Talvez

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Quem sabe a gente cresce.

Talvez a gente um dia se esbarre, espero que demore o suficiente para tudo, que não conseguimos antes, tenha sido digerido de uma vez.
Espero que eu consiga te abraçar sem sentir pavor, nem saudade, nem nada. Que eu consiga só sentir você e poder te reconhecer como a menina da primeira vez que a vi.

Talvez eu seja uma cicatriz sua, você minha, que carregamos sempre. Talvez ela até doa, não botamos pontos (finais) quando rasgou nossos peitos, então sangrou tempos até a pele ter pena de nós. Talvez essas células tenham amargura por esse rasgo ter sido causa nossa, talvez me lembrem com carinho, não é todos os dias que podemos nos abrir como eu me abri para você.
(De corpo e alma). Talvez.

Talvez um dia meus poemas sejam só poemas que não rasguem como pontas de folhas, que aos olhos parecem indefesas, fáceis de rasgar e quando queremos virar a página rápido demais, ela rasga sutilmente. Na hora aquilo arde, como qualquer ferida nossa. Então por isso virei álcool por tanto tempo.

Talvez o músculo de nossas barrigas vão se acostumar a levar tanto soco no estômago ao ler ou vamos nos acostumar a não ler mais.
Talvez tudo mude, talvez não. Depois de tantas incertezas, não sei garantir nada. Só sei falar que eu pensei em te ver, mas talvez eu não esteja pronto para isso. Talvez demore.

Talvez eu te esqueça um dia.

As borboletas do estômago voaram.Onde histórias criam vida. Descubra agora