Eis que um Elfo sem nome, sem saber de onde veio, perdido entre coisas desconhecidas viaja entre mundo e vidas, sem saber ao certo onde quer chegar.
Assim começa tudo neste mundo, o ser nasce e ganha um nome, mas este ser não se lembra onde nasceu, se tinha um nome, apenas lembra que acordou em um certo dia e disse:
- Eu existo.
Será que ele existe mesmo? Pobre coitado, não tem nem nome e não é do tipo de personagem cuja estória começa toda pomposa, com um "Era Uma vez..." Ele nem sabe quem é, está perdido em uma floresta escura entre pensamentos e ideias de outras pessoas que parecem tomar forma ali naquele meio. Seria este jovem Elfo criação do pensamento de algum outro ser, ou seria ele mesmo um ser pensante, dúvidas, dúvidas, dúvidas...
O Elfo encontra na floresta um velho Carvalho, senta-se à sua sombra em meio a luz do luar ele contempla tudo ao redor, se lembra que tudo tem nome as folhas, o chão, a lua e até o nada tem nome por que somente ele não se lembra do seu nome?
Ok ele sabe que é um Elfo e tem nas mãos um livro de anotações quem sabe se eu ler este livro encontre respostas afinal dizem que ler nos traz respostas às dúvidas. Quando estava para abrir o livro eis que ele ouve uma voz lhe chamando:
- Olá meu caro Jovem, o que procuras nesta floresta escura? Será que posso ajudá-lo?
Ávido por respostas, ele olha por todos os lados, mas não vê de onde vieram tais palavras até que percebe nas folas caindo, o Ancião Carvalho a lhe observar, curioso e agora desperto e com um par de olhos cansados e um sorriso de quem esconde muita sabedoria em sua simples existência.
Com um pouco ainda de receio observando a arvore, quase que automaticamente saem algumas palavras gaguejadas:
- E-e-eu acho que sou um Elfo-fo, ma-mas e-e você quem é?
- Sou apenas um velho carvalho nesta floresta, meu nome é Magnus e qual o seu nome? Diz o carvalho em uma voz grave e firme.
- Eu nem nome tenho, nem sei se estou mesmo aqui, que nome imponente o seu Senhor Carvalho, Magnus o grande, deve conhecer muita coisa deste mundo eu só queria saber quem eu sou e por que estou aqui nesta floresta. Tudo parece tão obscuro e sem rumo, sinto que tudo parece sem sentido. O que seriam as palavras e para que elas servem se nem podem me dar um nome ou um rumo para seguir. Diz o Elfo cabisbaixo.
Magnus cai sem querer uma gargalhada daquelas que se percebe serem tão espontâneas que nem condizem com o seu rosto já velho e cansado e depois de controlar seu riso diz:
- Meu caro jovem quando acordei você estava prestes a abrir este seu livro não estava? Isso quer dizer que você já sabe ler e escrever, mas devo lhe alertar este livro em suas mãos não é um livro qualquer, só pessoas poderosas tem em posse livros assim o que significa que você foi escolhido para ser um guardião das palavras, me diga uma coisa o que você mais admira na natureza? Pergunta Magnus com curiosidade no olhar.
- Com certeza admiro o vento, ninguém o vê mas todos lhe sentem, pode ser calmo como uma brisa ou mover paisagens como um ciclone queria eu ser como o vento.
- Boa escolha Jovem Elfo de agora em diante vou te chamar de "Zelfo", se me permitir, uma mistura entre Zéfiro o nome de um dos quatro ventos na mitologia grega e Elfo que define seu ser. Assim quem sabe essa tristeza por não ter um nome saia deste seu olhar. Diz o carvalho em uma tentativa de animar o jovem. Porém ele meio sem jeito, olha para o carvalho e diz:
- O que são meras palavras? Eu serei o Elfo dos Ventos, sem precisar de um nome, apenas sei que existo e ademais vou descobrir que caminhos tomar, quem sabe eu possa escrever uma história bonita, um drama, um romance e mesmo que o final não seja feliz não hei de chorar, apenas palavras e nada mais.
Balançando seus rígidos galhos Magnus demonstra uma intensa felicidade, afinal ele, o velho carvalho sente que, apesar de preso ali no meio daquela floresta, acaba de fazer uma amizade verdadeira que poderá durar longos anos de sua vida. Magnus diz ao Elfo:
- Abra seu livro na decima terceira página meu jovem.
E assim o Elfo o faz e o Carvalho deixa cair uma de suas folhas entre as páginas, o Elfo fecha o livro e eis que um brilho em tons parecidos com a casca da arvore a sua frente envolvem o livro e ao abri-lo novamente, lá estão gravadas as seguintes palavras:
"Da folha de um carvalho, cravado seja este lugar, esteja onde estiver, basta estas palavras recitar, para ao princípio de tudo voltar."
O Elfo olha desconfiado para Magnus e pergunta:
- O que é isso?
Magnus responde calmamente:
- Sou um velho carvalho e não posso sair desta floresta, mas você pode conhecer um mundo incrível lá fora, eu ainda vou viver muito e hoje estou muito feliz por lhe conhecer, este livro em suas mãos é um Grimório um livro de memórias e magias, tudo que você colocar aí pode se tornar eterno em seu mundo. Essa folha que você colocou marcou nossa amizade e este lugar. Não importa onde você esteja lembre-se que na décima terceira página do seu livro há uma magia que permite você voltar até este lugar e assim poderemos conversar. Infelizmente não poderei mudar o tempo, mas ficarei muito feliz em compartilhar suas alegrias e tristezas pois esta é toda a magia que uma velha arvore pode oferecer.
Palavras? Não, já não são mais apenas palavras, o Elfo sente que acabou de criar um laço importante e que sua aventura está apenas começando, se há de ser azar ou sorte, ele não sabe ainda, mas adormece novamente animado pensando no que virá em seu dia seguinte.
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Grimório de um Elfo Sem Nome
FantasyO que importa realmente nas palavras, quem seriam os elfos estes seres estranhos citandos em mitologias nórdicas e europeias, seriam eles mágicos mesmo? Teriam em algum momento tido um nome e o que é um Grimório? seriam anotações de feitiços e magi...