Parte 4

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   Acordei com dor de cabeça. Acordei mal, olhei para o lado e vi vômitos ao meu lado. Lembrei-me da noite anterior que me acabei na cachaça. Havia tempo que isso não acontecia.... levantei-me e fui limpar a bagunça.

   Olhei no celular as redes sociais e vi uma ex namorada, ela não me queria de volta de jeito nenhum. Por um tempo achei que ela estava fazendo charme comigo, que no fundo ela ainda gostava de mim, até o dia que ela ameaçou ir à delegacia para me denunciar por perseguição. Neste dia em diante decidi não a procurar mais. Felizmente ainda via as fotos dela nas redes sociais, usando um perfil falso consegui adicioná-la.

   Ver as fotos daquela bela mulher trouxe-me alguma alegria, mesmo limpando lençois sujos de vômito. O cheiro era suportável.

   Senti tristeza ao lembrar que aquele dia teria espetáculo à noite. Que terrível! A minha alegria era pensar nos espetáculos, na alegria das famílias, até isso estava sendo tirado de mim. E se eu matasse aquele palhaço? Terminada a limpeza do quarto, fui ao mercado comprar mantimentos. Depois do almoço iria visitar a casa dos meus pais.

   Meus pais eram aposentados: minha mãe dedicava-se atualmente aos trabalhos na igreja e meu pai trabalhava esporadicamente. Ele era militar aposentado e atualmente tinha um pequeno restaurante. Eram cerca de 16h00 quando passei em casa. A conversa com a minha mãe foi e geralmente era a mesma:

   — Esse negócio de circo não dá futuro, filho... tente outra coisa.

   — Estive desempregado tanto tempo, mãe. Agora estou pagando as minhas contas — eu respondia.

   — Para quê morar sozinho se não tem mulher? Poderia ficar aqui conosco e economizar esse dinheiro. E a Raíssa, vá atrás dela! Falo tanto isso para você. Ela é uma mulher direita!

   — Ela não quer mais nada comigo, mãe — supliquei e refleti. — Mãe, a nossa conversa é sempre a mesma.

   — E mesmo assim você não muda.

Venham todos! É o Circo Só para Adultos!Onde histórias criam vida. Descubra agora