Os Leões e os Lobos se encontram

122 5 1
                                    

Um grito se ouviu no meio da floresta. Um grito de pura dor e agonia...
Ela ouviu uma conhecida e amada voz soar ao longe a chamando. Oh, como ela desejava que estivesse perto o bastante para ouvi-lo com clareza ou, ao menos, que tivesse forças para respondê-lo. Sem poder lutar, sucumbiu à dor e se preparou para o começo desse pesadelo que parecia ser eterno...

10 meses atrás...

Em uma das salas de uma enorme casa, um homem ouvia de maneira tensa uma mulher já de idade lhe dar uma ameaça, enquanto sua esposa estava no cômodo ao lado lendo. A porta se abriu num rompante, assustando-a:
- Estou avisando, nada de bom vai vir disso enquanto ela viver!
- Já acabou? - o homem perguntou.
A mulher saiu furiosa.
- Querido, o que houve? Por que toda essa gritaria? Quem era essa mulher?
- Era Delfine.
- A druida? O que ela queria?
- Mesma história de profecia. Resolvi dar ouvidos para ver se aquele grupo de malucos nos deixa em paz.

Ela fecha o livro em suas mãos.

- Desde que nossa filha se casou eles vêm tocando o mesmo disco e toda vez é uma história diferente, faz 350 anos. Não tenho mais idade pra isso. E qual é a "solução", desta vez? 

- Sacrificar nossa neta mais nova.
Ele ficou quieto e se sentou na poltrona a frente da esposa, pensativo.
- Por que está tão quieto? ... Arcturo D'lioncourt, não me diga que acreditou nisso! - A mulher disse ao seu marido, furiosa.
- Ficou louca, Nora? Jamais! Só estou preocupado, ela falou com muita veracidade e está mais do que claro que eles farão o possível e o impossível para conseguirem o que querem.
Arcturo, então levantou andando em direção ao seu escritório, falsa ou não ainda era uma ameaça e não estava disposto a pagar para ver, a última vez que fez isso uma de suas filhas pagou o preço.

Pegou o telefone, discou um número conhecido, porém raramente usado por ele e esperou, no segundo toque quem ele queria atendeu:
- Quem diria hein, Arcturos. O leão ligando para o lobo. Curioso levando em consideração que nunca ligou para minha empresa de sua casa.
- É Arcturo. - corrigiu - Pode falar? O assunto é demorado.
- Não posso, estou a caminho de uma reunião. Vamos conversar mais tarde, na minha casa daqui à uma hora, minha esposa disse que está preocupada com algo, mas que só vai falar quando vocês estiverem presentes também.
- Avisarei Nora.
Encerrada a ligação, saiu de seu escritório.
- Querida, se arrume.
- Para onde vamos?
- Para Wolvesbane.
Na hora marcada, estavam cruzando o portal de entrada do jardim que dava vista para a luxuosa mansão de Abraxas e Wahlburga Greyback, os D'lioncourt tinham um vínculo eterno com os Greyback, não por causa de negócios, mas porque Nimphadora D'lioncourt se casou com Theon Greyback.
Quando entraram foram recebidos com o sorriso doce de Wahlburga que foi logo dar lhes um abraço caloroso.
- Quanto tempo Nora, não mudou nada desde o belíssimo casamento, maravilhosa como sempre!
- Como poderia, também está encantadora Wahlburga.
Arcturo já havia cumprimentado Abraxas com um breve aperto de mão, apesar de a guerra ter acabado e terem "unido" seus clãs, está mais do que claro que eles apenas toleram um ao outro.
Depois das saudações, Abraxas dispensou os empregados e começaram a conversar.
Arcturo e Nora falaram da profecia da druidisa Delfine sobre sua neta e Wahlburga contou sobre a visão que havia tido mais cedo naquele dia.
- Eles vão tentar raptá-la, quando eu não sei, é incerto, mas vai acontecer independente de onde ela esteja ou do que façamos.
- Ainda não entendi como funcionam suas visões. - disse Nora.
- Elas só acontecem quando, não importa o que façamos ou decisão que tomamos tudo o que acontecer vai levar a aquele momento, a única coisa incerta é o tempo específico em que acontecerá.
Conversa vai, conversa vem, Abraxas apresenta uma proposta:
- Convocaremos a todos então, assim teremos como protegê-la. - disse Abraxas- Todos de acordo? - perguntou então.
- Melhor não arriscarmos. – Nora contestou. – Apesar de estar morrendo de saudades dos meus filhos e netos, trazerem ela para perto só vai piorar a situação. E, se vai acontecer de qualquer jeito, qual é a razão disso? Só estaremos antecipando o inevitável, não há muitos druidas restantes não acredito que cheguem à Austrália.

- Concordo com ele. – a esposa o olhou, ele continua:

- Sabe bem o motivo.

Então, deu um suspiro de derrota e concordou.
Era 20h00min da noite quando começaram a ligar para todos os integrantes das suas famílias dizendo basicamente a mesma coisa:
"Temos um problema que não pode ser ignorado, precisamos de TODOS aqui presentes sem exceção, vocês têm o prazo de três dias para retornarem a Praga, quanto antes melhor."
Quando chegaram à vez de ligar para Theon e Nimpha, eles expuseram a situação de sua caçula, não deu outra, confirmaram, chegariam daqui a dois dias, o tempo necessário para organizarem tudo em Brisbane na Austrália.
- Espero que não haja outra guerra, mesmo terem se passado três séculos e meio, ainda não nos recuperamos de mil anos de guerra entre nossas famílias. - disse Wahlburga com medo na voz
- Não vai haver outra guerra meu amor. - Abraxas disse com uma certeza incontestável em sua voz.
Arcturo e Nora levantam-se prontos para se despedirem.
- Acho que é hora de irmos e nos prepararmos, nos vemos daqui a três dias na Wolveslions'den?
- Sem dúvida. Até!
- Até!
To be continued

Shattered Between Blood, Tears & GlassOnde histórias criam vida. Descubra agora