Capítulo 14

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Vejas bem, escutes meu conselho valioso,  de amiga...  Tenhas muito cuidado em quem confias... Há muitos lobos em pele de cordeiro, neste vasto e misterioso, mundo de meu Deus...

No capítulo anterior...

- E o que ele fez de tão grave, dessa vez?

- Ele, simplesmente... Libertou Pluma Branca - Reverte para de observar a cidade e a olha preocupado; exatamente, ele soltou Marina, a mãe de um dos jovens escolhidas...

- Então que Deus tenha piedade de nossas almas... Por que ela certamente não terá... Não depois do que houve no passado... Isso é  mais do que terrível... O León não poderia ter libertado justamente Pluma Branca, ela é instavel demais e...

- Muito perigosa, Reverte...

Agora...

- Dessa vez o León foi longe demais; diz Reverte cerrando ambos os punhos, tentando controlar a sua raiva - Pluma Branca é tão instável, que nem mesmo os senhores das sombras podem controla - lá, o que faz da filha dela uma das escolhidas mais poderosa, ficando somente atrás dos nossos filhos...

- Eu sei disso Reverte; suspira - Mas isso não foi uma decisão minha... Mas sim dele... León não é do tipo que aceita bem conselhos que não condizem em nada com os seus desejos e vontades, e eu como esposa dele, sei disso melhor do que ninguém...

- Talvez tenha sido melhor assim; diz uma voz melodiosa, os fazendo se virar para ver de quem se tratava, era ele, um dos sete arcanjos, com seus cabelos loiros revoltos pelo vento, e seus olhos verdes mais escuros do que nunca, usando um terno sob medida muito elegante, que valorizava cada parte de seu corpo bem definido - Uma hora ou utra isso ia acabar acontecendo, independentemente de nossas vãs e tolas vontades, meus caros...

- Você; diz Mabel ao observar o anjo, com roupas humanas, bem diferentes do capuz que ele costumava usar para esconder o seu rosto angelical, ela não ousava dizer o seu nome - O que faz aqui? Pensei que... Era para... Já nem sei mais o que digo...

- Também não entendo sua presença aqui... Não consigo entender... Por mais que tente... O que faz aqui? Não chegou o momento da profecia se realizar; Reverte enfim consegue falar - Ou seja... Você não devia estar aqui... Não agora pelo menos... Não antes da profecia se realizar...

- Eu sei muito bem disso, Martin; ele coloca suas mãos no bolso da frente de sua calça - Mas cansei de ficar de braços cruzados, vendo esse mundo se acabar pouco a pouco... Os senhores das sombras precisam see detidos... E os jovens da profecia, protegidos...

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- Você ainda não respondeu a minha pergunta Joaquin; diz Diego cerrando os punhos e trincando os dentes - O que faz aqui? O que faz aqui? Vamos, responda longo, seu babaca?

- Calma aí Diego, devagar com a dor, meu amigo; diz Miguel ficando entre os dois - Até onde sabemos, ele é nosso amigo... E não inimigo... Vamos escuta - lo, antes de mais nada... Não é uma ameaça propriamente dita, pra gente, ou para a Roberta e o Giovani... Então vê se fica mais calmo, Diego...

- Isso é o que você diz Miguel... O que provavelmente, ele quer que você pense, mas eu... Eu não confio nesse cara, de jeito nenhum; Diego diz, mais tranquilo que antes - Não se esqueça de que esse imbecil já namorou a Mia e a Roberta ao mesmo tempo, ou seja ele não é nada confiável...

- Nesse ponto, eu tenho de concordar com o Diego - Mia se intromete na conversa; Eu também não confio nem um pouco no Joaquin...

- O que eu entendo perfeitamente bem, considerando tudo o que eu fiz no passado, mas eu mudei, sou uma pessoa bem diferente, daquela que vocês conheceram, que enganou a Mia; olha bem nos olhos dela - E que também enganou a Roberta; diz Joaquin dando de ombros - Então eu imaginei que... Ajudando vocês, eu poderia meio que... Sei lá... Me redimir por todo o mal que eu causei a você e a Roberta... Soube que vocês precisavam de ajuda e pensei comigo mesmo, "Por que não ajudar? Afinal, eu não tenho nada a perder, né? Todo mundo merece uma segunda chance, por que comigo tem que ser diferente? Ou vão me dizer, que vocês nunca cometeram um erro na vida?

- Eu acho que ele tem razão, gente; diz Lupita, que aparentemente, era a mais ingênua dos quatro escolhidos, que ali estavam - Ele pode nos ajudar a entrar nesse lugar, e assim salvarmos A Roberta e o outro escolhido que está com ela, o tal de Giovani...

- Por um lado... Eu concordo com a Mia e o Diego, mas por outro lado, não posso desconsiderar a opinião da Lupita; diz Miguel enquanto analisa bem Joaquin, que ainda usava o uniforme do Elite Way - Afinal... Ele pode nos ser útil em nossa missão de resgate...

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Franco estava muito cansado de correr contra a maré de seu destino, ele sabia exatamente onde sua adorada filha estava e o porquê dela estar tão longe. Era noite, e ele estava mais do que preocupado com Mia, e com o destino dela, cada vez mais incerto, ele rolava na cama, sem que o sono o alcançasse, seu pijama azul, estava molhado de suor, suas mãos tremiam, e quanto mais ele tentava dormir, mas o sono lhe escapava. Cansado de tentar dormir, foi até o seu escritório, quem sabe trabalhando conseguisse se esquecer de seus problemas, e quem sabe o sono que tanto lhe escapara, surgisse e ele acabasse dormindo. Se levantou da cama, calçou seus chinelos, e botou seu roupão, indo em direção ao seu escritório. As luzes de seu escritório estavam apagadas, mas assim que abriu a porta dele, as luzes se acenderam tão rapidamente, que ele teve de proteger seus olhos, das luzes que quase o cegaram.

- Boa noite meu "amado" marido, Franco Colluci; aquela voz lhe era tão familiar, que assim que estava acostumado com as luzes do escritório, abriu seus olhos, e neles haviam sinais de reconhecimento - Vejo que não me esqueceu, apesar de tudo...

- Você; ela usava uma roupa branca, que dava ainda mais destaque para os seus cabelos loiros, ela estava sentada à sua cadeira, como se fosse a dona de tudo - O que faz aqui Marina? Diga logo! Sabe que não tenho paciência para as suas chantagens baratase mentiras mal contadas, então me diga logo, o que te trouxe aqui, Marina?

- Mas que recepção mais fria, meu amor; diz ela com um sorriso de escárnio e um olhar cínico em seu belo rosto - Eu esperava mais de você, considerando que fomos, ou ainda somos casados, e temos uma filha juntos... Fruto dessa união...

- Pare de fingir que se importa com o nosso casamento, ou com a nossa filha, Mia; diz ele fechando a cara - Nós dois sabemos muito bem, que você nunca quis nenhum dos dois, de verdade... O que quer de mim, Marina?

- Jura que você não sabe o que eu quero, meu "querido" Franco? - Pergunta provocativa como sempre; sério que você não faz sequer a mínima ideia do que eu quero? - Seus olhos ficam bracos por uma fração de segundos; adivinhe o que eu quero, afinal não seria a primeira vez... A primeira vez em que adivinha o que eu quero... O que eu sempre quis e você nunca me deu ou foi capaz de me dar...

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- Seus amigos conseguiram entrar aqui; diz Giovani enquanto joga xadrez com Roberta - Só que será muito difícil deles sairem... Xeque...

- Do que você está falando? - Pergunta sem prestar a mínima atenção no jogo a sua frente; está falando dos meus amigos? Os outros escolhidos? É isso mesmo Giovani?

- Claro, de quem mais seriam, ruivinha? - Pergunta sem deixar de prestar atenção no jogo, que ele estava prestes a ganhar; a propósito... Xeque mate...

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Suas asas deveriam significar liberdade, mas no seu caso eram a sua maior prisão, aquilo que mais lhe impediam de amar e ser amado. Ele sentia em seu coração que a sua protegida e amada escolhida estava bem, assim como os demais jovens da profecia. Ele observava as estrelas do firmamento, quando um de seus irmãos pousou atrás de si.

- Sabia que você viria atrás de mim Gabriel; diz ele ainda de costas para o seu irmão, que agora estava ao seu lado - O que quer de mim? Samael fugiu do inferno de novo? É isso? Foi isso mesmo, meu bom irmão? Por favor me diga...

- Não se trata disso, a minha mera presença aqui, irmão... Minha visita não tem nada haver com isso; diz ele sério, como nunca estivera antes - Vim para falar, exclusivamente de você...

- Falar de mim? Não o entendo de maneira nenhuma; vira - se para encarar o seu irmão, e olha - lo em seus olhos mais negros do que sua pele e seus cabelos cacheados; que erro eu cometi dessa vez, segundo você, e de acordo, com os demais arcanjos, Gabriel?

- Todos os erros imagináveis e inimagináveis, meu irmão; sua voz estava fria como gelo, e cortante como uma adaga afiada - E o principal deles, é o seu envolvimento com a jovem Guadalupe, uma das jovens escolhidas da profecia de Metatron e Azrael... Como me explica isso, Rafael? Vamos me diga, meu caro irmão...

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