Infelicidade

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30/08/2022, Albus Potter

Pouco tempo depois de decidir se declarar pessoalmente para Scorpius, Albus recebeu uma carta, de sei pai:
"Querido Albus,
Trago péssimas notícias e, para ser breve, vou ir direito ao ponto. Há alguns meses, os Malfoys estavam sendo perseguidos, correndo risco de morte, por pessoas que não cabe aqui dizer. Infelizmente, hoje, nesse momento, os seus perseguidores conseguiram o que queriam e encontrei os dois Malfoys, Draco e Scorpius, mortos em sua mansão.

Com todos os meus pêsames,

Harry Potter"

Quando terminei de ler isso, estava em estado de choque, não conseguia chorar, nem gritar nem me mexer, só ficar parado, como se o mundo todo estivesse parado também. Depois de um tempo nesse estado, a primeira coisa que consegui fazer foi ir correndo pro meu quarto, assustando minha mãe, que estava junto comigo em casa. Eu deitei na cama e chorei tão alto que chamou a atenção de minha mãe, a única coisa que consegui fazer foi passar a carta de meu pai por de baixo da porta, após algum tempo minha mãe abriu a porta e me abraçou.
-Sinto muito mesmo, Albus- consegui sentir que ela também chorava
-O Scorpius fazia parte da minha vida, eu amava ele tanto quanto amo alguém da minha família, perder ele é como perder uma parte de mim. O que eu vou fazer agora? Ele era meu melhor amigo, meu único amigo, eu realmente gostava muito dele- disse soluçando aos prantos. Gina apenas me apertou mais forte e continuou me abraçando até eu ter dormindo em seus braços.
Quando acordei estava deitado na cama e já havia escurecido. Não consegui sair da cama, sentia meu corpo inteiro doer, meu coração doía, minha alma doía. Scorpius fazia parte da minha vida, fazia parte do meu coração, eu iria me declarar pra ele daqui a alguns dias e agora ele não existia mais. Uma parte de mim se foi, nunca mais iria vê-lo, ouvir sua risada, nunca mais iria abraçá-lo, segura a sua mão, conversar com ele. E nunca, nunca mesmo teria a chance de poder me declarar para ele, de beija-lo, de namorá-lo. O que mais doía era saber que nunca tive sequer a oportunidade de dizer o que eu sentia. Parecia que o mundo tinha parado, perdido suas cores.
Alguém bateu na porta e entrou, era Lily, trazia o jantar. Tentei limpar minhas lágrimas rapidamente e disse para ela que não estava com fome, não conseguiria comer nem se quisesse, estava com um nó enorme no estômago.
-Sinto muito pelo Scorpius, Albus. Ele também era meu amigo e vou sentir muita falta dele- disse ela, já se debruçando em lágrimas. Nos abraçamos e choramos pelo o que pareceu uma eternidade.
Meu pai bateu na porta e disse para Lily que já estava na hora dela ir pra cama.
-O velório será amanhã, 9 horas. Eu levarei você. - disse meu pai pouco antes de fechar a porta.
Chorei até dormir e quem foi no meu quarto me acordar de manhã foi James.
-Bom dia, sua roupa está aqui -disse colocando um terno em cima de uma cadeira- e... bem, se você quiser conversar, eu estou aqui, sempre vou estar aqui- falou fechando a porta.
O velório foi uma das piores experiências da minha vida, os caixões nem sequer estavam aberto, provavelmente pelos corpos estarem muito dilacerados; nem pude ver o rosto dele uma última vez. Haviam pouquíssimas pessoas no velório, os Malfoys não tinham nenhum parente vivo e tampouco tinham amigos. Ver os caixões sendo sepultados me fez sentir um vazio enorme no meu peito, pois consolidava o fato de que ele estava realmente morto, nunca mais iria vê-lo.
Nunca vou esquecê-lo, nunca deixarei de amá-lo.

Até depois da morte Onde histórias criam vida. Descubra agora