Já faz alguns meses que descobri que prendi sem saber o assassino que queríamos,toda semana levei-o para interrogatório e as vezes ele falava sobre como gostava quando suas vitimas pediam e imploravam por misericórdia Não sei por que,ou como diabos eu comecei a repensar sobre meus conceitos de certo e errado durante a estadia dele aqui na delegacia,as vezes até mesmo considerava certo já que ele matou vários procurados que nunca conseguimos pegar em vários meses ou até anos. Eu estava em mais um desses interrogatórios com o rapaz que descobri que se chama Jeffrey,mas comecei a chamá-lo de Jeff há um tempo.
— Merda, dá pra apagar essa droga de cigarro,parece que quem vai pegar câncer é ele logo logo.
O olhei por alguns minutos e soltei a fumaça,apagando o cigarro em cima da mesa e logo depois jogando no chão,estava pensando no que perguntaria ou no que eu esperava que ele disse se já que eu tenho provas suficientes para dizer que ele é culpado de todos os assassinatos e tenho sua confissão.
— Ok então senhor engraçadinho-disse respirando fundo e tamborilando os dedos sobre a mesa- você tem meia hora para me convencer de que talvez você não seja culpado,caso me convença posso considerar pedir para o juiz que te dê prisão domiciliar
Ele me olhou e por alguns segundos pude ver um esboço de sorriso se formar em seu rosto,mas foi por pouco tempo já que ele começou a levantar e vir até mim,mesmo sendo perigoso eu sentia um certo tipo de....confiança talvez?
— Olha S/N, percebi que durante esses meses você parece me querer por perto,parece gostar da minha companhia - disse se sentando na ponta da mesa e me encarando- não sei se isso vai me fuder mais do que eu já tô fodido,mas gosto de você,gosto da sua companhia do mesmo jeito que gosto de tudo em você.
Eu não sabia o que responder,há alguns meses eu queria socar a cara dele toda vez que o via e agora estou aqui conversando com ele como se fossemos grandes amigos,no fundo eu sabia que desenvolvi certa compaixão e até mesmo um pouco de amor por ele,vi ele se enclinar sobre mim até que seu rosto estivesse a centímetros do meu,pude sentir sua respiração em meu rosto e senti minhas bochechas queimarem por alguns minutos até ele selar nossos lábios com um beijo,eu não conseguia recuar mesmo se quisesse,levei as mãos até seu cabelo e segurei um pouco.
Nos separamos por falta de ar e ele me encarou por alguns minutos,sorrindo e segurando meu queixo, eu queria saber em que ponto eu comecei a mudar tanto que sinto atração por um assassino.
— Você agora é minha,deu pra entender isso S/N ?
Arqueei uma sobrancelha e o olhei com cara de tacho,sorrindo descaradamente em sinal de sim,não sabia no que aquilo o dar mas tenho certeza que daria uma boa história.
