Amargamente Traída

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Fazia exatamente uma hora que Amilan estava cavalgando determinada a encontrar a irmã, com uma espada nas costas e um cantil com dois litros de água em uma bolsa, tinha consciência de que sua atitude tinha sido imprudente de se colocar em perigo mas sabia que podia se cuidar sozinha, não poderia abandonar Safira em um momento tão ruim de sua vida.

Ela calopava em uma floresta muito bem iluminada pela lua, seus cabelos castanhos claros presos em um rabo de cavalo, seu plano era ir se encontrar com Safira e voltar antes do amanhecer para que ninguém notasse sua fuga, ela voltaria da mesma forma que saiu do palácio.

Amilan levou sua mão a bolsa ao lado de seu corpo, tirou o cantil, tomou um gole da água e colocou de volta sua garrafa dentro da bolsa, olhou atenta para o final da floresta procurando qualquer ameaça, não encontrava nada apenas as sombras das árvores refletidas na estrada de terra.

Ela sentiu um vento bater em seus cabelos e suspirou quando der repente.

BOOM!

Uma barulho estridente estourou bem abaixo do chão por onde Amilan havia acabado de passar, ela e seu cavalo voaram para a fora da estrada, ela sentiu seu corpo voar metros de distância e cair com um baque muito forte em um canteiro de espinhos.

Alguém havia plantado uma bomba no meio da estrada, Amilan sentiu os espinhos penetrarem suas costas, braços e pernas, era uma dor ruim mas suportável. Ela se desvencilhou do canteiro, e procurou seu cavalo, viu ele caído a esquerda a um metrô com vários ferimentos graves, a garota caminhou agaichada até ele, e viu o animal grunhir de dor, a garota sentiu uma tristeza de ver seu cavalo naquele estado, para que o bicho não continuasse sofrendo Amilan resolveu sacrificá-lo, ela se aproximou do animal, deu um beijo carinhoso em sua crina e depois fez o que tinha que fazer.

Um ódio subiu em suas veias, olhou atenta ao redor procurando o culpado, então pensou em continuar a se apressar, procurou sua bolsa mas não encontrou em lugar, ficou angustiada por ter perdido sua bolsa de água, mas decidiu em prosseguir a caminhar até a vila de Safira, não poderia ficar parada esperando o culpado de ter plantado a bomba ir atrás dela.

Olhou para o céu e viu a constelação do cruzeiro do sul indicando a direção do sul, ainda atenta com qualquer barulho ela caminhou apressada, com sua espada intacta em suas costas, Amilan andou por trinta minutos.

Sabia que tinha se metido em perigo mas estava determinada a lutar com qualquer ameaça até eliminar um por um, pensou Amilan.

Ouviu um barulho em suas costas e se virou rapidamente, viu uma pessoa pular das copas das árvores, usava um capuz, Amilan deduziu que era um Ozis, retirou sua espada logo em seguida das costas e fez posição de ataque, mas ao perceber que o ser se aproximava, notou que não era um Ozis e sim uma pessoa.

- Quem é você? - perguntou Amilan com uma voz ameaçadora tentando enchergar o desconhecido.

- Ora... Não reconhece a sua própria irmã? - soou a voz de Safira.

- Safira? - falou Amilan com esperanças. A mulher puxou seu capuz e realmente era ela, com as mesmas tranças compridas, e com uma espada empunhadas em suas costas. Amilan correu e abraçou a garota.

- Que bom que você apareceu! Bem na hora que eu mais precisei! - falou Amilan com seus braços em volta de Safira, sentiu um cheiro peculiar de pólvora na mulher, tirou seus braços da irmã e perguntou.

- Por que você está cheirando a pólvora irmã? - perguntou Amilan sem conectar uma coisa com a outra.

- Não é óbvio? - respondeu Safira com um tom de voz completamente desconhecido, ela der repente tirou uma faca de sua roupa e enfiou na barriga de Amilan. Ela sentiu o objeto entrar na sua barriga, sua lâmina caiu no chão, e chocada com a situação olhou perplexa para a irmã, Amilan colou suas mãos no ferimento que agora começava a sangrar.

- O que... Por que? - perguntou a garota sem conseguir entender o que tinha acabado de acontecer. Safira sem pena ou remorso se aproximou de Amilan, passou pela espada no chão colocou se abaixou e jogou ela o mais longe possível para que Amilan não pudesse se defender, ela coloca suas mãos na faca cravada na barriga de sua irmã e fala.

- Você roubou o que era pra ser meu!

Safira estava com uma feição desconhecida, ela apertou a faca e girou ela na barriga de Amilan torturando a garota que quase não sentia a dor da tortura de tão chocada que estava.

- Não... - a expressão de Amilan era de extrema confusão, ainda não entendia o que estava acontecendo.

- Você... - Safira tira suas mãos da faca, e segura o queixo da garota apertando ele - ... roubou... - a mulher apertando o rosto de Amilan, que fazia uma careta de dor seus ossos rangendo prestes a racharem com a força da mulher, Amilan não conseguia reunir forças para lutar contra sua própria irmã, não conseguia acreditar no que estava acontecendo. - ... de mim a minha posição, o meu cargo!

- O que... ? Que cargo? - perguntou Amilan com sua voz fraca.

- Você roubou tudo aquilo que eu lutei a minha vida inteira para conquistar, ser a Valquíria mais influente e a mais forte! Você passou por cima de mim para ganhar todas essas coisas! - A fisionomia de Safira demonstrava ódio e irá de Amilan, que ainda caída no chão não entendia por Safira pensasse aquilo dela.

- Eu jamais faria isso com você! Eu nunca tive intenção de me tornar o que eu me tornei hoje! Você me ajudou a chegar aqui! - algumas lágrimas rolaram do rosto de Amilan.

- Você passou por cima de mim, você me usou, para roubar a posição que era destinada a MIM NÃO A VOCÊ! EU TE TORNEI UMA DAS MELHORES VALQUÍRIAS DE ASGARD POR QUE ANTES DISSO VOCÊ ERA UMA GAROTINHA FRÁGIL E FRACA E VOCÊ PASSOU POR CIMA DE MIM! - berrou Safira descontrolada soltando o rosto pressionado da garota com tanta força fazendo sua cabeça bater no chão.

"Fraca" a palavra ecoou igual eco na mente de Amilan, ela relembrou de todos os seus momentos de dificuldade, todos os momentos que foi abusada, psicologicamente, e fisicamente, a raiva finalmente subiu a sua cabeça.

Safira levou suas mãos a barriga de sua irmã e arrancou a faca de volta, Amilan tomada de ódio, raiva e se sentindo amargamente traída, levantou suas pernas e fechou uma chave de gancho no pescoço de Safira que caiu no chão sufocada com as duas pernas prendendo sua respiração. Amilan pegou a faca que estava nas mãos de Safira e enfiou na mesmo região onde a mulher tinha lhe ferido, na barriga.

Barulhos de galopadas soaram no começo do bosque.

- Você caiu na minha emboscada... - falou Safira com muita dificuldade de respirar, com uma expressão de dor no rosto com a faca em sua barriga. - ...eles vão levar sua alma, e eu vou conseguir o que eu quero!

Amilan sem ter outra opção, desprende suas pernas do pescoço de Safira, e se levanta correndo para o fundo da floresta, mesmo com a barriga sangrando.

VinculadosOnde histórias criam vida. Descubra agora