Hot Girls - Kakegurui

Dona da Pupila Dilatada

— Olha só, se não é a nova bichana do colégio. — riu uma garota, se aproximando de mim.

Eu estava sentada na cadeira, arrumando meu caderno na carteira. O professor logo chegaria.

— É a cara dela ser bichana né? Estrangeira…sabia que ia dar nisso. — disse outra menina.

Revirei os olhos, tentando me controlar.
O professor chegou e elas se sentaram, logo iniciando a aula. Prestei atenção em tudo e fiz algumas anotações. Porém, nas próximas duas outras aulas, não consegui focar, pois um garoto me encarava da carteira dele. Estava me assustando.

A hora do almoço finalmente chegou e eu comi bastante naquele dia. Quando estava me retirando do refeitório, o garoto que antes tinha me encarado, parou na minha frente.

— Oi, bichana.

— Não te conheço. — respondi, tentando passar, mas ele segurou meus braços.

— Mas pode conhecer hoje.

— Não, Obrigada. Passo essa.

Ele ficou irritado, dava para se ver. Pegando firmemente em meus pulsos, ele me arrastou pelo corredor até irmos parar no jardim. Eu gritei em protesto, tentei sair das garras dele, mas ninguém me ajudou. O jardim tinha algumas pessoas também, então tentei pedir ajuda a elas, mas ninguém ajudou novamente. Midari estava prensando uma garota contra a parede, ali mesmo. Ouvi ela oferecer dinheiro para que a garota jogasse com ela.

— Midari, me ajuda aqui! — pedi.

Ela não olhou para mim.

— MIDARI! Me ajuda! — implorei.

E então ela pousou o olho em mim. Um olhar frio, vazio… Midari me ignorou, segurou na mão da garota e levou-a para longe.

O garoto me jogou na parede, senti uma dor nas costas, era absurda, mas continuei de pé. E então ele chegou mais perto e desabotoou minha jaqueta vermelha.

— Não, você não vai fazer isso! — falei, empurrando ele.

O garoto me deu um tapa tão forte no rosto, que me derrubou.

— Bichanas precisam obedecer, vagabunda.

— Se quer uma puta, pague por uma. — respondi.

Ele estava pronto para me dar um soco, quando duas sombras pararam atrás dele. Ergui a cabeça e vi elas… Jabami e Saotome.

— Que merda você tá fazendo, cara? — Mary perguntou. — Está ficando louco?

— Ela é bichana. Você, mais que ninguém, sabe que bichanas devem obedecer.

— Você não vai colocar as mãos nela. — Yumeko sorriu. — Saia logo daqui.

— Vaza! — Mary gritou.

— Tá, mas eu volto, viu Bichana? Você ainda vai ver. — ele disse, saindo depressa enquanto soltava fogo pelas narinas.

Senti a garganta doer. Eu queria chorar…

— Está tudo bem, ele já foi. — disse Yumeko.

Lembrei de Midari indo embora e me deixando na mão e comecei a rir, gargalhar. Mary e Yumeko se entre olharam confusas.

— Você estava certa, Mary. As pessoas aqui não são confiáveis. Ninguém presta!