A expressão mais severa no rosto de sua mãe deixou Ino apreensiva. Ela foi até a cozinha, onde o pai terminava de preparar o jantar. Ele se orgulhava da carne de porco empanada que fez com arroz, salada e um molho cremoso. Na geladeira, uma torta de limão estava descansando e juntos prepararam uma bebida especial com licor e frutas vermelhas para a entrada. Ino andava de um lado para o outro, nervosa com a primeira visita oficial de Sasuke em sua casa.
Seu pai gargalhou e recordou-se de quando ele pediu a mão da esposa em casamento.
— Pai, sobre isso. — Ino gesticulou com as mãos afoitas, os dedos finos com anéis de pedras. Depois de receber apoio do pai, ela suspirou e desabafou. — Nós decidimos morar juntos, mas não falamos nada em casamento.
— Oh! Entendo. — O sorriso do pai não se desfez, ele deixou a luva térmica em cima da mesa, abraçando-a. — Você não precisa justificar suas decisões, não somos um Clã tão rigoroso assim, não é? Não precisa repetir os mesmos passos de sua mãe e eu.
— Obrigada, mas e se a mamãe implicar com isso? — Ino fez um bico, igual quando fazia quando era mais nova para comover o pai e amolecer seu coração.
— Sua mãe te ama, e ela não vai expulsar o seu namorado de casa só por isso. — Ele gargalhou, mas depois fez uma expressão pensativa e preocupada. — Melhor eu falar com ela antes, não é?
Ino concordou e ficou esperando Sasuke no jardim de entrada de sua casa. Naquela tarde eles escreveram um relatório em conjunto para informar todos os dados da missão. Ocultando algumas partes que não deveria ser mencionada, embora soubesse que era um erro. Havia invadido a mente de Showa através da mente de Sasuke e isso provavelmente teria um tipo de advertência, já que o Clã Uchiha possui uma forma muito peculiar de resguardar seus membros e implicaria em mais burocracia e problemas entre a Policia de Konoha e o gabinete do Hokage.
— Ino? — Sasuke perguntou, chamando-a. — Está tudo bem?
— Sim, claro. — Ela piscou, aturdida, não havia percebido quando ele chegou. Assim que ele se aproximou, Ino o abraçou, beijando-o em seguida. — Está pronto para entrar oficialmente na minha vida?
— Parece um passo importante. — Ele segurou sua mão, entrelaçando os dedos.
— Obrigada por isso. — Ino o beijou novamente. — Agora, se minha mãe for grossa com você, por favor, não desista de mim.
Eles riram e depois entraram na casa.
Foi preciso esperar um mês para conseguir um apartamento vago no condomínio de prédios. O apartamento não era muito grande, dois cômodos e um banheiro. Ino não pode levar nem metade de seu guarda roupa na mudança. Optaram por uma decoração simples, até porque, não tinham tanto dinheiro para gastar com móveis. Mas o básico eles conseguiram rápido.
— O que está fazendo? — Sasuke perguntou, quando entrou no apartamento com a última caixa que trazia do Distrito Uchiha.
— Instalando essa tomada, eu não estava gostando dela atrás do armário da pia, não faz o menor sentido. — Ino passou a mão na testa, estava suando, o verão batia as portas da Vila e aquele fato a fez constatar que eles precisavam de um ar condicionado ou iriam cozinhar naquele apartamento.
— Eu nem sabia que você instava tomadas. — Sasuke deixou a caixa no chão. — Ainda bem, porque eu não tenho a menor ideia de como se faz isso.
— Você cozinha maravilhosamente bem, então está perdoado caso não saiba concertar as coisas em casa. — Ela o beijou e depois pediu que ele fosse buscar algo para comerem, ainda não haviam instalado o gás da cozinha, por isso teriam que se virar sem fogão por enquanto. E não era nada esperto usar o jutsu bola de fogo, os apartamentos possuía sistema especial para conter incêndios. A primeira vez que tentaram aquela técnica, eles ficaram embaixo da agua do registro no teto.
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Ikigai
FanfictionYamanaka Ino é especialista em missões de infiltração e interrogatórios. Suas missões na ANBU têm crescido, assim como as dúvidas acerca da sociedade shinobi e o mundo atual em que vive. Nessa missão, ela precisa coletar informações secretas sobre a...