Exaustão Psicológica

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Amilan correu o mais rápido que conseguia, a explosão tinha machucado seu corpo mas ela conseguia resistir todas as dores, a única coisa que doía realmente era a dor de ser traída por alguém que fez um papel especial em sua vida, as lembranças de todos os momentos em que ela esteve com Safira invadiram sua mente golpeando seu coração com muita força.

Os galopes pareciam estar mais perto, Amilan correu rapidamente por vinte minutos, quando ouviu mais perto ainda o barulho dos cavalos se aproximando, ela deu uma cambalhota e se escondeu atrás de uma árvore, uma memória invadiu sua cabeça.

Uma garotinha com os cabelos loiros escuros acompanhada de um homem três vezes maior que sua altura, ele tinha uma barba desgreganhada e seus cabelos eram ruivos, ele andava com ela por um campo, quando viu várias guerreiras lutando, a menininha que parecia ter doze anos olhou hipnotizada para tantas mulheres talentosas lutando entre si.

O homem alto chamou uma mulher jovem, ela era negra e tinha uma expressão de ferocidade em seu rosto, ela subiu o pequeno morro e veio ao chamado do homem.

- Safira, está é Amilan! - o homem apresentou a mulher feroz para a garotinha, seus olhos brilhavam de admiração pela jovem. - E Amilan está é Safira... - o homem colocou sua mão gentil nos ombros da garota que se assustou com o toque e se afastou do homem.

- Está tudo bem anjinho... - falou pela primeira vez Safira. - Muldot não vai machucar você! Venha, vou te apresentar esse lugar! - o homem deu alguns passos para trás com um sorriso de satisfação no rosto e saiu deixando a pequena garotinha acompanhada de Safira.

Amilan sentiu uma pontada forte em seu peito com cada lembrança que invadia sua mente, ela olhou de canto para o caminho de terra e viu vários Ozis montandos em algum tipo de cavalo esquelético, era uma visão completamente assustadora, ela se agaichou mais um pouco para se manter escondida, e outra memória surgiu.

Era uma lembrança de uma Amilan mais jovem, na fase da adolescência, ela estava no fundo da caverna isolada em um canto chorando sozinha e escondida, quando uma mulher mais velha apareceu.

- O que aconteceu? - perguntou a mulher com uma voz preocupada.

A menina se assustou e logo em seguida enxugou suas lágrimas com as costas das mãos. Ela não respondeu, engoliu o choro e fixou seus olhos no chão constrangida por ter sido pega chorando.

- Não tem importância se não quiser me contar Amilan... - falou Safira sentando ao lado da garota.

- Imagino o quanto tenha sido difícil passar por tudo isso sozinha, eu perdi minha mãe quando eu era criança. - disse Safira puxando um longo suspiro, Amilan permaneceu tímida e em silêncio.

- Sei como é se sentir assim, é difícil superar esses momentos, seria mais fácil se esquecêssemos eles não é? - Amilan olhou para Safira e deu um soluço de choro, fez um afirmativo com a cabeça e voltou a olhar para o chão. - Mas talvez essas experiências ruins existem justamente para nos fortalecer, por isso não podemos simplesmente esquecê-las, elas fazem parte de nosso crescimento e evolução! - Safira com muito cuidado aproxima sua mão perto de Amilan.

- Você passou por muita coisa ruim, mas isso não significa que agora você precise passar por elas sozinha...
- Safira coloca sua mão na coxa de Amilan fazendo um gesto para que ela colocasse sua mão por cima. - ... Você tem a mim! Eu estarei aqui com você para passarmos isso juntas, se você quiser...

Amilan olha para a mão de Safira, uma lágrima de tristeza escorre até sua bochecha, ela olha para os olhos pretos da companheira, abre um sorriso meio fraco e coloca sua mão por cima de Safira, a mão das duas entrelaçam e Safira abre um sorriso de felicidade.

Outra pontada em seu coração, sentiu Amilan, ela fechou os olhos decepcionada e sentiu vontade de chorar, mas permaneceu resistente, levantou o rosto para olhar se havia mais alguma ameaça, mas não havia ninguém além do som dos animais mais próximos.

Amilan se levanta ainda atenta e escuta o barulho de um riacho próximo, ela adentra para o fundo da floresta e encontra um pequeno riacho a sua frente, sem pensar duas vezes ela corre em direção a ele se ajoelha junta as mãos e bebe desesperamente a água gelada e fresca, ela junta suas mãos outra vez e molha seu rosto todo suado e sujo, Amilan sente um ar fresco bater em seus cabelos.

Ainda preocupada que ninguém a visse, ela se levanta, e gira seus calcanhares para sair daquele lugar, quando dá de cara com um Ozis, segurando apenas uma espada e a outra empunhada em suas costas, Amilan se sentia muito cansada, decepcionada, traída, sentia uma exaustão psicológica, ela então deixa sua determinação em sobreviver fluir em seu sangue, Amilan levanta suas mãos com os punhos cerrados em posição de ataque.

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