Te vejo de longe.

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Eu tô sentada, lendo devagar esse livro que em todos textos, de alguma forma, me lembro a ti de várias maneiras.
Eu to escutando aquela música triste do vídeo que fiz na primeira vez que senti que você não estava mais aqui, ela se repete, parece quase eterna se arrastando para nunca terminar e eu ouvir todas as letras cantadas.

É que eu tô sentada, até o vento sopra devagar nessa manhã e eu olho a janela de sua sala, daqui de longe, esbarro com ela pra ver se de longe, sem intenção mas querendo, eu te veja sentada.
Uma vez passei uns minutos eternos te olhando daqui, sem tu perceber.
Você e suas manias iguais, mesmo sem enxergar bem, até de longe eu te vejo como se fosse de perto, eu sei onde fica cada sarda sua e como você sorri ou lê as coisas se aproximando e abrindo a boca.
O quanto você ainda é delicada para escrever e levanta a sobrancelha ao não entender algo escrito em qualquer lugar que seja.

É que a vista daqui é até bonita e hoje a saudade aperta, mas não quer me matar, quer te sentir e só.
Não quero motivos para você ir, nem para ficar, só hoje eu não quero ouvir nenhuma explicação que passei meses procurando.
Eu não estou triste por dessa vez te lembrar em textos de términos, hoje eu só quero sentir devagar, como o tempo, você passar.
Soprar aquela saudade que sussurra seu nome e me arrepia a pele.

Hoje eu só quero grifar meu livro novo, com palavras que queria dizer, que queria te escutar e queria entender.
Hoje seria aquele dia que a gente encosta a cabeça em qualquer lugar e espera o tempo decidir avançar, mas como nós, ela anda cansado e sem ânimo, todos os minutos andam lento, a semana passada tá acabando, logo terão descanso, mas hoje não.

Hoje ainda tem tempo.
Ainda tem tempo de eu esbarrar e ver você sem querer, sair correndo do local ou evitar o máximo de olhar, pois só de chegar perto, meu coração acelera.
Ontem eu te vi, sem querer.
Não era pra acontecer, não podia, mas eu te vi e eu corri dali, eu me perguntei porque a menina tinha que dizer que estaria ali e era pra eu entrar, não sabia eu que você podia estar lá?

Mas agora nada importa, talvez tenha nem se importado enquanto eu me engasgava com isso tudo.
Eu fui para casa pensando que mesmo eu te vendo rápido, sabia que estava linda.
Mas meu bem, me perdoe não reparar tanto, não posso deixar evidente a falta que me faz.

Se não eu choro ali mesmo.
Parece que a música tá acabando, o tempo de aula também.
Sua professora agora irá para minha sala, eu fecharei o livro e bloco de notas, só por uma hora, espero não lembrar você.

As borboletas do estômago voaram.Onde histórias criam vida. Descubra agora