Desespero

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13/08/2022, Scorpius Malfoy

Fazem mais ou menos 6 meses desde que meu pai e Harry Potter fizeram um acordo. Harry realmente cumpriu seu trabalho e achou o nome de todos os comensais da morte, embora ainda não saiba o paradeiro deles. Infelizmente, vazou a informação de que foi meu pai que os delatou para o Ministério, fazendo com que nós dois ficássemos na mira deles, correndo risco de morte. Devido a isso, enquanto vivermos, nunca teremos paz e, por isso, meu pai decidiu forjar nossas mortes, mais um vez em um plano conjunto com Harry Potter. Não sei para onde vou me esconder e nem por quanto tempo, e não me importa muito. Não tenho parentes, além de meu pai, e nem amigos. Só tenho Albus Potter. Há algum tempo ele não se encaixa na categoria de "apenas amigo", isso ficou evidente no 5º ano.
Após eu ter beijado Rose no baile do 4º ano, pude perceber com clareza meus sentimentos; a beijei e, embora tenha gostado, senti que estava sendo desleal a Albus. Mas por que seria desleal a ele quando éramos apenas amigos? Essa era exatamente a questão: não éramos apenas amigos, acredito eu, que Albus também sabia disso. No ano seguinte, Albus e eu ficamos ainda mais próximo, se isso era sequer possível, vivíamos arrumando desculpas para nos encostarmos mais tempo que o necessário, para nos abraçarmos mais vezes que o necessário, segurarmos as mãos, ou, até mesmo, apenas nos encararmos. Chegou a um ponto que eu nao suportava mais a ideia de estar ao seu lado e não poder beija-lo, e era isso que eu iria fazer, tinha tomado essa decisão alguns dias antes das férias.
Infelizmente, aprendi muito cedo, logo com a morte da minha mãe, que felicidade dura pouquíssimo, e meu pai, que veio pessoalmente a escola, me disse que comensais da morte estavam ao nosso alcance e precisávamos fingir que morremos e, de forma alguma, qualquer pessoa poderia saber disso, nem mesmo Albus. Isso me afetou profundamente por vários dias, não sabia para onde me esconderia, nem por quanto tempo, e ficaria longe de Albus, que acharia que eu estava morto.
Na estação de trem, quando nos despedíamos do fim do 5º ano, Albus se aproximou para me abraçar e eu senti uma subita vontade de beija-lo ali mesmo, na frente de todo mundo, mas me contive, aliás não sabia se sequer voltaria a vê-lo um dia e não queria ter um gosto do que poderíamos ter sido só para perder logo então. Só o que fiz foi retribuir o abraço de Albus, tentando esconder as lágrimas nos olhos porque sabia, que daqui a alguns dias, ele logo receberia a notícia de que eu estaria morto.

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