Capítulo 8 - Te beijei sem querer....Querendo

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- O que aconteceu com o seu rosto? – Agatha pergunta olhando para Sky e eu tento não pensar muito sobre o que ela acabou de jogar na minha cara.

Neto dele

Ha ha ha

O destino era realmente muito engraçado. Talvez ele fosse um palhaço na outra vida ou sei lá

- Um livro caiu em meu rosto – ele fala e eu pisco lentamente em sua direção, tentando me reconectar ao presente

- Um livro fez isso?

- Foi uma edição de Senhor dos Anéis – eu ajudo e Agatha faz um som compreendendo a situação, enquanto isso estou sendo fuzilada pelo o olhar de Sky.

- Deveria deixar que Katherine olhasse esse machucado

- Não, obrigada

- Mas está meio vermelho – Agatha reforça e eu quase finjo um mal estar para sair dali. Mas ela é mais rápida – Katherine você poderia?

Não

De jeito nenhum

- É claro que sim – eu respondo docemente, mas percebo que não convenci Sky. Ele que se dane – Já volto.

Saio da biblioteca e lembro de colocar o livro em cima da mesinha de centro antes de sair. Vou até a minha maleta e a pego voltando pelo mesmo caminho, abro a porta e vejo que Sky está em uma conversa séria com Agatha, então aponto para o sofá e ele suspira irritado indo até o local que eu falei.

Coloco a maleta na mesinha e me aproximo dele estreitando os olhos.

- Você não vai me atacar ou algo assim, vai? – eu pergunto baixinho e olho quando Agatha sai da sala com o celular na orelha

- Só se você resolver jogar outro livro em mim

- Não foi de proposito, você me assustou

- Eu te assustei? – ele pergunta ironicamente e continua – Imagine a cena, uma mulher me ataca em uma lanchonete alguns meses atrás em Vancouver e de repente ela está em minha casa em cima de uma escada.

- Primeiro, eu não te ataquei – pego uma gaze e coloco água nela – Segundo, a casa não é sua, é do seu avô – passo por sobre o corte e vejo que feriu somente um pouco em cima do nariz – Terceiro...... Espera, eu esqueci – franzo a testa e bufo em silencio passando mais por sobre o corte – Enfim, você entendeu

Sky revira os olhos e eu pigarreio tentando não focar em seus olhos incrivelmente verdes. Caceta, porque ele tinha que ser tão bonito?

Espera, eu não falei bonito

Não mesmo

- Você me beijou, ou você é louca, ou você estava desesperada – ele diz e eu forço um pouco mais a gaze no corte fazendo com que ele se afaste imediatamente – Hey!

- Desesperada? – eu falo e ele se afasta das minhas mãos

Ele é inteligente

- Sim, é só nisso que eu consigo pensar agora

- Pois fique sabendo que não sou nenhuma das opções – talvez a primeira, mas ele não precisa saber

- Não acredito nem um pouco nisso

- Problema seu

- Até porque quando eu perguntei porque você fez aquilo, você não encontrou uma resposta viável

- Porque se eu desse a resposta você talvez não se sentiria tão exibido e arrogante quanto está sendo agora

- E que resposta seria essa?

- Não vou dizer, agora incline a cabeça para cima – ele inclina relutante e eu passo o antisséptico – Pronto, acho que você vai sobreviver – eu falo e abaixo o tom de voz para um murmúrio – Infelizmente

- Eu ouvi isso

- Teste de audição feito então – me afasto e guardo tudo dentro da maleta, fecho com um clique e me viro para sair

- Porque me beijou?

- Esqueça isso

- Não, porque? – ele fala se levantando e eu desvio o olhar.

Aquele cara sabia como se impor

- Srta. Fontaine?

- Porque quer saber? – eu falo e coloco as mãos no quadril – Isso foi a mais de um mês atrás

- Porque para a infelicidade de muitos você é a responsável pela saúde do meu avô – ele estreita os olhos ligeiramente e eu reviro os olhos – Quero saber se você pelo menos não é louca

- Já disse que não sou louca

- Então prove, me conte de uma vez

- OK! – falo alto e suspiro aborrecida pegando a maleta na mão – Foi um desafio

- Perdão?

- Um desafio, simples assim

- Qual era o desafio? – ele dá um passo para mais perto e meus olhos sobem da sua camisa social verde para os olhos intensos demais – Katherine?

Ouviu isso? Foi o meu coração dizendo para eu fugir

- Para eu beijar um cara que em uma situação normal eu não beijaria – eu digo quase em um folego só e tão baixo que na metade da frase ele teve que se inclinar para escutar.

Um silêncio repercute pela biblioteca e eu olho para todos os lados menos para ele.

- Com é que é? – ele rosna em tom baixo e eu faço uma careta olhando para baixo.

- Era uma brincadeira, é melhor esquecer e.....

- Porque você não me beijaria? – espera, o que?

- Está falando sério? - Eu volto o olhar para ele e o vejo mais próximo do que gostaria, então dou um passo atrás – Eu falo que foi um desafio e você se importa só com o fato de eu não querer beijá-lo?

- Sim, e não fuja da pergunta. Porque?

- Porque você é arrogante, exibido, intocável e parecia se sentar em um trono em vez de uma cadeira de plástico – eu falo e aperto o lábio quando percebo que explodi por alguns minutos

Sky fica em silêncio com a expressão sem me falar nada e eu pigarreio me afastando um pouco mais.

- Eu....

- Sr. Vince poderíamos ir até o escritório? Quero falar sobre algumas coisas com você – Agatha aparece na porta e eu exalo aliviada. Ela olha para nós dois e levanta uma sobrancelha – A não ser que eu esteja atrapalhando

- De jeito nenhum – eu falo rapidamente e vou até ela indo em direção as escadas – Vou averiguar Vince – sinto os olhos de Sky por todo o caminho, mas não me viro para olhar.

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