam o juízo?
Delfine queria estrangular um por um pela burrada que fizeram.
- As ordens, Natanael, eram simples: observar e relatar, não "atacar em lugar público em plena luz do dia"!
Apenas silêncio por alguns segundos até que se pronunciaram, por via das dúvidas acharam melhor não contar na íntegra o que aconteceu:
- Achamos que seria um momento oportuno, elas estavam sozinhas e em menor número...
- Ainda assim levaram uma surra. Quem estava com ela? - Delfine pergunta.
- Mais quatro garotas, três morenas e uma loira.
- Ouviram algum nome?
- Só dois: Angelique e Kahlisse.
- Sumam daqui! E rezem pra que Ela não tenha visto o que vocês fizeram.
Assim que eles deixam a sala, Delfine lança um olhar para Grace, uma das "sacerdotisas", que por sua vez pegou um livro gigantesco e colocou sobre a mesa. A mais velha começou procurar algo entre as páginas, parou depois de um tempo e disse:
- Achei...- teve uma pausa quase que dramática - Então ela fez amizade com a filha da Blair e com a filha da Verona. Se essas duas puxaram as mães, todo cuidado agora é pouco, se não tudo vai por água abaixo.
Ficou por um tempo naquela sala, até que ouviu o sino da recepção tocar. Entrou na recepção, colocou um sorriso falso no rosto e disse:
- Olá, como posso ajudá-los?
Do outro lado do balcão havia um casal relativamente jovem, a mulher parecia estar no terceiro trimestre de gestação.
- Queriamos saber se ainda há quartos disponíveis.
- Deram sorte, vagou um hoje de manhã.
- Qual o preço por noite?
- €20,00 por noite.
O homem puxou a mulher para um canto mais reservado.
- Não podemos pagar nem por duas semanas, Amanda, quem dirá as 12 restantes.
- John, todos os outros hotéis estão cheios, sei que daremos um jeito.
Depois de muito discutirem...
- Ficamos com o quarto.
- Por quanto tempo?
- Nove noites, por enquanto.
- Sigam-me.
Pobres coitados, não durariam muito naquele lugar. Se as paredes pudessem falar estariam gritando em súplica para que saíssem dali o mais rápido possível.
Apenas ao olhar para esse lugar, já se pode sentir a maldade e o peso de sua atmosfera quase nefasta, Amanda e John só entraram porquê não tinham outra opção, parecia até que tudo tinha sido planejado para que aquele quarto ficasse vago e todos os outros da cidade estivessem lotados, parecia que o hotel sabia da condição deles, ficando cada vez mais claustrofóbico com as paredes se fechando a cada passo que davam no corredor. A luz falhava sem parar de um jeito hora frenético hora devagar, o papel de parede que parece ter sido escolhido por alguém de muito mau gosto estava coberto de mofo, o cheiro que emana de um lugar que deduziram ser a cozinha era fétido, era fim de tarde e a mulher da recepção disse que estavam lotados, no entanto não parecia que havia outras pessoas em nenhum dos quartos, tudo o que se ouvia era o som da respiração cada vez mais pesada dos recém-hóspedes e seus passos que faziam a madeira carcomida ranger de forma descomunal, se não houvesse estaria um silêncio quase sepulcral.
Finalmente chegam ao único quarto supostamente vago, ao abrirem a porta a sensação era que eles haviam sido transportados para um filme de terror dos anos 1960/1970, dava a impressão de que a qualquer momento Norman Bates os mataria durante o sono de madrugada ou Michael Myers surgiria de dentro do closet.
As duas primeiras noites foram relativamente tranquilas, mas John havia adotado hábitos estranhos na segunda noite e nos dias seguintes ficaram piores: ele não dormia, não se alimentava direito, não queria acompanhar ela nas consultas, não se importava mais com o bebê, no final das 9 noites ele começou a ficar violento e no último dia ele estendeu estadia por mais uma semana, para o desespero de sua esposa.
Os "funcionários" estavam em êxtase, teriam três corpos jovens para manter o cadáver milenar de sua mestra. Os últimos "hóspedes" não foram o suficiente, eram idosos e isso não à deixou nenhum pouco feliz.
Na 5° noite da outra semana, Amanda acordou amarrada em um lugar completamente diferente, sujo e escuro a não ser pelo foco de luz acima dela. Estava se segurando ao máximo para não entrar em pânico com medo de algo acontecer a sua criança ainda em seu ventre.
Ela consegue virar a cabeça um pouco para a esquerda e enxerga o corpo de uma mulher ruiva, sem sinais de respiração, parecia ser de boa aparência, mas na sua mão direita e metade do antebraço parecia que estava se decompondo.
Uma porta de metal pesado se abre e entra uma pessoa sendo acompanhada por uma forma luminosa com a silhueta feminina. A pessoa se torna visível e Amanda reconhece o rosto de seu marido, mas ele parecia estar em transe e não respondia a nenhum de seus apelos.
A aura parece sussurrar coisas inaudíveis no ouvido de John e eles sumiram de vista por alguns segundos, que mais tarde ela desejou ser horas, ele voltou segurando um objeto que brilhava na luz. Tudo o que veio depois disso foi uma dor excruciante seguida de escuridão para Amanda.
John acorda do transe com seu filho mutilado nos braços e ao entender, mais ou menos, o que aconteceu solta um berro de raiva e depois sente algo rasgar sua garganta e tudo apaga novamente.
Delfine colocou os três lado a lado e fez o ritual que rouba tempo que aqueles corpos teriam em vida e passa para Lucrécia. Com sorte, dessa vez isso bastaria para manter o corpo de sua Mestra impecável por mais trezentos anos. Trezentos anos de tranquilidade em que ela poderia simplesmente colocar a placa 'não há vagas' na frente do hotel, sem ter que limpar esse tipo de bagunça ou manter essa fachada e ser "amigável" com humanos.☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Voltaremos com a programação normal no próximo capítulo de: Shattered Between Blood Tears & Glass.
A postagem do próximo vai depender da minha motivação e da demonstração de vocês através do voto e do comentário.
Até mais e tomem cuidado, a pandemia ainda não acabou.
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Shattered Between Blood, Tears & Glass
FantasyVeio de uma união iniciada em sangue; Será a causa de muitas lágrimas; O espelho é seu refúgio para longe de tudo. Sua mente está DESPEDAÇADA EM SANGUE, LÁGRIMAS E VIDRO.